A Rainha dos Caídos

Baile de Sangue-Parte um

Olá pessoal! Sei que estou demorando para acabar a história, mas quem escreve deve entender como é difícil ter inspiração principalmente quando a obra está no final. Espero que entendam a minha demora, mas que continuem lendo até o final. Falta pouco, eu juro. Como o último capítulo está demorando resolvi postar um pouquinho dele para vocês lembrarem da nossa existência. Espero que gostem e comentem. Já estava com saudades <3

Ps: Estou escrevendo um livro novo que em breve postarei e espero que leiam esse também. 

Capítulo 30

Hazael estava sentado acima da aldeia, observando o nascer do novo dia. Sua ansiedade estava à flor da pele. Queria estar ao lado de Claire, dizer o quanto a amava, mas ainda não havia chegado a hora. Tudo ao seu tempo, ele sabia.

─O que deu em você, Hazael, para observar o nascer do sol?─perguntou uma voz fina que ele conhecia muito bem. Sophia. Ele deu de ombros. ─Vai ser um lindo dia de sol. ─comentou ela, sentando-se ao lado do anjo. Haz não queria conversar com ela, queria ficar sozinho e pensar em sua amada, no momento em que ela se tornaria sua esposa.

─Gostaria de ficar sozinho, Sophia. ─cortou ele, os olhos fixos no horizonte. ─Se puder se retirar...

A mulher bufou enquanto levantava-se, mas saiu sem fazer nenhum questionamento. Haz deitou-se nas relvas verdes com os braços cruzados atrás da cabeça e voltou a vislumbrar o rosto de Claire. Lembrou-se repentinamente que precisava comunicar aos Revoltados que não iriam mais atacar o povo e, de fato, não seguiriam mais com o plano de exterminar a raça humana.

Faltava apenas um dia. Um dia que seria muito... Claire não tinha uma palavra para definir o dia do baile de máscaras. Passara a manhã toda na biblioteca, tentando encontrar algo a mais sobre seus pais biológicos ou sobre seus outros antepassados, mas foi um fracasso. Decidiu que ficar trancada naquela sala com cheiro de coisa velha e poeira não era a opção mais agradável para aquele dia.

Mya e Jen estavam treinando no gramado em frente ao palácio, quando Claire apareceu. A loira parou na escadaria e observou tudo a sua volta como nunca tinha feito antes. As duas irmãs treinavam com espadas. Seus golpes eram precisos; e de longe qualquer um que não soubesse de seu parentesco acharia que elas estavam disputando até a morte da outra. Spencer brincava com Kat mais ao longe. Claire sorriu ao ver o moreno tão feliz outra vez. Imaginou-o no futuro, com seus próprios filhos, brincando igual fazia com Kat. A loira sentiu seu peito doer ao pensar em Spen casado e com filhos. Foi nesse instante em que ela se deu conta. Eu amo Spencer, pensou ainda o fitando de longe. Mas amo Hazael também, lembrou-se.

─No que você está pensando, Claire?─perguntou Tedd lhe dando um grande susto. Claire respirou fundo com a mão no peito, se recompondo do espanto. ─Você deveria ver a sua cara nesse momento.

O amigo gargalhava incontrolavelmente. A jovem lhe deu um soco no ombro.

─Não faça mais isso, seu babaca!─mandou ela ajeitando os cabelos em um coque. ─O que está esperando para fazer um pedido de desculpas?

Tedd a abraçou bagunçando seu cabelo.

─Sinto saudades de quando éramos adolescentes normais,sabe. ─desabafou ele sentando-se nos degraus. Claire o seguiu, arqueando as costas, de forma que parecia uma criança indefesa. ─Sinto falta da minha família.

Claire concordou pousando as mãos sobre seu colo. Ela também sentia falta dos pais, dos avós e de sua casa. Poderia um dia voltar a rever seus avós e sua casa, mas jamais seria uma adolescente normal, pois adolescentes normais não tem um par de asas, ou um avô rei. E ela tinha tudo isso. E tinha o peso de um mundo inteiro em suas costas. O respirar de cada pessoa dependia dela.

