Cold Shoulder

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Eu espero de verdade que Simon tenha algum curso de oratória por que no momento não acredito haver nenhuma explicação plausível para essa situação.

- Adele? - Valerie me olha com os olhos arregalados.

- Sim Adele, cantora, mãe do Ângelo e por acaso esposa de Simon. - travo a mandíbula na tentativa de não gritar.
Sinto meu sangue circular por todo meu rosto e sei que estou vermelha de raiva. Tento respirar fundo. - O que você está fazendo no meu quarto vestida com a camisa de Simon?? - entro no quarto.

- Eu posso explicar. - ela fala com a voz trêmula. Ouço um barulho no banheiro e meu estômago embrulha.

- Achei! - Simon sai do banheiro com algo em mãos. Assim que o vejo tenho vontade de gritar e batê-lo até não sobra forças. Ele me olha e se aproxima.

- Eu quero muito que nesse momento você se exploda em mil pedaços Simon por que eu não quero ser acusada como responsável de um assassinato.

- Adele, calma. - ele toca em meu braço e eu perco todo o controle que me esforcei em manter.

- FILHO DA PUTA, VOCÊ AINDA ME PEDE CALMA.

- Acho melhor eu ir embora. - Valerie sai praticamente correndo do quarto enquanto Simon tenta se aproximar.

- Adele me escuta, eu sei que é isso que todos falam quando são pegos em flagrante mas, não é nada do que você está pensando.

Sento-me na cama e coloco as mãos apoiadas em meu joelho no rosto.

- Cala a boca Simon.

- Adele, por favor. - ele senta na cama e eu me afasto ficando em pé.

- Simon pelo amor de Deus, cale a droga dessa boca antes que você consiga deixar a situação ainda pior.

- Eu não vou deixar você aqui imaginando mil coisas sendo que nada aconteceu.

- Conversamos outra hora. - viro as costas, não consigo olhar para ele no momento. Ouço o som da porta bater e me jogo na cama chorando baixinho.
Retiro os sapatos e abraço o travesseiros, as lágrimas são quentes e descem levemente pelo meu rosto. Fecho os olhos e me encolho o máximo que posso. Respiro fundo tentando parar as lágrimas de caírem e me concentro em deixar toda a minha raiva e tristeza se esvairem. Limpo meu rosto com as mãos e tento relaxar. Continuo com os olhos fechados e acabo adomercendo.

- Mamãe - ouço a voz de Ângelo e abro os olhos com dificuldade por causa da claridade da luz acessa. Ele está no pé da cama segurando um ursinho e esfrega os olhinhos.

- Oi meu amor? - me sento e ele vem em minha direção.

- Posso dormir com você?

- Claro que pode peanut. - pego ele no colo e depois o coloco ao meu lado. Cubro Ângelo com um lençol e deito de bruços enquanto seus olhos me obervam.

Ficamos nos olhando nos olhos durante algum tempo até que Ângelo leva sua mão até meu rosto.

- Mamãe que olhos grandes você tem - ele passa a mão pelos meus cílios e eu fecho os olhos - parece o lobo mal. - dou uma risada alta de seu comentário.

- Eu não sou o lobo mal Peanut. - sussurro.

- Eu sei mamãe, a vovozinha não caberia na sua barriga. - ele sussurra de volta. Ângelo fecha os olhos e acaricia minha bochecha. Aos poucos sinto os seus movimentos cessarem e percebo que ele dormiu.

Retiro sua mão do meu rosto e me levanto. Vou até o closset e procuro um pijama qualquer, sinto minha barriga roncar e desço as escadas até a cozinha. Todas as luzes estão apagadas exceto a do corredor e do escritório de Simon. Pego alguns ingredientes na geladeira e faço um sanduíche, coloco um copo de suco e me sento á mesa.

A história de amor final (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora