Fault Boys- Episódio 3- Bray
Capítulo 4
" Estranho seria se estranho fosse. "
Bray Henley
O dia amanheceu estranho hoje. Ou foi a noite que não pareceu certa para dormir. Ou fui eu, que estava me sentindo pesado desde que deixei Jess em casa quatro dias atrás. Pesado é realmente a melhor forma que eu posso descrever meu coração neste momento. Eu culpei os dias em que eu não pude vê-la por isso; culpei o estado de dependência em que sua presença tinha me deixado; culpei a falta que sentia dela; culpei o desejo reprimido que estava preso dentro de mim, culpei a distância, e a falta de seu corpo quente.
Culpei o tom de tristeza na voz dela quando falou comigo ao telefone.
Mas, apesar de tudo isso, eu tinha fodidamente muita certeza de que algo não estava certo, e eu não podia dizer o que era. Isso estava me levando à beira do desespero. Fazia dias que eu não via Jess, mamãe tinha alguns negócios da fazenda dos quais eu precisava cuidar, e assim eu fiz, mas ao final do segundo dia eu já me sentia um dependente químico privado de sua merda, e minha droga de escolha era uma garota. As poucas vezes em que eu pude falar com Jess ao telefone ainda estavam me assombrando. Ela parecia cada vez mais distante de mim, e eu não gostava nem um pouco disso.
Também não gostei nem um pouco de saber que ontem à noite Jess estava bebendo ao esquecimento no bar, com o meu fodido irmãozinho. Mark e eu teríamos uma conversa bastante séria, porque ele podia ter sido um bom irmão, ficado sóbrio e levado Jess para casa, a impedindo de ficar bêbada em um bar qualquer, mas, ao invés disso, ele apenas se juntou a ela. E, caramba, se isso não me chocou também. O bom menino estava se rebelando, e, Deus nos ajude, porque ele era o único de nós com um bom temperamento.
Mas enfim, voltando ao ponto, eu sentia falta de Jesse apenas pra caralho, o que me fez dirigir para a casa dela como um maníaco, na primeira infame oportunidade que tive. Eu havia avisado a Jess que viria, que gostaria de leva-la em algum lugar para que pudéssemos ficar sozinhos. Senti sua hesitação quando ela concordou, e isso me trouxe calafrios.
Me mexi desconfortavelmente no me assento quando estacionei e buzinei na porta de sua casa. Baixei os vidros das janelas para recebe-la e cumprimentar sua mãe. Em circunstancias normais, eu desceria do carro para recebe-la em meus braços. Hoje, no entanto, eu tive a impressão de que se eu não a tirasse logo dali, e a levasse em segurança para um local onde só estaríamos eu e ela, algo/alguém/alguma coisa a tiraria de mim.
Levou apenas um minuto, que pareceu longo demais, antes de Jess abrir a porta e caminhar em direção a mim. Mas Jess não foi a única cabeça ruiva a passar pela porta. Allyson Hill literalmente me encarou quando se encostou no batente da porta de casa, observando sua filha caminhar até mim. A mãe de Jess e eu nunca realmente tivemos a oportunidade de conversar, no entanto, ela sempre foi cordial em suas saudações. Mas o aceno de cabeça que ela me ofereceu hoje foi desprovido de simpatias, e, quando Jess ia para alcançar a maçaneta da minha caminhonete sua mãe desviou os olhos de mim e deixo-os cair sobre ela.
— Jess. — Allyson chamou, parando os movimentos de sua filha. Não foi alto, mas a calçada era curta, e o caminho de onde eu estava estacionado para a porta da casa não era longo, de forma que eu podia ouvir.
Jess se virou para ela. — Sim?
Sua mãe suspirou, parecendo quase hesitante, o que realmente ela nunca podia ser acusada de ser. A mulher simplesmente andava, falava, agia, transpirava, fazia qualquer coisa maldita com confiança.
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Fault Boys
RomanceEm uma família com muitos irmãos, cada um tem sua história. E não é diferente na Família Henley, exceto que todos eles têm algo em comum: os problemas. Trabalhadores de sol a sol e festeiros de fim de semana, eles são a alegria das mulheres de Jacks...