John
A casa da avó de Rebeca era fenomenal. Grande, bem luxuosa e bem arrumadinha, o único problema era a poeira e o cheiro de lugar fechado, mas a virginiana dentro de mim já saiu abrindo tudo e catando a vassoura para limpar. Eu juro que teria varrido tudo, tirado o pó de tudo, teria até passado pano nas coisas se Rebeca não tivesse sugerido que fossemos ir para a praia, fazer um luau improvisado ou algo assim. Não relutei. Queria balançar minha linda bunda naquele lugar maravilhoso junto com meu lindo namorado.
Rebeca explicou que no andar de cima ficavam os quartos e no outro, o jardim. Disse que não era aconselhável ir para o jardim, já que o mesmo estava sem cuidado a meses porque tinham medo de ir lá em cima, com rumores de fantasmas e tudo mais... Aquilo poderia ficar melhor? Já sabia um lugar para consumar meu amor com James durante as férias de formatura.
Escolhi um quarto com James no andar de cima com uma grande cama de casal. Nem preciso dizer que ele bateu todos os cantinhos do quarto a procura de vestígios do assassino.
— Amor, ele não vai sair debaixo da cama!— Eu disse, me deitando com a barriga pra baixo— Fica calmo, a única coisa na cama que você deve se preocupar sou eu...
James virou o corpo para mim e sorriu, vindo sentar-se do meu lado. Me arrastei até o colo dele e fiquei olhando-o. Ele suspirou e começou a passar os dedos pelo meu cabelo.
— Só me sinto extremamente preocupado, John — Ele disse, me encarando — Não quero que nada de ruim aconteça com você.
Dei um sorriso de lado sentindo meu coração dar uma leve acelerada, como sempre fazia quando o assunto era James. Ele havia me conquistado tão fácil... Imaginar minha vida sem ele era complicado. Olhando-o naquele momento, nem parecia que algum tempo atrás haviam acontecido vários assassinatos, que eu quase havia morrido algumas vezes, sabe? Ele era minha luz no fim do túnel e eu era extremamente grato por tê-lo ao meu lado. James se inclinou para mim e eu me ajeitei para que ele pudesse me beijar. Nossos lábios se tocaram por alguns segundos até que ele se afastasse, olhasse nos meus olhos e murmurasse.
— Eu te amo, sabia?
Sorri como resposta, fazendo o máximo para não começar a chorar igual um bobo. Então ouvimos batidas fortes na porta e Kamilla entrou, bufando.
— Dá pra acreditar nessas escadas? E nessa poeira?— Ela veio até a cama e se sentou próxima de mim, apoiando a cabeça na parede— Me mandaram vir apressar vocês.
Revirei os olhos e fui me levantando devagar e indo até a mala. Abaixei perante a mesma e comecei a olhar as roupas.
— Eu achei esse lugar sinistro— Comentou James com Kamilla— Tenho a impressão de que vamos morrer a qualquer momento.
— Ai, que horror!— Kamilla rebateu, com a voz meio irritada— Chega de mortes, você não acha?
James não respondeu e eu peguei as roupas, analisando-as. Uma bermudinha e uma regata, estava ótimo para um luau improvisado. Nosso quarto não tinha banheiro, então eu provavelmente teria que achar um. E a saga do banheiro começou.
—
Uma hora e pouco depois, todos estavam completamente arrumados. Teria sido em menos tempo se Beatrice e Niccolas não tivessem demorado um pouco demais na hora de tomar banho juntos.
Nesse momento, estávamos ao redor de uma fogueira com Rebeca dançando quase que uma dança do ventre, não era preciso dizer que Rubens estava babando loucamente nela. Niccolas tocava Lucky no violão, Bia se balançava ao lado dele murmurando algumas notas. Kamilla acariciava a barriga com uma mão, comia um sanduíche de patê com a outra. James estava mais adiante com Kayla e pareciam muito sérios. Eu observava a todos um pouquinho, sentindo a paz daquela praia quase vazia. Estava tudo quase perfeito... Seria ainda mais se o resto dos nossos amigos estivessem ali. Luna com certeza estaria entre as pernas de Vyola, essa, por sua vez, estaria cantando junto com Niccolas. Anna provavelmente estaria andando na beira da praia com Laerte. Daniel estaria babando na barriga de Kamilla. Por um segundo, apenas um segundo, eu consegui visualizar todos ali e ouvir as suas risadas, o que me fez sorrir de forma tristonha. Me deixei levar pelo ritmo da música e imaginar todo mundo ali, contente, em uma reunião amigável.
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Kill Everybody
Fiksi PenggemarUma cidade, diversos assassinatos. Você é capaz de descobrir quem é o assassino, antes que seja tarde?