Right as rain

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Por Simon

Saímos do hotel as 6:30 horas da manhã, tive que acordar Violet aos gritos pois ela nem sequer mexia-se quando eu a chamava, ela resmungou alguns xingamentos, mas logo levantou-se, passamos a viagem inteira sem trocarmos uma palavra, vez ou outra eu olhava em sua direção, ela ficou o trajeto inteiro olhando a paisagem pela janela, ou talvez dormindo, não havia como saber já que ela estava de óculos. Resolvi trazê-la para minha casa antes de contar tudo para meus pais e para a Adele, antes de tudo eu preciso ver meu filho.

- Este é seu quarto. - falo apontando para uma porta no final do corredor, ela anda até o quarto vagarosamente e abre a porta eu a acompanho, seus olhos vagam por todo espaço analisando cada detalhe, o quarto é um pouco escuro, há uma cama de solteiro no canto esquerdo e uma prateleira sobre ela, no outro canto há um porta de correr que dá para o closet e ao pé da cama uma escrivaninha, nunca pensei em receber ninguém nesse quarto, mas sempre fiz questão de que ele estivesse arrumado, Violet joga a mochila sobre a cama e vira-se me fuzilando com os olhos.

- Já pode sair. - ela diz com a voz áspera. 

- Ah, claro, você pode descorá-lo como quiser, é seu agora.

- Está ótimo para passar uma temporada, não pretendo ficar por muito tempo.

- Como?

- Você não tem a minha guarda legal, eu estou aqui praticamente como fugitiva, logo, logo o conselho de menores irá bater na sua porta.

- Não se preocupe, isso será resolvido o mais breve possível.

- De qualquer forma, logo vou fazer 18 e não precisarei mais morar com você.

- Pode não parecer, mas eu sou seu pai.

- Meu pai morreu assassinado. - fico sem reação com tamanho da frieza demonstrada por Violet.

- Eu vou precisar sair, vou ligar para o telefone fixo daqui a algumas horas, vê se atende.

Saio do quarto e fecho a porta, estou completamente espantado, tenho vontade de dormir e acordar com todos os meus problemas resolvidos, pego a chave do carro e dirijo até a empresa.

- Bom dia. - falo entrando no escritório.

- Senhor Konecki? - Valerie me acompanha assim que entro em minha sala.

- O relatório de sua reunião em Saint Albans já está em sua mesa, eles pediram por uma resposta imediata se possível.

- Tudo bem. - respiro fundo, tenho muito trabalho acumulado dos últimos dias, minha cabeça doe só de pensar que terei que trabalhar em dobro.

- Chegou algo na caixa de correio para você, está sem endereço, e o conselho de menores mandou uma intimação, não sei do que se trata.

- Porra. - bato com os punhos na mesa. - Jenny foi mais rápida do que eu pensei.

- Algum problema Senhor?

- Não Valerie, Finch já chegou?

- A poucos minutos.

- Tudo bem, pode ir.

Abro o pacote amarelo em minha frente com o selo dos correios, assim que tiro o lacre meus olhos se fixam sobre o papel a minha frente, passo a ler cada linha com atenção e angustia.

"Tenente da policia militar e sua esposa foram assassinados cruelmente dentro da própria residência na noite desta terça feira, 25 de fevereiro de 2010."

O tenente Bruno Freire foi responsável  pela prisão de um dos maiores traficantes de drogas do país, poucos meses depois começou a sofrer ameaças, mas mesmo com escolta da polícia os criminosos conseguiram invadir a casa do tenente, testemunhas afirmam que ele, sua esposa Sofhie, e Violet sua filha de apenas 14 anos estavam na residência na hora do ocorrido, o laudo da pericia identificou como ocorreu a ação, segundo eles dois bandidos fortemente armados invadiram a casa por volta das 5:00 horas da manhã, todos na casa dormiam, os bandido foram até o quarto do casal e atiraram a queima roupa em ambos, a filha do tenente que estava no quarto ao lado viu tudo de perto, os bandidos não a viram e ela conseguiu escapar sem nenhum ferimento.

A história de amor final (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora