here with me •n.g• [Concluída]

I love him, Hayes.

          – Nash!

Ouvi um voz doce me chamar e me afastei de Stassie.
Allyce caminhava do outro lado da calçada e eu a olhava atentamente. Ela parecia surpresa e desapontada em me ver com a Stassie, mas eu estava bem mais desapontado do que ela.

Tenho certeza disso.

Ela estava arrumada, e maquiada. Provavelmente estava voltando de sua festa de aniversário de 18 anos, na qual eu fiz questão de faltar propositadamente.
Eu ainda vestia as roupas sociais que eu havia escolhido para encontrá-lá de tarde, meu cabelo estava duro, do gel que eu usava, e eu ainda sentia o cheiro forte do meu perfume.

Levantei do degrau, num impulso e continuei olhando para a garota que vinha na minha direção. Eu não queria falar com ela, mas acabei levantando, eu estava surpreso.
Ela deu mais alguns passos e parou na minha frente, abraçando seu próprio corpo.
          – Nash, desculpa, eu não...-Ela começou mas eu a interrompi.
          – Eu esperei por duas horas, Allyce.-Ri sem humor encarando seus olhos. – Por que você pelo menos não ligou para dizer que ia se atrasar ou que não ia mais?!
          – Meu celular descarregou e eu estava na praia com o Matt, não tinha como.-Ela explicou.
          –Ah, então você estava com o Matthew?-Levantei uma sobrancelha tentando me controlar para não gritar com ela. – Sério, Allyce? Você voltou com ele, de novo?
          – Você não tem nada a ver...
          – Eu não tenho nada a ver?!-Aumentei o meu tom de voz. – Você está namorando e aceita sair comigo, e eu não tenho nada a ver? Não vem com essa história porque isso não é resposta de alguém que tenha a sua idade. Você fala de mim, mas quem deveria ter mais maturidade é você!
          – Eu tentei ajeitar essa situação da melhor forma possível, Nash. Mas eu não consegui!-Ela continuava insistindo em estar certa.
          – Não pensei que você aceitaria se estivesse com o Matthew...-Neguei com a cabeça. – Você é inacreditável!
          – Você não entende...-Ela sussurrou quase de forma inaudível e olhou para baixo.
          – É porque não tem como entender isso, Allyce!-Exclamei e levantei os meus braços em forma de rendição. – Você é complicada demais! Eu não consigo te entender. Eu pelo menos tento, tento ao máximo por você, mas é algo impossível!
          – Tá, chega. Eu já me sinto péssima por isso, só vim pedir desculpas.-Ela suspirou. – E eu não preciso que você entenda, Nash. Preciso que você aceite as minhas decisões.
          – Aceitar as suas decisões?-Neguei com a cabeça e a olhei incrédulo.

Ela só podia estar brincando.

          – Como você quer que eu aceite o seu namoro com aquele idiota?! Você está cega! A relação de vocês é uma falsidade! Você não gosta do Matthew!-Ri com um toque de deboche.
          – Olha, Nash.-Ela apontou o dedo indicador no meu rosto. – Você pode falar qualquer merda que quiser, mas você não determina de quem eu gosto, nem quem eu vou ficar. Eu escolho isso! E você não pode escolher por mim!

Dei um passo a frente e segurei a sua mão, que apontava para o meu rosto, e a puxei rapidamente, fazendo com que ficássemos frente a frente.
Não sei por que eu fiz isso, mas agora não conseguia parar de olhar para ela.
Quando ela fica com raiva suas bochechas ficam avermelhadas, e ela torce os lábios. É até engraçado.
Ah seus lábios... São lindos.
Perfeitamente alinhados e rosados, parecem ser tão macios e calmos, assim como eram a há alguns anos atrás.

Sorri ao ver o quão próximo estava dela, e ao ver o quanto queria beijá-la.
Allyce olhava atentamente para os meus olhos, e as suas feições eram sérias. Ela parecia se acalmar aos poucos, e eu também. Apesar de o meu coração estar a 100 km/hr.

Levei a minha mão lentamente ao seu rosto e o toquei delicadamente, olhando para os seus olhos penetrantes e para os seus traços perfeitos.
Esse era o mais longe que fomos desde que eu voltei, fazia tempo que eu não ficava tão próximo assim dela.
Fazia tempo que não sentia a sua pele, o seu calor, e o seu olhar tão intimidador sob mim.
Eu queria tanto beijá-la, era como se eu precisasse disso. Como se os seus beijos fossem o meu oxigênio. Eu sentia uma carência enorme, era como se precisasse suprir as minhas vontades.