Duas semanas depois
Eu estava lendo um livro sozinha, chamado O Lado Bom da Vida. Eu adorava esse livro, podia dizer que era um dos meus preferidos.
Escutei um barulho vindo da sacada, infelizmente, me levantei da cama.
—Você? Por quê?
—Você pagou! Eu disse que não precisava pagar e você pagou.
—Do que você está falando, Alec?
—A dívida que eu te disse naquele dia que apareci machucado aqui, eu te avisei mas você pagou.
—Como você ficou sabendo?
—Achei estranho eles não virem ter vindo atrás de mim, e vim aqui perguntar.
—Então isso foi uma verde?
—Que eu acertei! —Alec comemora, ainda pendurado na janela.
—Então você quer me dizer que veio até a minha casa às —me informei no relógio do meu pulso —2:48 da manhã pra jogar uma verde em mim?
Ele assentiu com a cabeça, e eu continuei:
—Fala sério, o que você quer?
—Sinto sua falta, gatinha. Fiquei sabendo que o Dexter foi embora, queria saber como você tá.
—Eu to muito bem, obrigada.
Magoada, mas ok. Alec era um misto de "hm, não to nem aí" e "me importo". Eu não estava querendo descobrir o que eu significava pra ele nesse pacote.
—Terminou? —eu ia fechando a janela, e ele me paralisou.
—Não vai me convidar pra entrar como costumava fazer?
—Eu não entendo você! Não era você que dizia que eu precisava se distanciar, que você era perigoso?
—Mas é maior do que eu. Eu sinto a sua falta, naquele quarto apertado. Não consigo comer, dormir. E eu gostava das suas filosofias de vida.
Eu revirei os olhos.
—Não importa. Não quero ouvir.
—Meu pai vai estar na cidade nas próximas semanas, eu pensei em apresentar a única amiga que tenho pra ele.
—A-ha! Sabia que precisava de mim.
Bom demais pra ser verdade. Bom demais até pra ele.
—Que? Eu to sendo gentil.
—Claro que não, você quer que seu pai tenha orgulho de você, porque por mais que você seja um malandrão de 19 anos, você se importa muito com o que seu pai pensa! Obrigada pela proposta, Alec. Mas eu realmente preciso dormir.Dia seguinte na escola às 09:56
Eu pairava no corredor quando abro meu armário, um bilhete cai no chão, onde tinha escrito:
"Me encontre no Karaokê do clube as 19. Se você estiver lá, vou saber que me perdoou. Te vejo lá, gatinha, não me desaponte."Não precisou de assinatura pra saber que se tratava do Alec. Nem pensar que vou estar lá. Como assim saber que me perdoou?
19:02
Eu tinha colocado um vestido preto curto, meu rodado, soltei meus cabelos, e ah, acabei indo ver o que ele queria comigo.
—Então você veio! —Alec disse, me abraçando —Você sabe cantar? Sua vó comentou comigo que sabia...
—O que? Não!
—Ah, é claro que sabe, vamos.
Ele me levou até o palco, e fechou as cortinas. Só havia nós dois ali.
—Eu não consigo —admiti.
—Tá tudo bem, eu posso começar.
E assim ele o fez. E a sua voz era surpreendentemente linda. Ele me deixou a vontade pra cantar e eu consegui. Cantei com ele.
A gente dançou e riu. Até que as cortinas subiram sem que eu percebesse e ao final da música, todos começaram a aplaudir.—Eu estava tremendo... —comentei, lembrando.
—Você estava linda, todo mundo adorou.
Eu sorri de lado, coloquei o chocolate quente no chão, e pus a mecha do cabelo atrás da orelha, continuei a olhar Alec fixamente nos olhos.
—Você precisa aproveitar sua vida, gatinha. Você só tem uma. —Alec me trouxe pra mais perto e eu descansei em seu colo.
—Eu nunca tive muito esperança, sou medrosa pra isso.
Então o silêncio invadiu ali por instantes.
—Acho que estou apaixonado por você. E eu já tentei fugir, já tentei negar mas por mais que eu tente, algo sempre nos traz pra perto. Você sempre acaba bem aqui do meu lado.
Depois que Alec disse isso, eu tirei devagar o cigarro preso em sua boca e o beijei.
—Estou aonde deveria estar. —concluí.
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O melhor amigo da minha melhor amiga 3
Novela JuvenilAnos se passaram e Mari e Lucas já tinham sua filha com 15 anos, chamada Jade. Crescida com Dexter (filho da Susan) a menina vai viver um triângulo amoroso, e seus pais não ficarão nem um pouco contentes.