Quando chegamos ao colégio entramos juntas, sem importar-nos com olhares alheios, afinal éramos agora apenas amigas para os outros. Mas para esses outros era estranho ser amiga da noite pro dia.
- Você não vai cumprimentar a Sophia e a Monique? - pergunta-me Jade enquanto adentrávamos no colégio.
- Depois. - digo sem interesse.
- Esta bem. O que acha de me contar sobre os seus poderes? - diz Jade, animada com a ideia.
- Bom como já havia dito, a primeira coisa que aprendi foi a movimentar objetos e logo depois a controlar o vento, quando eu ficava com muita raiva o tempo mudava drasticamente. - digo lembrando-me quando a Senhora Árvore fala que o autocontrole era à base de tudo.
- Vamos atrás do colégio? Isso esta muito interessante. - balbucie-a Jade dirigindo-se já aos fundos.
- Esta. Vou te mostrar como é legal fazer vento. - digo rindo um pouco com meu próprio comentário ao estalar os dedos fazendo com que o vento venha com um pouco de forca nas nossas faces.
- Alguém pode ver. - diz ela olhando pra trás.
- Jade, é só vento, e não fogo. - falo com cara de desdém pra ela.
Eu nunca fazia nada do tipo em meio às pessoas tanto porque eu não tinha o controle total do vento, pois quando era criança as arvores me ensinavam algumas coisas, mas eu era muito nova hoje se tornara impossível de lembrar-me de tudo o que elas disseram certa vez.
- Eu sei, mas e que na formação as lideres e as ensinam-tes dizem que nunca devemos usar nossos poderes fora da formação, somente em casos de necessidades de proteção ao nosso protegido. - revela-me Jade sentando-se no chão atrás do colégio. Faço o mesmo, sentando-me ao seu lado.
- As arvores me diziam quase as mesmas coisas. Elas falavam que eu não podia mostrar para ninguém sobre os poderes que eu tinha principalmente o de converter fatos que um dia aconteceram em apenas sonhos. - digo pegando umas pedras na mão, revelo-me pensativa ao proferir essas palavras.
- Você já vez isso? - pergunta-me ela olhando a frente.
- Isso o que? - pergunto em duvida.
- De converter algo que já ocorreu em um sonho. - diz-me ela fazendo-me lembrar de algumas coisas.
Afasto esses pensamentos.
- Duas vezes. Uma para experimentar se conseguiria. E deu certo, mas cansa muito a mente. - revelo elevando as pedras que se encontravam em minha mão.
- Isso é fácil, elevar pequenos objetos quase sem peso algum. - diz ela sorrindo de lado e elevando mais cinco pedras e colocando ao lado das minhas. Olho para ela e vejo sua cara de desafiadora.
- Eu consigo bem mais do que, oito pedras. - falo olhando-a. Como havíamos sentado em forma de índio era fácil de erguê-la, mantendo a minha concentração nela para que eu possa conseguir subi-la o suficiente e, continuava com as pedras elevadas.
Sinto alguém vir ate a nossa direção. Já era tarde.
- Vejo que já esta mostrando seus dotes a sua nova amiguinha, Estrela. - pronuncia-se Sophia observando Jade elevada, deixei as pedras caírem e abaixei com cuidado Jade.
- Sophia, peça suas palavras. - digo olhando-a com cara de reprovação.
Jade apenas se mantem quieta. Apostava que estava ouvindo os pensamentos dela.
- Já contou pra ela o que você consegue fazer? E contou também sobre transformar tudo aquilo num sonho apenas? Vamos lá minha cara Estrela, diga a Jade a verdade. Ou você já chupou a buceta dela? Afinal vocês dormiram juntas essa noite. - enquanto Sophia falava todas as minhas verdades em frente a Jade eu não conseguia proferir palavra alguma.
Havia ficado estática, pois sabia que enquanto Sophia falava Jade via tudo na mente dela, e eu nunca conseguiria dizer o contrario.
- Jade... - tento pronunciar ou ao menos tentar defender-me, viro-me para olha-la com lagrimas no rosto.
