Capítulo 4

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Bem, optei por ver um filme, visto que não me apetecia mesmo estudar, até porque acho que não ia conseguir, a minha cabeça está demasiado confusa para isso.

Peguei no primeiro filme que me apareceu na estante e saiu o " Titanic" é um filme que gosto mas tenho sempre que chorar até ao fim. Senti os olhos a pesar e desliguei a televisão.

***

Quando acordei já eram 17:00h, nem acredito que dormi tanto, provavelmente ontem deitei-me bastante tarde. Fui fazer alguma coisa para almoçar, bem não era bem almoçar, já me servia para o lanche e jantar também.

Voltei a deitar-me na cama e liguei o computador, dia 8 de setembro, hoje Marlie faria 19 anos.. muitas memórias divagaram pela minha mente, passei horas a ver as poucas fotos que tinha com ela, pequenas gravações de voz ou até mesmo pequenos bilhetes de aula que tinha guardados numa pequena caixa.

As horas passaram sem eu me dar conta, entre lágrimas e risos, memórias boas e más, o meu despertador tremeu dando as 23 horas.

Aconcheguei-me por entre os lençóis e caí pesadamente no sono.

***


Fui acordada por um estranho ruído, será alguém na porta? Será um assaltante? Não, calma não é nada disso. Escutei com atenção.

"Deita-te!" - ouvi uma voz masculina cuspir rigidamente, parecendo vir do apartamento ao lado.

Como habitual, na minha mente os filme já estavam a formar-se, o barulho de arrastar continuou, ao que parecia ser de uma cama, e logo de seguida uma espécie de... gemidos.

Não estou minimamente interessada no que se está a passar naquele apartamento, mesmo que na verdade eu queira ir bater aquela porta e parar o bruta-montes que eu imagino que esteja a obrigar uma inocente rapariga a ter relações com ele.

O sono voltou a apoderar-se de mim e quando voltei a olhar para o despertador já eram nove da manhã.

Como habitual dirigi-me á cozinha pocurando pela caixa dos meus flocos, peguei na caixa e tirei o saquinho dos flocos mas já não tinha suficientes.

Decidi vestir-me à pressa para ir ao pequeno supermercado que existia em frente do meu prédio. 

Fechei a porta à chave e comecei a caminhar quando senti um forte embate contra mim e caí para o chão, um rapaz com cara de poucos amigos, cabelo aos caracóis ligeiramente inclinado para trás, braços tatuados e vestido de preto.

Reparei que o rapaz saía do apartamento ao lado, foi contra mim e continuou o seu caminho pelo corredor como se nada se passa- se, queria gritar com o rapaz e obrigá-lo a pedir-me desculpa, magoou-me, tanto que sinto os músculos do meu braço a contorcerem-se.

"Idiota"-sussurrei, e acho que saiu mais alto do que eu esperava, só espero que ele não tenha ouvido.

"Disseste alguma coisa!?" - ele perguntou bastante enfurecido já a beira da porta. "vê lá com quem te metes!" - começo a ficar com um certo medo dele, mas não ia dar parte fraca.

"Podes parar de falar assim para mim? Fiz-te alguma coisa? Que eu saiba tu e que vieste contra mim!"- disse e fiquei impressionada com as minhas próprias palavras. Num impulso ele agarrou-me o braço que à pouco tempo tinha magoado e eu gemi de dor.

"Pára! estas a magoar-me"- disse mas ele continuou a apertar o meu braço ainda com mais força.

"Achas que estou importado se te estou a magoar !?" - ele respondeu com frieza.

"Larga-me! Tenho mais coisas que fazer do que estar aqui a falar com um idiota que foi contra mim e nem me pediu desculpa!" - disse bastante irritada.

"Deves-te achar uma grande coisa! Cabras como tu não merecem desculpas" - disse com ironia e desapareceu no corredor.

 Estive prestes a segui-lo e dizer-lhe umas verdades na cara, mas o medo era mais forte que eu.

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