As Listas de Ex-namorados de Ellen

1 - Ex-namorados

 A ESPERA ACABOUUUUU! Vem que março chegou e com ele um capítulo novinho de 3.400 palavras. ♥  

Quero 3.400 palavras de comentários também, vem!

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— Como é que é? — Paro no meio da rua, afetada com a notícia. Não faz sentido. Malcolm e quem quer que seja seu ex-namorado? Não, não. Não. — Por que você está desconfiando assim, de uma hora para outra?

— Porque eu tenho motivos, Ellen. — Andy suspira pesadamente e eu consigo ver que ele não está surpreso com nada que possa estar acontecendo. No passado, Andy já sofreu muito com relacionamento, mas esse é o primeiro que está durando mais de um ano. Ele estava confiante que dessa vez tudo caminharia para o altar, agora que eles podem se aproveitar disso. — Malcolm passou nossas férias inteiras, praticamente, com os olhos grudados no celular e nunca, em momento algum, me deixou ver o que ele estava fazendo. Mas, um dia, por acaso... eu vi um item de mensagem não lida na tela, e na imagem mostrava Brad, o ex-namorado de Malcolm. Aquele que veio bem antes de mim.

— Ah, mas... isso não quer dizer nada, quer? — Voltei a andar, novamente com os braços enganchados no braço de Andy. Conversas on-line com ex-namorados ou basicamente qualquer pessoa no mundo pode ser um ato de desconfiança, ainda mais quando o nosso parceiro não nos deixa ler sequer uma palavra que estávamos trocando com sei-lá-quem. Porém... privacidade é algo muito importante para algumas pessoas, e se Malcolm não quer que Andy leia suas mensagens de texto, ele deve ter algum motivo muito bom para isso. Privacidade, ou simplesmente ele não quer que o atual namorado morra de ciúmes por algo inocente.

— Quero acreditar que não. Mas, você sabe como as coisas funcionam comigo...

Andy para de falar e também freia o passo. Estamos em frente ao nosso prédio. Ele passa o braço em volta dos meus ombros e aperta meus ossos, então subimos os degraus que nos levam até a entrada, e depois, atravessamos o Hall de entrada minúsculo até as escadas principais, ignorando o elevador.

— Ei, você sabia que consertaram o elevador? — Andy me pergunta, distraído.

— Jura? Achei que aquela coisa ia ficar ali, de enfeite, por mais alguns anos. — Ele ri e eu me sinto um pouco melhor por tê-lo feito deixar de lado aquela carranca magoada que carregava em seu rosto liso e nada parecido com o rosto de um homem de vinte e sete anos. Andy está com o cabelo loiro um pouco mais queimado do sol do Caribe e o bronze que figura em seu rosto o deixa com a aparência de mais novo ainda, talvez entre seus vinte e vinte e três anos. Porém, quando ele murcha o lábio em um sorriso invertido, nada o denuncia mais a idade correta do que essa tristeza iminente.

Chegamos ao andar dos apartamentos rápido, mesmo subindo as escadas. Andy me contou um pouco mais sobre o sol das ilhas Caribenhas quando eu comentei sobre seu bronze, e me prometeu uma viagem para lá até o final do ano. Ou talvez até o fim da década.

— Não sei quando iremos, mas vou te cobrar. — Digo, já girando a maçaneta da porta para entrar no apartamento. Andy segue para o seu e só pisca um olho como resposta, o que eu aceito como uma promessa.

O que vejo quando entro na sala de meu apartamento é incomum. Uma mulher sentada com a postura ridiculamente ereta está no sofá. Ela me olha espantada assim que meu corpo inteiro adentra o cômodo.

— Olá. — Digo, sorrindo amarelo. Só depois penso que ela pode ser da agência de Babás.

— Estou esperando Brenda Millick. — Ela diz, sem se mover. — Espero que minha presença não seja um incômodo.