Púrpura

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 Púrpura

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 Púrpura

Elena


                 Púrpura; uma cor espiritualizada, significa bravura, aristocracia, sofisticação e mistério, mas isso apenas na teoria, uma teoria que simplesmente espiritualiza e concede característica a uma cor mais conhecida como roxo. Ou a variação do azul até o vermelho.

                 Pareço uma verdadeira "cdf" falando assim, mas a verdade é que lembrar dessas cores em sentenças emaranhadas e em tons quentes me lembravam do último solstício, da minha lembrança memorável. Eu me lembrava bem delas, que por sinal, estavam por toda a parte naquela fração de segundo, inclusive nos olhos daquele rapaz, que quem quer que fosse, carregava neles as mesmas cores. Era como rever o momento anterior em seu olhar.

                Sabe o que é engraçado?

                De alguma forma, pequenos segundos como os do solstício passado realmente o fizeram memorável. Se me esforçasse um pouco era capaz de visualizar a cena em que nos encontramos.

                Havia sido algo completamente novo. Uma paz, uma alegria, algo genuinamente bom. Eu já sentira algo parecido, mas nada naquela intensidade, na verdade, às vezes quando meu coração se calava e em minhas orações eu estava entregue ao Senhor, onde apenas as lágrimas rompiam dos meus olhos enquanto minha alma consentia com aquilo que no silêncio era possível ouvir; somente nessas horas, eu podia desfrutar de uma experiência como aquela.

                 Enquanto subia as escadas ouvi risadas vindas do corredor. Eliot já havia chegado. Eu nunca realmente o vira, mas Abbe falava bastante do rapaz.

                — Está tudo bem aí? — perguntei colocando as sacolas na bancada, quando notei o aguaceiro vindo do corredor.

                — Está sim. — Abbe gritou — Estamos no banheiro.

               Fui até lá e sorri ao ver Eliot tentando consertar a pia defeituosa.

                — Oi, você deve ser o Eliot. Sou Elena. — me apresentei.

                — Ah! Oi, Elena.— ele disse abafado tentando afrouxar a luva do cano. — A-há! Acho que consegui! — vibrou satisfeito. Levantou-se e com ar vitorioso.

               Seu cabelo loiro estava molhado em pontos estratégicos em meio a boa parte de mechas secas, o que o deixava com um aspecto divertido. Um sorriso muito branco e sincero nos lábios. Roupas simples e camisa xadrez. Embora estivesse molhado, Eliot era tão magro que o tecido nem sequer conseguira a oportunidade de realmente colar em seu corpo. Ele era particularmente bonito e carismático, mas obviamente bem diferente do comum.

Um Toque Celeste - RepostandoOnde histórias criam vida. Descubra agora