Beatrice
Assim que John acordou, saímos a procura da câmera que Kayla havia dito. Rodamos todo o porão tentando ignorar os corpos e a grande dor que sentíamos no peito. Meu irmão ficou perante o corpo de James e ficou encarando-o com o rosto coberto de lágrimas. Kamilla ficou sentada em um canto com a mão na barriga e respirando de forma pesada. Eu e Niccolas achamos a câmera entre as caixas e ela estava ligada, graças ao bom Deus. Havia captado todas as imagens e teríamos provas de que não éramos nós os psicopatas malucos. Olhei para a câmera e depois para Niccolas, então eu chorei.
Ele me abraçou e deitou minha cabeça no peito dele. Eu tremia da cabeça aos pés, não aguentava mais aquilo tudo. Mas agora havia acabado... Finalmente...
Niccolas ficou fazendo carinho no meu cabelo até a hora que me acalmei. Ele selou os lábios nos meus e sussurrou.
— Finalmente acabou, amor... Finalmente... Demos um fim à isso...
Assenti e fiquei com a cabeça no peito dele. John foi na direção e a abraçou mesmo com ela falando que estava bem. Niccolas me soltou e foi caminhando até a escada.
— Vou ligar para a polícia, não saiam daqui.
Fiquei com a impressão de que ele iria morrer se fosse lá pra cima, como se tivesse mais um Smile esperando para nos matar. Fui até a direção de Kamilla e me sentei do lado dela, colocando a mão na testa e respirando fundo diversas vezes. Kamilla e John murmuravam incentivos vazios um para o outro porque eu tinha certeza que ambos não acreditavam que as coisas iam ficar bem. Eu já estava preparando uma boa sessão no psicólogo pra depois daquilo.
Niccolas desceu com o celular na mão e me puxou para um abraço, depois puxou John e Kamilla também. Ficamos no porão sem nos mexer, abraçados e em silêncio durante um tempo indeterminado até a polícia chegar. E essa não demorou muito, logo estávamos no andar de cima em uma ambulância, falando com diversos rostos diferentes e repetindo a mesma coisa a noite toda.
As mães de cada um estavam na delegacia naquela madrugada, ficaram conosco enquanto dávamos os relatórios. Era ótimo segurar a mão da minha mãe enquanto repetia a forma que Kayla havia matado meus amigos.
Foi uma noite longa e tempestuosa, mas assim como toda tempestade, logo logo cessou.
Dois anos depois
Kamilla havia conhecido uma garota maravilhosa, seu nome era Ciça. Ela era baixa, magrinha, branca, tinha cabelos cacheados e cheios e usava óculos, além de ter um dos sorrisos mais bonitos que alguém poderia ver enquanto vivo. Elas moravam juntas e eram uma família muito feliz, juntamente com o pequeno Sebastian.
Já disse que agora todos nós morávamos juntos? Pois é, Kamilla havia obrigado! E estávamos todos muito feliz.
Eu e Niccolas estávamos mais firmes do que nunca e ele até tinha me pedido em noivado, mas eu havia dito pra ele que estava cedo demais para esse tipo de coisa e ele disse que eu estava certa... O que eu não esperava era que ele me pedisse novamente na virada do ano, então eu não pude negar, porque havia sido a coisa mais maravilhosa que eu havia visto.
John havia encontrado um novo amor, seu nome era Felipe, ele era um empresário júnior de sucesso e era uma das melhores pessoas que você iria conhecer, também!
Kayla? Estava presa na perpétua, graças ao bom Deus, ou Zeus, não faço ideia mais, não depois daquela situação horrorosa que havíamos passado.
Tudo estava bem quando terminava bem.
Aprendi com tudo isso que devemos dar mais valor para a vida de todos ao nosso redor e que todo momento deve ser aproveitado. Amanhã mesmo todos nós podemos estar mortos.
Sabe aquela pessoa que você não está falando atualmente? Ela mesma pode morrer amanhã e o que você vai fazer? Viver com a culpa eternamente? É hora de se desculpar, de esquecer o orgulho e de resolvermos as situações difíceis na vida! Ser feliz é essencial, não devemos deixar a tristeza nos invadir.
Desde os acontecidos, eu e meus amigos havíamos prometido nunca negar os pequenos prazeres da vida e sempre viver intensamente sem medo.
Sim, é verdade que não existe luz sem trevas e vice-versa, mas você escolhe de qual lado vai ficar. Não existe desculpa para os seus erros, você os comete porque quer, você faz as suas escolhas na vida.
— Bia, amor?— Niccolas me chamou, tirando a atenção da folha de papel que eu escrevia— Nós vamos sair agora! Você não vem?
— Vou... Só me dá um segundo, ta bom?
— Claro.
Niccolas saiu, ajeitando a gravata. Eu me coloquei de pé e fui pra frente do espelho para ajeitar o vestido, fazendo uma careta. Detestava vestidos. Mas era pra estréia da peça do meu irmão, então eu deveria fazê-lo.
Caminhei para fora do quarto devagar, dando o braço para Niccolas e começando a andar pelo corredor. Encontrei com Kamilla, Ciça e Felipe, John já havia ido na frente. Entramos no carro e Niccolas foi dirigindo até o teatro para a grande noite.
Mas o que nós não sabíamos é que estávamos sendo vigiados novamente.
FIM?
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Kill Everybody
Fiksi PenggemarUma cidade, diversos assassinatos. Você é capaz de descobrir quem é o assassino, antes que seja tarde?