Set fire to the rain

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Por Adele

- Você não tem noção de quantas noites eu sonhei com esses beijos sinceros, sem culpa, com a suas mãos em mim novamente. - minhas mãos estão acariciando a barba de Simon enquanto dou beijos por seu rosto.

- Você não foi a única a sentir saudades. - Simon beija-me novamente. Meu Deus, como pude viver sem ele todo esse tempo?

- Nós precisamos ir.

- Tem certeza? Com o aniversário de Violet nós não teremos tempo de ficar assim, juntinhos.

- Nós ainda temos uma vida inteira. - Simon segura em minha nuca e me beija.

- Vamos. - digo me levantando, mas Simon puxa a minha mão.

- Espera, quero te mostrar um coisa.

- O que?

- Confia em mim?

- Sim.

- Então vem. - Simon segura em minha cintura e começa a descer os degraus, aos poucos a água vai subindo.

- Você não vai me fazer entrar, vai?

- Não se preocupa. Só confia em mim. - Desço os últimos degraus e a água bate em minha coxa, sinto a areia se movimentar sobre meus pés e dou uma risada sentindo cócegas.

- Havia me esquecido de como é a sensação de pisar na areia. - Simon sorri para mim e continua andando em direção a cachoeira.

- Segura na minha mão. - a água já esta praticamente em meu pescoço, Simon para em frente a cachoeira e me olha. - Pronta?

- Pronta pra que?

- Pra entrar na minha cabeça?

- Que?

- Não solta da minha mão, ok? - O barulho da água da cachoeira caindo sobre as pedras é tão grande que Simon grita para que eu possa ouvir. Assim que eu assenti com a cabeça Simon me puxou pela mão me fazendo mergulhar. Senti meu braço encostar sobre algo e abri meus olhos, a água cristalina me permitia ver cada detalhe que havia debaixo d'agua. Nós estávamos passando por um corredor de pedras, havia dezenas de desenhos feitos com giz de cera colorido, as gravuras pareciam ser fruto da imaginação de alguma criança, criaturas mágicas com cores e formas diferentes, passamos por uma pedra onde está escrito "meu mundo, não ultrapasse". Sinto meus pulmões queimarem, as mãos de Simon me puxam com mais forma e eu sinto alívio assim que chego a superfície.

- Caramba! - olho para Simon ele também está ofegante.

- Chegamos, bem vinda ao meu mundo - ele fala e eu olho em volta. Estamos em algum tipo de caverna que fica por trás da cachoeira.

- Isso é incrível. - digo me referindo a todas as gravuras que estão espalhadas sobre as paredes, o reflexo da água bate sobre a parede e faz com que os desenhos de alguma forma brilhem. Simon segura em minha cintura e me coloca sentada na beirada, ele apoia seus braços em minha perna e me observa. Meus olhos não param de percorrer todo o espaço, cada mínimo detalhe é encantador, olho para cima e vejo mais desenhos.

- Foi aqui que eu passei boa parte da minha infância, esse lugar é como se fosse minha caixinha de memórias. - olho para Simon e vejo seus olhos brilharem. - Toda vez que algo acontecia era aqui que eu vinha. Olha. - Simon aponta para as nuvens de chuva em azul que estão espalhadas. - Toda vez que eu chorava desenhava uma nuvem dessas, meu pai me dizia que não era feio homem chorar, dizia que nós éramos nuvens e que vez ou outra precisávamos fazer chover, caso contrário morreríamos de seca.

- Pelo visto você não chorava muito.

- Eu era uma criança, tinha tudo o que queria, não haviam muitos motivos para chorar.

A história de amor final (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora