11 de Abril - Segunda - Henrique

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Assim que acabou todas as aulas, eu sai e vi o Evan fumando do outro lado da rua. Fui até ele.

Eu: Ei Evan, já está sabendo o que a Mia fez?

Evan: Sim, mas relaxa, ela não vai fazer nada com você.

Eu: Ok. Eu vou pra casa.

Evan: Ta bom.

Fiquei olhando pra ele, esperando um tchau, ou algo assim.

Evan: O que foi? Quer companhia até em casa?

Ele da um sorrisinho. Esperar alguma gentileza vindo dele é inútil.

Eu: Ah não, eu já estou indo.

Evan: Ok.

Então eu fui pra casa, esperei o ônibus um tempão, mas passou. O ponto não é exatamente na minha rua, então eu ando um pouquinho até em casa, mas só um pouquinho mesmo. Quando eu estava na minha rua vi o Henrique, e ele estava vindo na minha direção, com um sorriso.

Henrique: Oi, Alice.

Eu: Oi.

Henrique: Que bom ver que está melhor!

Eu: Ah sim, é.

Eu encaro o chão.

Henrique: Alice, e-eu queria te perguntar uma coisa.

Eu: Fala.

O que deve ser agora?

Henrique: Você quer sair comigo?

Eu: Que!?

Eu olho pra ele.

Henrique: É, sair. O-olha, me da uma chance, não é um encontro, é só uma chance pra gente tentar se entender.

Eu: Ah, eu não sei não, Henrique.

Henrique: Por favor! Se decidir ir vou te esperar no bar do Wiz, as 19h.

Eu faço uma cara neutra e ele sorri, eu vou pra casa, e ele segue seu caminho para qualquer lugar onde esteja indo.

Entro em casa e minha mãe já está lá.

Mãe: Olá filha, o almoço já está pronto.

Eu: Obrigada mãe.

Almocei com minha mãe e fui pro meu quarto. Enquanto conversava por mensagens com Lina, acabei dormindo.

Acordei e já estava tão escuro que pensei que era de madrugada, olhei e eram 18:50, o Henrique pediu que... Ah foda-se.

Mas eu to muito curiosa pra saber o que ele quer me falar. Mas ele é um chato, não deve querer falar nada demais. Mas vai que ele mudou? Ai, Alice! Se está tão curiosa vai. Levantei, tomei banho e, coloquei a primeira roupa que vi, um vestido preto e fui de chinelo mesmo, não é um encontro.

O bar do Wiz é na rua de trás, então fui andando mesmo, já eram 19:20, mas imaginei que não tivesse nenhum problema. A final, é o Henrique. Problema é dele se ele esperar. Entro no bar e vejo ele sentado junto ao balcão. Ele não tinha me visto ainda, sentei ao lado dele, como quem não quer nada, claro.

Henrique: A-Alice? V-você veio?

Eu: Não, é só sua imaginação.

Ele da um sorrisinho sem graça.

Eu: Ah... Afinal, por que me chamou aqui?

Henrique: Hã... Alice. Eu quero te pedir desculpas.

Eu: Pelo o que?

Henrique: Por ter zoado você quando disse que gostava de mim, quando éramos crianças.

Eu: Henrique, eu já superei isso faz tempo.

Digo e levanto o dedo chamando o garçom.

Henrique: Eu imaginei que sim, mas é por isso que você me trata assim?

Eu: Uma dose de uísque, por favor.

Eu falo com o garçom.

Henrique: Duas.

Ele diz ao garçom, pedindo a mesma coisa que eu.

Henrique: Hein, Alice? É por isso?

Eu: Não, não, claro que não.

Henrique: Então é por quê?

O garçom trás nossos copos. Ainda bem que foi rápido.

Eu: Ta bom, era por isso.

Eu dou um gole no meu uísque.

Eu: Na verdade não exatamente por isso, é que, eu não falava com você há tanto tempo que, que tive preguiça de voltar a falar, de mudar de atitude.

Henrique: Alice, eu gostava de você!

Estou completamente surpreendida.

Henrique: Todos esses anos, tentando e tentando falar com você, e ser seu amigo.

Ele da um gole.

Henrique: E quando você apareceu naquela festa Alice, eu tive uma esperança.

Eu: E-eu não sei o que dizer.

Dou outro gole pra não ter que continuar a dizer nada.

Henrique: Fala o que é Alice, o que você não gosta em mim? Só porque eu sou mais novo?

Eu: Eu já disse, eu não tenho mais nada contra você, só tinha preguiça de mudar de atitudes, às vezes isso acontece com as pessoas.

Henrique: Eu te amo, Alice. E-eu sempre te amei, decida o que vai fazer agora. Eu já pedi desculpas.

Ele deixa o dinheiro em cima da mesa e vai embora. Eu ainda to assim "??????" Henrique me ama? Me senti em uma briga de casal. Mas nada a ver. Ah eu sempre desconfiei por tanta insistência dele em falar comigo, mas eu não sei mesmo o que fazer, eu sinto um alívio por não ter que "odiá-lo" mais, porém ele... Ele gosta de mim de um modo tão... Esquisito.

Continuei no bar, trocando mensagens com Lina, contando o quanto meu dia foi estranho, primeiro o Evan, e agora o Henrique. Terminei meu copo, e o do Henrique também, e ainda pedi mais um.

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