Capítulo 1

130 12 7
                                    

A rua estava escura quando Wendy virou a esquina em seu carro importado. Estava de noite, mas ela usava óculos. Seus cabelos vermelhos e lisos voavam atrás de si enquanto ela cantava com sua voz de gato morrendo. Coitados dos vizinhos.

Estava quase chegando em sua casa quando o celular tocou. Ela ouviu a música que ficava em sua cabeça cada vez mais, a música do toque do celular. Wendy bufou, revirou os olhos e enfiou a mão na bolsa no banco do passageiro, tateando atrás do celular. Odiava ser interrompida quando cantava. O aparelho vibrava loucamente, o que lhe lembrava outra coisa. Deu um sorriso de canto e pegou o aparelho, deslizando o dedo automaticamente pela tela sem ver quem ligava. Colocou o aparelho no ouvido, dirigindo com apenas uma das mãos agora.

- Late - Disse Wendy. Ela revirou os olhos novamente, tirando as mãos do volante de forma imprudente e abaixando o volume da música, pegando a direção do carro rapidamente outra vez - O que você quer, Sasha? ... Não, eu não te disse para não fazer isso no cabelo? Deve estar feito um espantalho!

A risada de Wendy foi mais uma sirene do que um riso, perdido na noite.

- A culpa não é minha se você é burra, garota! - Berrou ela, revirando os olhos outra vez. O tom de voz da menina ficou sarcástico - Ai, miguxa, sorry. I'm a monster, auch... Pobre Sashinha... Agora fala, caralho... O QUE? ... Não, não vem aqui pra casa, não! ... Porque eu quero ficar sozinha com o Jake, oras. Sim, ele vem me ver. Vai ser fantástico, comprei algemas e todo o resto!

Wendy foi parando o carro e pegando o controle da garagem no porta-luvas, agora sorrindo. O portão da garagem abriu e ela foi entrando devagar.

- Jake me ligou a umas duas horas ou mais, não lembro, estava na cama com o James. Transando não, ele é gay! Estava me falando de um garoto que ele gostava. É. Foi. AH, SASHA! Não quero saber dos seus problemas, tenho uma noite inteira de sexo pela frente, adios!

De forma rude, ela desliga o telefone e o joga novamente na bolsa. Passou a mão pelos cabelos ruivos e, sorrindo, entrou com o carro na garagem imensa e escura.

Wendy Loops era a menina mais rica da escola. Namorava um nerdzinho maravilhoso, com um pênis imenso e grosso que sabia fazer coisinhas como ninguém. Graças a ela, agora ele estava se tornando popular. Isso não era ótimo? Estava fazendo caridade! A menina parou o carro na vaga, agarrou a bolsa e saiu dele, indo rapidamente para a porta de casa, seus saltos fazendo barulhinhos de "toc toc" na garagem vazia e escura.

-

Estava sem roupa na hidromassagem, sua pele alva, lisa, branca e perfeita esperando um Jake atrasadíssimo. Já estava irritada, mas a água quente não a deixou ficar mais brava do que deveria, mas nada fazia com que a mimada jovem não parecesse impaciente. Ficou mais dez minutos e levantou da água, murmurando palavrões e espirrando água para todos os lados. Nua, andou pela casa e foi de encontro ao seu quarto. Assim que cruzou a porta, o telefone tocou. Wendy foi até ele, batendo os pés com força no chão do quarto e o atendeu, já que era o número de Jake na tela.

- Eu estou lisinha, quente e melada te esperando. Melhor! Estava! Agora vou tomar banho e dormir, seu idiota.

- Oi, meu bem - Não era a voz de Jake, o que fez Wendy ficar paralisada - Ele te deu um bolo?

- Quem é? - Wendy pergunta, deitando-se na cama e encarando o teto cor-de-rosa de seu quarto, tão perfeito quanto ela - O celular de Jake foi roubado?

- Sou um amigo dele. Ele mandou eu dar o fora por ele.

- Típico! - A menina guinchou, nem um pouco chateada - Bem, foda-se e problema é dele. Sinceramente? Estou cagando para ele.

- Mas não fique irritadinha... Eu posso ir aí e acalmar sua tensão.

A menina sentou-se automaticamente na cama, com um sorriso maligno em seu rosto. A melhor vingança de todas: Pegar o amigo do ex.

- Você sabe onde eu moro? - Perguntou ela, com a voz alterada e sexy.

- Claro que sei. Já estou perto da sua casa. Que tal filmarmos o ato e mandarmos para todos?

- Maravilhoso, meu querido. Vou desligar a luz e te esperar deitada na cama. Não precisa falar nada, somente agir.

Ela desligou e riu, de forma tintilante. Desligou a luz do quarto e deitou-se na cama como uma deusa, encarando a porta aberta de seu quarto, sentindo-se nervosa e excitada. Teria seu belo corpo filmado com um estranho em todos os celulares locais, isso seria maravilhoso! Riu e, nesse momento, entrou um vulto em seu quarto. Ele vestia uma espécie de... Manto? E seu rosto estava coberto por uma máscara com olhos sangrando e um sorriso aberto por uma faca. Wendy sorriu, adorava esse tipo de coisa. O ser foi chegando mais perto dela, e ela abriu as pernas lentamente, com o sorriso derretendo e deixando uma expressão excitada em seu rosto. O ser estava entre suas pernas.

- Por favor?

Ele assentiu, segurando um celular nas mãos. O flash quase a cegou. Ela colocou as mãos na frente do rosto, sorrindo... Quando menos esperou sentiu uma dor aguda em sua genitália.

Wendy deu um grito agudo e chutou quem estava entre suas pernas para longe. Suas pernas tremiam e ela não sabia o que estava acontecendo. Passou a mão em sua vagina e, quando a ergueu perante o rosto, viu o sangue. O possível assassino ficou de pé, com uma faca em mãos. Wendy sentia sua visão escurecer por conta do sangue, mas precisava levantar e correr, gritar por ajuda! A empregada estava em casa, vendo televisão em seu quartinho. Ela poderia ajudar! Wendy rolou da cama e caiu de barriga pra baixo no chão, batendo com tudo. Os seios doendo, as pernas também, ela mal se aguentava. Começou a se arrastar devagar, abriu a boca e o grito estrangulado saiu.

- RUTE! - Ela berrou a empregada - SOCORRO!

A empregada, em seu quarto com a televisão alta, não a ouviu. Wendy tentou levantar quando a faca atravessou seu crânio, prendendo-a contra o chão de madeira. O assassino retira lentamente a faca, tomando cuidado para filmar tudo. Vira o corpo de barriga pra cima com um chute e prega em um papel em sua testa. Enrola as mãos com as luvas negras nos cabelos ruivos da jovem e vai arrastando-a pelo corredor, já sem vida. Desce as escadas com ela devagar, chega perante o quarto da empregada e joga o corpo contra a porta. Ao fazê-lo, ele se esconde nas sombras e assim consegue escapar.

A empregada abre a porta e vê Wendy morta no chão. O grito dela se perde na noite. Na testa da menina, dizia "O apocalipse acaba de começar".

Kill EverybodyWhere stories live. Discover now