- Depois conversamos, esta? - diz ela retirando-se, mas dando uma olhada em mim e fuzilando Sophia com o olhar.
- Satisfeita? - falo com ironia para Sophia.
- Não sei o que você estava fazendo com uma lésbica nojenta. - diz ela com nojo em suas palavras.
- Para Sophia! Olha o que você esta dizendo! Jade não é nenhuma lésbica nojenta, a nojenta aqui é você! - gripo com ela, a raiva estava me dominando.
- Eu nojenta? Você só pode estar de brincadeira, eu e a Munique fomos a que te livramos desse desejo infame seu ano passado, e agora você vem me dizer que eu quem sou a nojenta? - Sophia fala incrédula.
- Você e a Munique são as responsáveis por ter sofrido tanto nas mãos do Lipe, por culpa sua e da Munique que passei tanto tempo satisfazendo aquele maldito homem! A culpa é de vocês duas por que se não fosse isso quem sabe hoje eu estava feliz com alguma garota? - falo cuspindo de ódio, elas sabiam do meu desejo para com mulheres, mas não me aceitaram por certo tempo.
- Olha o que estas dizendo Estrela, você sabe que é só uma fase, nada demais. O Lipe gosta de você, e ele vai voltar e vai terminar com a Antônia, acredite nisso. - aborda ela como se soubesse quem o Lipe é.
- Você ao conhece ele Sophia! Você não faz ideia de quem ele é! - digo arriscando-me muito ao proferir-me.
- Estrela acalme-se. - Jade diz aproximando-se de mim. - você precisa se controlar agora seus poderes estão mais forte. - diz ela olhando para o céu.
O dia estava lindo quando saímos da casa de Jade, agora havia nuvens negras enormes e estava trovejando muito, de repente um clarão branco ressurge perto de nos.
- Menina. - Jade e eu pronunciamos em uníssono.
- Estrela, você tende se acalmar ou serei obrigada a levá-la comigo neste exato momento. - pronunciasse ela sem olhar-nos e indo direto em direção de Sophia.
- Que... Quem é v-você? - gagueja Sophia ao ver aquela linda menina que agora estava com os capelos curtos e brancos.
- Sou uma amiga da Estrela e da Jade, e você é uma simples garota nojenta e intrometida a besta. Saia daqui agora. - diz menina com uma voz medonha.
Sophia sai, sem mencionar palavra alguma.
- Estrela, preciso que coloque o tempo em sua normalidade ou levárei-la comigo. - dizem Menina.
Faço o que ela me pede. Abaixo a cabeça e imagino o tempo como estava antes, limpo sem nuvens e de uma azul intenso. Enquanto pensava acalmava-me aos poucos e colocava a minha respiração sob controle.
- Ótimo, não estava a fim de ouvir Arthur reclamar. - diz ela revirando o olho. - bom vou indo, e vocês também o sinal já bateu vão se atrasar. Ah Estrela, você devera ir à formação esta noite, pois iremos começar os seus treinamentos. - fala ela desaparecendo.
- Como ela faz isso? E como assim treinamentos? - disparo sem entender nada.
- É só comigo que você tem esses surtos de perguntas? - diz ela com um sorriso de lado. - a gente precisa conversar, Estrela. - ela nem precisava dizer-me qual assunto eu sabia.
Ela sai de perto de mim e se encaminha para a aglomeração de pessoas, faço o mesmo seguindo-a.
Passei a manha toda sem conversar com Sophia, apenas respondia algumas coisas para Fran ou ao Jose, já a Micaela havia faltado e a Talita estava se mudando pra noite como José pretendia fazer. Ficaria apenas a Sophia, Fran, Munique e a Micaela.
Eu não poderia conviver mentindo para a Sophia, ela era quem sabia de todos os meus segredos e eu teria de dar um jeito em fazer com que ela se esquecesse disso.
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Diário de uma Amante
RomanceEla, Estrela Pener, 17 anos, estudante e apaixonada a mais de dois anos pelo seu próprio amante. Um amor platônico e incorrespondido. Ele, Ângelo Felipe Schmidt, 25 anos, namora a mais de um ano e meio uma das loiras mais desejadas de sua Cidade, An...