Capítulo 9.2

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Smile

Esperou a noite cair dentro daquele mesmo lugar escondido enquanto olhava para a tela do celular, vendo cada minuto se arrastar. Os dedos da mão livre mexiam-se de forma irregular, como um tique nervoso. A arma que usaria não estava em suas mãos, como queria segurá-la logo... A respiração por baixo da máscara estava calma e lenta, mas o coração pulsava loucamente no peito. 

Cada vez mais perto...

O relógio andava cada vez mais rápido...

Smile se fundiu com as sombras quando o horário bateu. Saiu rapidamente do seu esconderijo, fechando-o novamente e levando a chave consigo. Andou pelas árvores, andou pelas sombras da rua, somente a lua era testemunha de sua saída hoje. Um carro passou, algumas motos passaram, a sede pelo sangue parecia deixá-lo como um animal atrás de uma garganta para dilacerar. Quase soltou uma risada por baixo da máscara, mas não podia fazê-lo. Colocaria sua identidade em risco e ainda não podia fazê-lo, mas em breve... Em breve...

Bem, AQUELA morte era improviso, fugia completamente de seus planos já que ele iria realizar o banho de sangue mais para frente. Rubens era mesmo um escroto, fazer uma festa com Smile a solta... Que bom que ele era idiota. Deu um sorriso por baixo da máscara. Adorava mortes que vinham do nada, assim como o vento que sacudiu sua capa.

Olhou para casa de Beatrice e suspirou, animado. Foi andando novamente nas sombras até a porta dos fundos. Retirou um pequeno cartão de crédito metálico e passou na porta, não demorou muito para que estivesse aberta. Ele se esgueirou pela cozinha abrindo lentamente as gavetas no escuro, até que pegou o ralador de feijão. A morte perfeita! Tirou a mochila das costas e colocou o ralador de feijão lá dentro com cuidado, próximo ao estojo com as seringas com os líquidos interessantes que arranjara no laboratório da escola depois de muita pesquisa. Virou-se na mais plena escuridão e foi subindo lentamente as escadas. Passou pela repórter adormecida e quase a cutucou para assustá-la. Subiu as escadas lentamente sem fazer barulho, como um fantasma naquela casa escura, passando a mão com a luva negra pelo corrimão até parar no andar de cima. Smile foi andando totalmente oculto no escuro, passou pelo quarto da mãe e entrou no quarto dos meninos. John estava deitado com o namorado e ela estava mais adiante. Estava de costas falando no telefone ou dormindo? Bia se mexe se vira para Smile, completamente adormecida, mas com os fones nos ouvidos. Ele se aproxima lentamente dela, a respiração ficando meio acelerada. Retira um dos fones do ouvido e ouve a voz calma de alguém do outro lado, aparentemente cantando... O ódio cresce dentro do assassino e ele joga o fone em cima da cama. Era aquele tal de Niccolas. Irritado, Smile quase soca Bia dormindo, mas se segura e apenas lhe faz carinho nos cabelos coloridos. Ela sorri dormindo e se mexe novamente. O assassino vai se afastando lentamente até a porta, olhando-a dormir... Então se vira e invés de sair da forma tradicional, ele pula a janela, indo de encontro a uma árvore. Se mexe entre as folhas e vai descendo pela mesma em segurança até seu próximo destino.

A delegacia estaria completamente apagada e vazia, se não fosse por Roger e pela única luz que banhava o corredor. Smile, que não tinha medo de câmeras, entrou por uma das janelas abertas de forma descuidada e olhou em volta. Roger realmente estava sozinho, porque Smile fez uma pequena ronda e viu que não havia ninguém, além do pai homofóbico que estava sentado de costas para tudo, com alguns papéis na mão, murmurando que tinha certeza que seu filho viado era o assassino, entre outras ofensas. O assassino coloca a mochila no chão lentamente e abre o zíper, o tapado do policial não escuta nada. Ele retira a seringa da mochila e lhe dá um leve aperto, fazendo com que a mesma espirre um pouco do líquido. O serial killer sorri por baixo da máscara e avança até o policial com seus pés de lã... Então lhe dá uma forte pancada na cabeça. O policial cai de lado desorientado e olha pra trás, vê o assassino e, quando pensa em sacar a arma, Smile lhe dá um forte soco na barriga e pisa na mão do mesmo.

  — JOHN! PARA COM ESSA MERDA!

Smile leva um chute nas costas e cai no chão, quando o policial tenta se levantar o assassino lhe espeta a seringa no tornozelo e ele grita, caindo ajoelhado. O assassino levanta rapidamente e dá um forte chute nas costelas do policial, que cai de lado e gemendo. Com movimentos mais rápidos que um ninja de Konoha, o assassino vai até a mochila e retira outra seringa, juntamente com o ralador de feijão. O policial gritava ofensas no chão, tentando se mexer, porém suas pernas não respondiam. Smile vai devagar até ele, lhe dá um chute na boca e ergue a mão com o ralador até os lábios, com o indicador erguido, pedindo silêncio. O policial cospe sangue, um ou dois dentes e mais desaforos. Smile monta em cima dele e pega a seringa, lhe dando um forte golpe com a mesma no peito. O policial solta um chiado e diz, com a voz meio falha.

— John, seu maldito, eu me arrependo do dia que te adotei...

O veneno paralisante faz com que o policial mova somente e muito mal os braços. Smile pega o ralador de feijão e golpeia o rosto do policial, fazendo com que ele faça uma careta de dor e arfe. O assassino coloca dois dedos na boca do homem e a puxa pra baixo devagar, Roger estava em choque e não conseguia ter reação... Mesmo que quisesse, não teria, estava envenenado.

Smile coloca o ralador de feijão dentro da boca de Roger e então retira lentamente a máscara. O policial arregala os olhos e diz algo como "Como assim?" e coisas que o assassino não entende... Então, com rapidez, ele começa a mover o ralador de feijão em movimentos circulares e o homem começa a cuspir sangue a torto e a direito pela boca. Smile continua, continua e continua, sentindo o homem tentar se debater embaixo de si, com o sangue espirrando para todos os lados, dilacerando a língua, fazendo os olhos saltarem das órbitas, os gritos abafados por conta do ralador e do sangue que devia estar se empapando na garganta dele... Até que os olhos de Roger se viram para dentro. Smile continua mais um pouco, com o coração batendo devagar no peito e a respiração calma, com um sorriso no rosto nu. Ele retira o ralador devagar, passa a língua com cuidado no sangue do policial e engole, sorrindo em seguida... Era bom. Como era bom.

Depois de tudo, ele deixa Roger sem roupa e vai até a mochila, pegando um vestido, sapatos e uma peruca. Ele veste o corpo sem vida e ele fica grotesco. Só para garantir a morte, Smile pega a arma do homem, levanta o vestido e lhe dá um tiro nas genitálias, em seguida lhe dá um na nuca.

Morto.

Ele retira o bilhetinho de praxe da mochila e espeta na teta esquerda do homem, pega o ralador de feijão e coloca na mochila, põe a mesma nas costas, coloca a máscara no rosto e sai da delegacia da mesma forma que chegou: Sem ser visto.

No bilhete, dizia: "Meu nome é Janete, moro numa Kitnet, tenho 1 chevete 87, pago 1 boquete, entro na internet, do o cu em cima da mobilete e meu contato é 91347777, falar com Janete."

Kill EverybodyWhere stories live. Discover now