Chapter I - Fall Away

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Era mais um dia comum. Pelo menos comum se comparado aos últimos 5 anos. Tyler e eu estávamos caçando um pouco antes do toque de recolher. Tyler e eu tínhamos 16 anos quando aquela rocha maldita caiu aqui em Slowtown, pequena cidade no interior de Ohio. Desde então é uma luta pra sobreviver dia após dia. O governo diz nas rádios que ainda procura a cura para tal mutação/peste que aquela pedra maldita espalhara pela terra. Quem diria que o apocalipse ia começar nessa terra de ninguém?!
Essa peste causou a mutação de grande parte da população da terra, dizimou milhares de pessoas, isso segundo o Observatório do Pasquim, nossa única fonte de notícias e maneira de ter informações oficiais do governo, pela rádio. Depois do apocalipse, meio que entramos numa ditadura de sensura da informação. Sem contar que o governo tomou uma iniciativa bem radical: já que não conseguiram cuidar do Enstrunxo (nome que foi dado a essa peste que transforma os seres humanos em algo bizonho: cego, com garras, que anda como macacos mas que comem carne humana), eles descidiram armar a população. A cada 3 meses eles costumavam mandar entregar de grandes engradados de armas e munição. Ninguém via de onde vinha mas como tinha o logo do governo nós apenas nos armavamos até os dentes sem nos importar. Desde que as armas nos ajudassem a sobreviver e nos proteger dos Trunxos (como apelidamos as pessoas depois que mutavam), não ligavamos para a mão que nos estendiam contando que a estendessem. Porém, a aproximadamente 9 meses nós não recebíamos nenhum carregamento novo.
O Pasquim diz que tudo está sob controle mas já não temos o controle da situação a muito tempo. Fomos abandonados, sabemos disso, então o que nos resta é tentar sobreviver.

- Josh - sussurrou Tyler enquanto andávamos pela floresta que nos levaria para fora da cidade, em direção a área rural onde nosso pequeno grupo de sobreviventes criou uma pequena vila e se refugiam - hey, bro - disse ele me cutucando - cara, a gente tá demorando demais, já é quase o toque de recolher, temos que chegar a casa de ouro logo! Tem certeza de que estamos no caminho certo?

- sim - respondi secamente tentando soar o mais confiante possível pois na verdade eu não fazia ideia de onde estávamos - fica sussa.

- mano, confessa - disse ele parando de caminhar e me encarando - você não faz ideia de onde estamos! Olha, é fácil, simplesmen...

- okay! - me rendi sob o olhar pesado do garoto de touca vermelha - eu achei que estávamos no caminho certo...

- mano - falou Ty suspirando fortemente, não de irritação mas de frustração - você devia ter dito isso antes! Agora tá quase na hora do toque de recolher, male mal temos munição e estamos perdidos...

- Tyler, calma - eu tentei tranquiliza-lo - tenho certeza que ja vamos chegar lá, vai dar tudo certo...

Nesse momento o céu que estava praticamente completamente escuro clareou como de imediato. Eu e Tyler então olhamos para o céu procurando o que causara aquilo e então vimos uma grande bola luminosa vir em nossa direção. Mas não era uma bola de fogo, era apenas um grande holofote. Ele então passou razando sobre nossas cabeças. A luz era muito forte o que acabou deixando ambos meio cegos por um minuto.
Quando recobramos nossa visão nós nos entreolhamos. Como num acordo sem palavras, apenas com um gesto de positivo com a cabeça ambos disparamos em direção onde o grande holofote provavelmente deveria cair.
Nós corremos durante aproximadamente 5 minutos e então nos deparamos com algo que não esperávamos, nós nos deparamos com uma cerca escrito: não ultrapasse, área militar.
Toda a área parecia estar completamente abandonada então usando um alicate que levávamos conosco no caso de ficarmos pressos em algo e tals... (Aquele velho ditado sabe: melhor previnir do que remediar), nós então cortamos a cerca e entramos na área restrita. Após andar mais alguns minutos nos deparamos com um grande prédio.
O prédio não era apenas grande, ele era gigantesco, colossal, desmedido! Como ninguém tinha visto esse lugar? Perguntei a mim mesmo enquanto Tyler e eu admirávamos o grande edifício abandonado. Nenhum dos dois mexia um músculo, mas era possível ver a claridade vinda do interior. Tyler então com o punho da espingarda me empurrou para ir na frente. Eu fiz cara feia mas logo saquei minha pistola e segui caminho portas a dentro.
O prédio estava completamente deserto, mas uma luz fraca e fantasmagórica brilhava cada vez menos, então tínhamos que seguir a luz antes que ela se extinguisse.
Tentamos fazer o mínimo de barulho pois não sabíamos se o lugar estava ou não infestado, logo, quando não conseguimos entrar pela porta da frente, procuramos uma entr ada alternativa e achamos uma janela que dava em um banheiro. Sem perder tempo eu me esgueirei para dentro e então Tyler veio. Sempre tomando cuidado para não fazer nenhum movimento brusco ou barulho. Nós revistamos o banheiro, não havia ninguém ali.

Oh Ms BelieverOnde histórias criam vida. Descubra agora