Capítulo 13

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Beatrice  

Matar uma grávida... Isso me dá quantos anos a mais no inferno?

Kayla sentou-se no colo de John e cruzou as pernas, encarando o corpo desacordado de Kamilla no chão. Minha mente começou a trabalhar rapidamente porque eu precisava encontrar um ponto fraco para livrar eu, meu namorado, minha amiga e meu irmão daquela situação.

— É duplo homicídio? — Kayla perguntou para ninguém e riu da sua própria piadinha. Virou-se para John e fez carinho em seu rosto. Meu irmão estava chorando feito uma criancinha— O que foi, pequeno John? Tiraram sua fábrica de leite pessoal?

E rindo novamente, ela começou a rebolar no colo de John e cantar Ur So Gay da Katy Perry. Meu irmão encarava o corpo morto de James, sem parar de soluçar. Olhei para Niccolas e ele estava em desespero, pelos seus olhos eu podia ver que estava tão concentrado como eu em conseguir uma resposta. Kamilla ainda estava desacordada e Kayla a encarava enquanto cantarolava no colo do meu irmão. Rebeca estava abraçada com as minhas pernas, falando sobre o Caribe e uma lua de mel. Eu precisava pensar.

— Eu tenho outros brinquedinhos ali, mas não consegui um processador. Imagina, jogar Kamilla em um processador?— Kayla deu uma risadinha— Poderíamos dar ela para os pobres depois, em forma de salgadinhos de carne moída.

Doente. Louca. Psicopata.

Kayla levanta do colo de John e senta perante Kamilla.

— Sabe, ela teria um grande potencial como mãe. Matar o namoradinho dela me doeu um pouco, mas um crime perfeito é um crime sem testemunhas. Pensei seriamente em libertá-la e depositar parte da fortuna que vou ganhar em sua conta depois — Kayla suspirou e ajeitou o manto, jogando o capuz por cima da cabeça— Até forjei umas pistas falsas e sempre estou filmando o crime de um ângulo diferente. Vou pegar um de vocês e fazer de Smile, sabe quem é o suspeito perfeito? O cinéfilo na sala.

O olhar de John agora estava lotado do mais puro ódio, os dentes cerrados com força, o rosto completamente molhado pelas lágrimas que agora escorriam com menos intensidade. Kayla deitou-se ao lado de Kamilla e voltou a falar.

  — Até pensei em ser amiga de vocês, mas Rebeca me mataria já que te ama tanto, Bia...

Uma luzinha acendeu na minha cabeça e olhei para Rebeca aos meus pés. Kayla tagarelava sem parar coisas que iria fazer com sua fortuna e sobre como seu crime havia sido perfeito. Me mexi de forma que chamei atenção de Rebeca, sem parar de olhar na direção de Kayla. Rebeca me encarou e franziu o cenho, fiz uma expressão de dor forte e ela franziu o cenho.

— Você está bem, bebê? — Ela perguntou, se levantando e me olhando nos olhos — Está sentindo muita dor? Vai passar, vai passar...

Tentei gemer ou algo do gênero e revirei os olhos, demonstrando irritação com a mordaça. Rebeca olhou para Kayla, que estava virada de frente para Kamilla, depois me olhou novamente e abaixou a mordaça da minha boca. Ela ergueu um dedo aos lábios pedindo silêncio e então ficou de lado, de forma que Kayla não pudesse ver que eu estava sem a mordaça.

  — Você é inocente, amor— Sussurrei, olhando a todo momento para a psicopata deitada no chão— Não vê que ela vai matar Niccolas antes que você sequer se mexa?

— Não vai!— Rebeca riu, contente— Ela disse que eu poderia acabar com a vida dele!

— Rebeeeeeca...— Kayla gemeu, levantando e indo na direção da bolsa— Onde está a motosserra? Quero serrar Kamilla como uma mágica!

— E-Está lá em cima no terraço, esqueci de pegar. Tive que esconder muito bem, está entre os arbustos.

 Kayla revirou os olhos e começou a subir as escadas, pedindo para que Rebeca tomasse conta de todos nós. Ela foi arrastando os pés, subiu pela porta e a fechou. Rebeca se virou para mim, tirou a mordaça novamente e eu voltei a falar agora um pouco mais alto, com Niccolas e John me encarando no mais puro desespero.

Kill EverybodyWhere stories live. Discover now