─Eu também sinto, Tedd. ─falou acariciando o ombro do melhor amigo. ─Estamos nisso juntos, independente do que aconteça conosco, está bem?─Claire levantou o dedo mindinho e esperou que o amigo fizesse o mesmo. Aquela era a forma de prometerem um ao outro que não se separariam.

─Somos mais do que melhores amigos, somos irmãos. ─falou ele com convicção e juntou seu mindinho com o da amiga, selando a promessa. ─É uma honra ser seu melhor amigo, Claire Daves.

A loira pensou em contar para o amigo sobre a oferta de Hazael e sobre o que se submeteria a fazer pelos dois mundos, mas Kat e Spencer a atrapalharam.

─Claire você me ajuda a escolher um vestido para o baile?─perguntou a garotinha sentando-se no colo da loira. Claire concordou, dando um beijo na bochecha rosada de Kat. ─Tenho que ficar parecendo uma princesa!

As duas garotas entraram no palácio para encontrarem um vestido ideal para Kat.

Haz ficou o dia inteiro pensando em como contaria aos Revoltados que não atacariam mais a Terra e nem o palácio. Primeiro ele teria que falar com Sophia. Se a convencesse de que era inútil exterminar a raça humana seria mais fácil convencer os outros.

Sophia estava perto do rio quando Hazael finalmente a encontrou. Estava com as pernas dentro d'água, banhando-se.

─Será que podemos conversar, Sophia?─perguntou o rapaz-anjo, se aproximando de onde a mulher estava. Sophia se virou um pouco para analisá-lo melhor e assentiu, gesticulando para que ele se juntasse a ela. Hazael preferiu ficar de pé, observando o rio. ─Vim lhe comunicar algo muito importante.

─Diga sem rodeios, Hazael. ─ordenou a morena,passando os dedos pelos fios escuros e cacheados de seus cabelos. Antes de conhecer Claire com certeza ele teria podido amar aquela mulher em sua frente, mas agora só a achava bonita. ─O que é tão importante?

─Vim lhe comunicar que não iremos mais atacar o palácio do rei ou qualquer outro lugar. ─o coração do rapaz parecia sair pela boca. Aquelas eram palavras muito delicadas e poderiam ser interpretadas como traição. Sophia o encarava sem expressão. ─Irei informar aos Revoltados esta noite.

Sophia se levantou, despejando um pouco de seu veneno.

─Está fazendo isso por causa daquela mundana, não é mesmo?─perguntou retoricamente. ─O que Hazael, pretende se casar com ela e se tornar o rei da Cidade dos Anjos? Ela não o ama!

Hazael a pegou pelo braço, apertando-a mais do que deveria.

─Você está dizendo isso porque eu a escolhi e não a você!─Sophia estava a beira de um ataque só de ouvir as palavras do traidor. ─Amanhã, no baile de máscaras, iremos oficializar nosso casamento. ─Hazael estava prestes a dar as costas para a mulher e ir pronunciar sua decisão aos Revoltados naquele mesmo momento quando Sophia parou abruptamente em sua frente.

─Espere, Hazael. ─pediu ela, pousando as mãos finas e bronzeadas sobre os ombros do rapaz muito mais alto. Sophia era muito mais esperta do que Haz pensava e, em menos de minutos, já tinha um plano arquitetado. ─Se esta é sua decisão final, irei lhe apoiar. Deixe-me contar aos Revoltados sobre a sua escolha. Direi que você me convenceu com seus argumentos.

Hazael acreditava no que Sophia estava lhe dizendo. Ele acreditava que poderia ser feliz ao lado de sua amada e fazê-la também. Entretanto não fazia ideia das intenções maldosas da mulher a sua frente. Desconhecia do que ela era capaz de fazer quando se sentia traída e humilhada. A fúria de Sophia só aumentava a cada instante em que ela repassava seu plano mentalmente.

─Está bem, Sophia. ─concordou Hazael sentindo-se mais aliviado. O rapaz até mesmo sorriu de felicidade. ─Permito que fale aos Revoltados da minha decisão. ─a mulher assentiu, sorrindo amargamente enquanto se curvava ao anjo a quem amara por um breve período de tempo. ─Terei que me ausentar agora, mas espero que quando voltar esteja tudo esclarecido ao nosso povo.

─Como quiser, mestre.