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Pode ser simples para algumas pessoas, mas não é tão simples assim. Principalmente depois de passar mais de um ano sem ouvir tais palavras de ninguém – bem, não dessa forma. Não estou traumatizada. A última pessoa que disse me amar acabou me traindo, perdendo minha confiança e me deixando pouco tempo depois. Mas, esse não é o ponto. O ponto aqui é o ponto positivo, a mudança no cenário e toda a explosão de novas cores e possibilidades que colidiu em minha mente no momento em que ouvi a frase seguida de meu nome:

— Eu te amo, Ellen. — Brandon soltou assim, num só fôlego, como algo que estava entalado em sua garganta há dias. E, conhecendo-o como eu acho que conheço, isso realmente aconteceu. Ele parece aliviado.

E eu, sinto-me sortuda.

Feliz, extasiada, contente, jubilosa. E, sem nem saber, me sinto realizada.

Agarro o rosto de Brandon, minhas mãos apertando cada lado de suas bochechas, e o beijo com intensidade. Ele retribui, sabendo o que aquilo significa.

Eu o amo.

Eu o amo mesmo.

Como fui tola em tentar esconder durante tanto tempo.

— Eu te amo, Brandon. — Não consigo esconder o sorriso que me invade ao pronunciar as palavras proibidas. Percebo que não há nada de mal em revelar. É até gostoso. As sílabas dançam em minha boca, implorando para saírem novamente. — Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo! — Jogo meus braços em seus ombros e abraço seu pescoço, enroscando meus dedos em seus cabelos negros e ainda mais brilhosos por causa da água que age nos fios, junto com as luzes do restaurante, os dando uma coloração quase azul. Mergulhando na sensação de liberdade ao, finalmente, me sentir confortável ao dizer o que sinto, não percebo imediatamente, mas logo me ocorre.

Estou olhando para o vidro do restaurante chinês, mas meus olhos estavam vidrados até cinco segundos atrás. Agora, o vidro se torna transparente e eu enxergo o lado de dentro do restaurante. As reuniões de família que acontecem lá dentro e, bem ao centro do pequeno salão, um rapaz ruivo de cabelos cacheados aprecia a refeição na companhia de alguém. Não vejo quem é, não está tão nítido para isso, mas de uma coisa tenho certeza: não é quem deveria ser. Não é Andy.

Largo o corpo de Brandon e agito os braços. Ele se espanta e vira-se para olhar o ponto onde meus olhos miram.

— O quê? O que foi? Você está pálida! — Ele exclama, mas logo derrete e volta-se para mim novamente, segurando meus ombros. — Ellen, você não pode falar nada para Andy.

Franzo o cenho e abro a boca para falar, mas não quero dizer nada. Olho novamente através do vidro e consigo ficar mais indignada.

— Por que não posso falar nada?! Olhe isso. Tenho quase certeza que é Brad.

— Você não sabe; ele está de costas. E você não pode falar nada a Andy. Só irá o deixar chateado.

— Mas, ele não tem o direito?!

— Não. — Brandon é firme. Ele quase bate o pé no chão para reforçar a negativa.

Reviro os olhos, me sentindo frustrada por não poder agir.

— Certo. Eu prometo não falar nada, mas, Brandon... — Fecho os olhos, sentindo um queimor subir por meu peito. — Eu não quero que nada esteja acontecendo aqui. Não me sentiria nem um pouco bem com isso. Da próxima vez que eu vir algo, eu contarei.

— Se você vir o quê? Você nem sabe o que está acontecendo lá dentro. Pode ser só... um jantar de negócios.

— Claro. Claro, muito convincente. Sabe... — cruzo os braços por cima do peito — Você e Brenda defendem muito as ações de Malcolm. O que vocês sabem?

As Listas de Ex-namorados de EllenOnde histórias criam vida. Descubra agora