Dois

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- Ele fez o que? – falou Yan sentando no chão, da minha casa da arvore.

- Isso que você escutou, o idiota do Malik deixou as cinzas dele para mim, esta no testamento.

- Testamento? O Malik tinha um testamento?

- Não fique surpreso, vindo dele não é tão estranho, tenho quase certeza que ele fez isso depois daquela racha que ele quase morreu.

- Os carros dele ficaram para quem? 

- Quem você acha? Para o Kalik, como se aquele menino não fosse o suficientemente perigoso, agora ele tem mais dois carros.

- Ah Endy, não exagera, o Kalik não vai fazer isso com o carro, diferente do Malik ele cuida dos carros dele.

- Mais um motivo para ele não se preocupar com os carros do irmão.

- Ta, tanto faz? Por que estamos falando do Kalik mesmo?

- Porque o idiota do Malik, deixou as cinzas dele para mim.

- Ah é... Você já pensou onde vai jogar?

- Sabe? A única ideia que eu consegui ter até agora, é de jogar tudo no cemitério, ia ser um tapa na cara dele, por quê quem em sã consciência deixa a cinzas para a melhor amiga?

- Aí que esta o problema.

- Qual?

- O Malik não tinha consciência.

- É verdade. – falei rindo.

- Mas acho, que você não deveria jogar no cemitério.

- Eu sei, e eu não vou, apenas estou falando que tenho vontade. Isso é típico dele não é? Ele amava ver a gente se ferrando, ele sempre ficava com aquele sorriso lin.. – tampei a boca com a mão, antes que eu falasse.

- Pode falar Endy.

- Não.

- Você ia dizer sorriso lindo, pode falar.

- Ele sempre ficava com aquele sorriso besta no rosto quando a gente se ferrava. Que nem daquela vez que a gente quebrou o vidro da cozinha da sua casa, e ele fugiu correndo, e a gente levou a maior bronca, ele fingiu que nem era com ele.

- É, ele sempre fazia esse tipo de coisa.

- Como é que fui me apaixonar por alguém assim Yan? Como?

- Falam que a gente não manda no coração, quando ele quer, acontece.

Aquilo era verdade, por mais idiota que o Malik fosse as vezes, eu acabei me apaixonando por ele, aquela história do vidro quebrado, foi uma das tantas coisas em que ele foi o culpado, e que eu e o Yan levamos a culpa, a moral da história é que eu não estava preparada, porque agora eu não teria mais ninguém para fazer esse tipo de coisa, esse tipo de bagunça. Eu não estava preparada para não ter mais o Malik ali para bagunçar aminha vida, eu não estava.
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