Três

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Três

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Três

Naitan


                    Deixei a água fria tombar em meus ombros e me permiti relaxar um pouco. Em muito tempo, eu finalmente me sentia bem. Elena partira e depois de ficar longos momentos apreciando a parede me rendi ao cansaço e fui tomar um banho pronto para ir para cama em seguida.

                     — Naitan!! Vem cá! Vem logo!!— ao ouvir a voz de Louse animada suspeitei que ela já tivesse ido até o meu quarto, eu nem sequer ouvira ela chegar. Enrolei a toalha na cintura e fui em sua direção. Ela sorria, estava radiante, mais do que isso, estava literalmente pulando. — Está lindo!!!! — vibrou e meus lábios ondularam na linha de um sorriso — Isso foi um sorriso?!

                   — Achei que você já tivesse ido, não dormiu em casa ontem. — desconversei e ela revirou os olhos.

                   — Dormi na casa de uma amiga, vou ir pra casa dos nossos avós hoje. — ela girou em seus calcanhares e estremeceu ainda mais empolgada — Sua janela está aberta!!! — constatou com mais pulinhos. Ignorei sua euforia e passei por ela indo até as gavetas, peguei uma muda qualquer de roupa e retrocedi em direção ao banheiro. — Ei! Vai me deixar falando sozinha?!

                   — Você vai sair pra eu me vestir? — ela pareceu incerta, como se o fato de ela sair pudesse tornar toda aquela situação um mito quando retornasse.

                    — Eu te espero aqui.

                   Quando voltei observei minha irmã sentada no chão próxima o bastante para ver os poros da parede.

                    — Você quem fez? — quis saber. Sentei ao seu lado e sua cabeça descansou em meu ombro.

                    — Mais ou menos. A maior parte foi uma amiga. — ela se afastou um pouco pra me avaliar.

                    — E ela é bonita? — revirei os olhos pronto para desconversar e acabar com seu pingo de esperança.

                   — Você viu Eliot hoje? — desviei o assunto.

                   — Não. Mas o que importa? Sua janela está aberta, Naitan! — eu podia sentir sua expectativa crescendo a cada minuto. Louse sempre fora a irmã positiva.

                   — Chega, está bem? Não vamos falar mais disso. — decretei e deslizei os dedos por seus cabelos.

                   Suspeitei que Louse nunca mais sairia do meu quarto. Ela estava maravilhada e eu não podia culpá-la por querer ficar por perto. Eu me mantivera por tanto tempo fechado, gostava de tê-la comigo, mas nosso relacionamento havia ficado restrito. Louse era tudo o que eu tinha, mas eu não era a melhor companhia. Não sabia o que dizer, nunca soube, por isso era confortável viver com Eliot, ele gostava do silêncio, na verdade, ele se adaptara com o meu silêncio, mas sempre que podia falava sem parar.

Um Toque Celeste - RepostandoOnde histórias criam vida. Descubra agora