A luz fraca do começo do nascer do sol começou a despontar. Violet estava deitada com a cabeça sobre meu peito e Tyler deitado nos quadris dela. Era uma cena engraçada e eu não queria incomodar e nem acordar os dois mas uma sombra me chamou atenção. Era Debby, ela já estava acordada antes do sol nascer. Eu então peguei minha mochila, pus sob a cabeça de Violet e fui em direção a garota sentada a janela, que agora estava sem burca.
- sabe - disse ela sem nem olhar pra mim enquanto eu me aproximava - não sei porquê, mas você me é familiar...
- aé? - questionei de maneira desinteressada - sou?
- sim, é - ela respirou fundo ainda olhando pela janela quando parei em sua frente fazendo o mesmo - eu sonho com você toda noite, mas não entendo o porquê... Afinal, eu acabei de te conhecer, certo?
- ahmm... - eu hesitei. Não sabia o que dizer, não queria mentir, mas parecia que era o que eu deveria fazer - nope. Nunca nos vimos...
- desculpa pela esquisitice - disse ela sorrindo - sou meio idiota... Eu tenho fugido durante tanto tempo... Todo esse tempo tão...
- sozinha? - eu falei com as palavras cortando meu peito - vc ficou sozinha esse tempo todo?
- sim - disse ela olhando para a palma das próprias mãos - parece loucura mas eu esperava que as pessoas dos meus sonhos, que você tivesse as respostas.
Um silêncio caiu e então um baque foi ouvido. Algo no andar de cima havia batido contra o chão, fazendo com que todos acordassem de um pulo no mesmo momento. Todos se entreolharam e depois olharam para o teto.
Foi automático, cada um pegou sua pistola, e Mike foi a frente nos guiando. Mike, Mark e eu subimos enquanto Ty ficava com Violet e Debby. Pensar no Ty com as meninas me deixou nervoso de uma maneira estranha, mas eu afastei os pensamentos e foquei no lance de escada que estava subindo pra o próximo andar. Lá em cima era a parte onde os fornos e toda a produção da padaria ficava. O ambiente se encontrava em um estado que gosto de chamar de "abandono subito", que é como se todos estivessem ali mas do nada desaparecessem, deixando tudo pela metade.
As coisas estavam bem escuras enquanto o sol não nascia, logo eu e os meninos ligamos as lanternas, para podermos checar milimetricamente o ambiente. Mas no mesmo momento vimos a luz agitada do que parecia ser uma lanterna e desligando as nossas nos escondemos em prontidão.- câmbio? - disse uma voz masculina - câmbio, base? Soldado Cale falando da área Ruby, câmbio? - O cara alto um tanto quanto magro mas musculoso bateu no walktalk com raiva - câmbio, preciso de reforços, estou perdido na ala Ruby, meu grupo de missão não responde, pedindo permissão para retornar a base, câmbio.
E nada. O soldado soltou um urro de frustração e foi aí que Mike e eu pulamos de nossos esconderijos rendendo o pobre soldado.
- parado aí! - falou Mark - coloca as armas no chão e se identifique!
Todos apontamos com as lanternas para o rosto do soldado.
- ow, ow, ow! - disse ele levantando as mãos como rendido e fechando os olhos por causa das luzes em seu rosto - calma aí, sobreviventes? Por um acaso foram vocês os responsáveis pelo tiroteio ontem?
- nós primeiro, soldado! - disse Mike com um ar de irônia - primeiro põe a arma no chão, depois conversamos. Vai!
O soldado obedeceu o comando e Mark pegou rapidamente as armas. Mike fez um sinal com a cabeça para eu escoltar Cale para o andar de baixo e assim eu o fiz. Todos se organizaram e sentamos em circulo com o o soldado no centro.
- okay - disse Tyler quebrando o silêncio - desembucha soldado.
- isso é ridículo, mas tudo bem - falou o rapaz ao centro do circulo rolando os olhos pra cima e fixando sua visão em Mike - meu nome é Jesse, Jesse Cale. Sou um soldado das forças de campo, busca e resgate. Eu e mais 3 soldados, eu me desloquei de nossa missão original porque além de um tiroteio nos arredores da zona Ruby, que é uma das 3 camadasa da cidade que ronda a base militar. Meu grupo era uma parte pequena dos grandes grupos que estavam indo em direção a uma zona de impacto...
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Oh Ms Believer
FanfictionTwenty Øne Piløts Na sua infância ele não tirava os olhos do céu noturno. Olhava para as estrelas e sentia na sua muela que algo além das estrelas existia sim. Ele quis acreditar, ele escolheu acreditar. Mas um dia ele não precisou mais acreditar po...