Juntei minhas coisas e fui ao bar que tem perto da escola. Era onde as pessoas costumavam se encontrar, depois do club.
— E aí, Jade? Você por aqui? — ao sentar num banquinho, Henry Woodstock senta-se ao meu lado.
Ele era mais velho, e tinha repetido o terceiro ano.
— Oi, Henry. — sorri, e chamei o barman.
— O que faz aqui? Você só tem 15 anos... — observou ele.
— Isso alguma vez já me impediu? — comento sorrindo.
Mostro ao barman uma identidade falsa e ele me serve bebidas.
Eu tinha feito ela pra entrar em uma festa no ano passado, e como vi que havia funcionado, continuei usando-a.
Qual é, só aumentei 3 anos.
— Uau, você está mudada — Henry disse, num tom agradável.
— Problemas com minha família. Não sei, minha mãe anda estranha, eu precisava esfriar a cabeça.
O bar estava começando a ficar lotado, e minha visão não estava muito legal. Eu tinha bebido demais pra voltar pra casa.
E agora estava muito, muito apertada.
Entrei na fila do banheiro feminino, que por acaso, também estava cheia.
Peguei meu celular, havia 2 chamadas perdidas do Dexter. Deletei. Passei o dedo por meus contatos.
Alec Adams. Garoto metido que acha que sabe o que faz. Pobre garoto.
Droga, droga, droga! Liguei pra ele sem querer, porra!
Até que enfim, entro no banheiro. Depois de me aliviar, percebo que Alec não para de me retornar.
Meu Deus, ele não devia estar arrumando uma casa pra morar?
— O que você quer? — pergunto ao atender o telefone, de maneira grosseira.
— Me diga você. Você quem ligou, eu fiquei preocupado.
— Ah, se poupe os esforços. Eu tô bem, liguei sem querer. — afirmei, cambaleando para chegar até meu assento.
— Que barulho é esse? Jade, você tá bêbada? Como conseguiu beber? Onde você tá? — de repente surge uma chuva de perguntas.
— Quem está falando? O papai? — gargalhei, sarcástica — Eu tô num bar, vou ficar bem, okay? Tchau.
Desligo o celular.
Preciso de mais bebida — penso.
O barman me serve e eu me sinto muito enjoada. Sinto que podia até... Vomitar.
O que eu não estou fazendo agora, se é o que querem saber...
Vejo uma figura bem familiar se aproximando e seu rosto estava zangado.
Ah, era o Alec.
— Venha, vou te levar pra casa — ele segura no meu braço e saí me carregando para fora do bar.
— Não, seu machista! — solto meu braço da sua mão — Eu não vou com você, já disse que estou bem, Alec. Como soube que eu estava aqui?
— Não foi muito difícil, aqui é provavelmente o único bar que você conhece. Escuta, a música tá alta e você tá bêbada, vamos pra casa, por favor.
Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, vomito quase toda bebida na sua frente enquanto ele segura meu cabelo.
— Mas talvez pra minha casa, porque suponho que se você chegar assim na sua, seus pais vão te matar.
Me rendo aos esforços e faço que sim com a cabeça.
— E então você pode me contar o que aconteceu. Certo?
Ele me coloca dentro de um táxi e me leva até a casa em que está morando. Era simples e bem humilde mas ainda sim, bonita.
— Eu sinto como se pudesse vomitar pra sempre — comento, meio tonta.
Alec me senta no sofá e tira minha blusa.
— Você nem vai me pagar um drinque antes? Okay... — brinquei, sorrindo.
— Nós não vamos fazer sexo, Jade Collins. Olha só, — ele retira sua camisa e veste-a em mim — bem melhor, a sua estava cheia de vômito.
Gargalhei mais alto.
— Cadê seu amigo? A casa é dele, né? — perguntei.
— Ele está em Boston, provavelmente só volta próxima semana.
— Ele deve confiar em você.
— O que deu em você pra beber? Só tem 15 anos! O que aconteceu?
De maneira constrangedora eu começo a chorar lembrando da cena com a minha mãe.
— Ela não tinha o direito, certo? — afirmei, quando as lágrimas caiam no meu rosto — Porque ela é minha mãe. Por que ela não consegue me apoiar, ou... Eu sei lá!
Alec me encara por alguns segundos, pega minha cabeça com cuidado e põe ela sob seu ombro, enquanto alisa meus cabelos.
— Vai ficar tudo bem. Dorme um pouco, certo? Amanhã é um novo dia.
— Alec? — minha voz sai como um sussurro, muito rouca.
— Hum?
— Por que age como se se importasse? O que você ganha com isso?
— Porque me importo.
Então eu fecho os meus olhos, e aquela tontura parece desaparecer, os batimentos cardíacos do Alec se tranquilizam e eu sinto ele respirar aliviado.
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O melhor amigo da minha melhor amiga 3
Teen FictionAnos se passaram e Mari e Lucas já tinham sua filha com 15 anos, chamada Jade. Crescida com Dexter (filho da Susan) a menina vai viver um triângulo amoroso, e seus pais não ficarão nem um pouco contentes.