Acordei com uma dor de cabeça terrível. Giulia disse que foi por causa da chuva que tomei ontem, acabou despertando a velha crise de sinusite que eu tenho, as vezes.
— Odeio ter que deixa-la aqui doente, ainda mais quando a culpa foi minha — papai dizia, alisando meus cabelos.
Ele iria para Londres com a mamãe, mas só por dois dias. Ou um dia e meio, eles ainda não se decidiram.
Me disseram que iriam resolver coisas do trabalho, e eu não fiz questão de perguntar.
— Tá tudo bem, pai. Giulia vai cuidar de mim, eu ficarei bem.
— Ok — cuidadosamente beijou minha testa, e se afastou para pegar o casaco e a chave do carro — Confio em você, Giulia.
— Alguma vez já decepcionei vocês? — Giulia responde, sorrindo.
Eles sabiam que não.
— Eu sei. Nem é a primeira vez que a gente viaja, mas sempre dá um aperto no coração — mamãe se ajoelha ao meu lado na cama, e dá um sorriso fraco — Amo você.
— Também amo vocês, mas vocês têm que ir antes que percam o vôo — os apresso.
Eles fizeram saem do quarto em busca de Londres.
— Você vai pra escola? — Giulia me pergunta, atenciosa.
— Aham.
— Então tome o chá — ela ordena me entregando uma chácara azul — Você volta de ônibus ou quer que eu peça para alguém ir te buscar?
Rapidamente me levanto da cama, reviro os olhos e digo:
— Eu não sou mais criança! Sei me virar — afirmo, determinada, batendo os pés no chão.
Giulia gargalha.
— Do que está rindo?
— Nada, senhorita — Giulia sai do quarto, torcendo para não cair na risada.
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Eu caminhava no meio do corredor, com as mãos cheias de livros, e o olhar fincado no chão, quando meus livros são arremessados para o alto, e eu caio no chão, empurrada por alguém.
— Ai! — reclamo, massageando minha cabeça, então ergo o meu olhar — o delinquente!
— O que disse? — o mesmo garoto a quem eu tinha visto ontem saindo irritado da secretaria, tinha esbarrado em mim — Me chamou de delinquente?
— Foi o que ouviu? — rebati.
— Jade! — ouço Dexter gritar pelo meu nome, eu tento me levantar junto com meus livros.
— Porra, você é Jade Colins? — o garoto pergunta, aparentemente irritado, e leva a mão a cabeça.
— Sim, a gente se conhece?
— Não, mas a diretora disse que eu preciso da sua ajuda.
— Bateu forte com a cabeça quando nos esbarramos? Eu nem te conheço.
Ele ergueu um braço, e contra minha vontade, me levantei do chão e limpei a parte de trás da minha calça com as mãos.
— A diretora dessa escola resolveu que eu deveria conhecer esse lugar melhor. E também disse que você me ajudaria.
— Eu? — me certifiquei, juntando a pilha de papéis.
— Tem mais alguma Jade Colins que eu não saiba?
Infelizmente, não. Não havia mais ninguém com esse nome aqui.
— Porque se tiver, graças a Deus! — ele caçoou.
— Se quer minha ajuda, deveria começar a me tratar melhor. Aliás, eu não posso agora, me encontra no Water's Club que eu vejo o que posso fazer por você... As 19, seja pontual. — digo o olhando de cabeça aos pés.
— Jay! — Dexter me chama de novo.
— To indo! — grito de volta e o garoto se vai, desleixado.
Alcanço Dexter e ele ergue a sobrancelha perguntando quem era o tal garoto mais velho.
— Ainda não sei. Vamos, logo. Antes que a gente se atrase.
O clube era onde todos os alunos se reuniam. Uns tomavam banho de piscina, outros faziam natação, uns iam afim de se bronzear, e outros, para tomar limonada. Bem, uma coisa todos tinham em comum: todos iam querendo de se divertir.
Ah, até tinha um palco Backstreet onde as pessoas se apresentavam, cantavam algumas músicas e se ganhassem muitos aplausos, podiam até receber brindes.
— Querida! — vovó chegou até mim, e me abraçou.
Vocês devem estar se perguntando o que diabos a minha avó tá fazendo aqui, mas eu juro que posso explicar.
Mamãe disse que depois que ela se aposentou, e se casou com aquele médico lindo (ou pelo menos era) ela decidiu abrir um novo negócio, e a tia Clhoey a patrocinou.
Há alguns sócios. Tipo o tio Antony, mas ele só tem 27 anos e vive em boates promovendo shows.
— Você deveria subir lá e cantar alguma coisa, Jade — vovó aconselha, sorrindo.
— Não. Dá última vez eu quase desmaiei.
— Você tinha cinco anos — ela reparou.
— Tenho certeza que nada mudou entre eu e aquela garotinha, vovó.
Eu sorri, e vejo Dexter se aproximar de mim. Eu já havia trocado de roupa, e já se passava das 19h30.
— Vamos pra casa? Antes que fique tarde... — cauteloso como sempre, Dexter diz, retirando os fones do ouvido.
— Achei que sua mãe tivesse te tirado o mp4 também.
— E ela fez isso. Mas eu dei um jeito. — ele disse, com um sorriso malicioso no canto da boca.
— Hummm, tô gostando de ver!
Então, o tal garoto mais velho que tinha me esbarrado hoje de manhã no corredor, aparece. O que me fez lembrar dos compromisso que tinha para aquela noite.
— Porra! — exclamei — Eu tinha me esquecido totalmente dele.
— Do garoto? Vai ter um encontro com ele?
— Não seja ridículo, Dexter. Vou mostrar a escola pra ele.
Quando o tal rapaz já estava próximo o suficiente de nós, de modo que pudesse nos ouvir, eu afirmo:
— Está atrasado!
— Sabe o quê que é, eu não costumo seguir regras.
— Arrogante! — ao dizer isso, peço a Dexter: — D, você se importa de ir pra casa sozinho? Não queria decepcionar a tia Clhoey.
— Claro, eu ficaria aqui te esperando se não tivesse de castigo! Se cuida — ele diz, depositando um beijo na minha bochecha.
O "garoto mais velho" estava olhando com as mãos no bolso da calça, e sorria de forma irônica.
— Seu namorado?
— Melhor amigo — afirmo com total convicção, qual não pareceu convence-lo nem um pouco.
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O melhor amigo da minha melhor amiga 3
Teen FictionAnos se passaram e Mari e Lucas já tinham sua filha com 15 anos, chamada Jade. Crescida com Dexter (filho da Susan) a menina vai viver um triângulo amoroso, e seus pais não ficarão nem um pouco contentes.