Mudança

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Elena

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Elena

Mudança



             Mudança; processo de transferência de residência; é ir habitar em outro lugar, em geral com seus pertences e seus móveis. Às vezes é algo necessário ou algo espontâneo, muitas vezes algo imprevisto.

             Eu nem sequer os vira sair. Depois do tempo passado com Naitan, voltei para o quarto e me joguei na cama com a promessa de que seriam apenas alguns minutos, mas isso fora às seis da manhã e eu só abrira realmente os olhos às onze.

                   Enrolei bons minutos na cama encarando o teto. Me sentia bem, sentia uma certa euforia em relação ao futuro, um engruvinhar na barriga. No fundo, era tudo uma tremenda loucura. O espaço entre Naitan e eu desaparecendo, as cores nos consumindo em cumplicidade, um carinho resguardado e genuíno.

                  Suspirei com um sorriso bobo no rosto e refleti como gostava daquele mistério. Algum tempo depois duas batidas ressoaram pelo quarto e minha mãe adentrou.

                  — Bom dia, dorminhoca!!! — sorri ao ouvir sua voz, ela se jogou na cama no espaço vazio ao meu lado e me encarou animada. — O que você fez?

                   — Fiz o quê?

                  — Ontem. Você renovou as forças do garoto. Achei que ele nem iria hoje, mas adivinha só! — sorri.

                   — Eu fico feliz, estou crendo que o Espírito Santo deu uma ajudinha — concluí e estalei um beijo em sua bochecha. Num pulo me levantei e fui ao banheiro. Enquanto escovava os dentes, mamãe tagarelava.

                  — Você sabe que não pode escapar da vovó. Vai ter que contar. Te conheço melhor que ninguém e sei que está escondendo algo. — fitei-a da porta do banheiro.

                  — O que quer dizer?

                  — Por que vocês não se tocam?

                  Mamãe sempre foi observadora e me conhecia melhor que eu mesma. Claro que ela sabia que tinha algo diferente, mas será que tinha mesmo um bom jeito pra discorrer toda aquela história?

                        — Que tal comermos algo com a vovó? É uma boa, não acha? — propus, ela fez uma careta desapontada e se levantou.

                         Lá embaixo o cheiro de pão caseiro e queijo permeavam o ar.

                      — Hum... que cheiro bom, vovó. — elogiei enquanto descia as escadas e vovó sorriu quando depositei um beijo em sua bochecha.

                      — Vamos sentar em uma mesa. — ofereceu.

                      O café da manhã havia sido estendido para compensar o horário que todos haviam ido dormir. A brisa estava morna, mas o ambiente era afetuoso e nem o calor foi um incômodo tão grande.

Um Toque Celeste - RepostandoOnde histórias criam vida. Descubra agora