Capitulo 1 - Homem novo.

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Era segunda-feira e para variar estávamos todos atrasados tanto os miúdos para a escola como eu para o trabalho. As crianças ainda não tinham comido o pequeno-almoço, e eu ainda nem tinha organizado as folhas para meter na minha pasta para levar para o trabalho. Tinha um projecto para apresentar até às 10 horas, na secretária do meu patrão, o meu magnífico tio.

- Catarina! Martim! – Gritei, esperando que eles se despachassem, enquanto acabava de organizar a minha pasta. – Ana! Despachem-se. – Gritei.

Corri para a cozinha, para preparar o pequeno-almoço. Fui até ao armário procurar os cereais, e depois ao frigorifico buscar o leite, pegando nas taças e nas colheres que estavam ainda em cima da banca, do dia anterior, por preguiça das arrumar. Coloquei tudo em cima da mesa, e dei uma vista de olhos pelos armários para ver o que faltava, notei que os cereais, o café, leite, iogurtes estavam mesmo a acabar e fui até a sala pegar no telemóvel para apontar o que era preciso comprar. Aproveitei para por os papéis na pasta, antes que me esquecesse.

Quando regressei à cozinha, já estavam os meus filhos a comer. Apontei o que era preciso no telemóvel, e sentei-me à mesa com eles. Peguei num iogurte e numa colher para comer.

- Estavas a apontar o que é preciso comprar? – Perguntou-me à Ana, enquanto enchia as taças dos irmãos com mais cereais.

- Sim estava. Queres que compre alguma coisa? – Perguntei, antes de colocar mais uma colher de iogurte na boca.

- Sim. Quero tampões, um batom do cieiro, e uma loção de corpo. – Apontei tudo no telemóvel, para ter a certeza que não me esquecia de nada.

- Tens preferência nas marcas? – Perguntei e ela apenas acenou com a cabeça que não, a partir daí calculei que pudesse ser a mais barata. – E vocês meninos querem alguma coisa? – Perguntei virando-me para eles.

- Eu quero mãe. – Falou o Martim. – O meu caderno da escola está quase cheio, e os meus marcadores estão a deixar de pintar. – Falou, metendo de seguida uma colher cheia de cereais na boca.

- E tu Catarina?

- Que eu me lembre nada, mamã. – Respondeu, continuando a comer os poucos cereais que ainda tinha na taça.

- Já apontas-te leite, cereais? – Perguntou-me a Ana, e eu limitei-me a acenar afirmativamente com a cabeça. – E massas? Ontem à noite reparei que já havia poucas nos fracos.

- Isso por acaso ainda não tinha apontado, mas ainda bem que me lembras. – Falei pegando no telemóvel para apontar.

Quando todos acabaram de comer, os miúdos foram buscar as malas, enquanto eu e a Ana arrumamos a mesa. Loiça para o lava-loiças, que à noite alguém havia de lavar, e o lixo para caixote.

Quando finalmente tudo e todos estávamos prontos, peguei nas chaves e na mala e saímos de casa.

- Mãe! – Chamou-me a Ana, fazendo-me parar para a ouvir. – Será que podes-me emprestar o carro hoje? – Perguntou-me.

- Não podias ter dito mais cedo? – Adverti-a.

- Eu levo os manos à escola, e depois à hora de almoço deixo-te o carro no parque de estacionamento da revista. É que eu preciso mesmo dele de manhã. – Olhei para ela à espera que ela dissesse o que queria fazer com o carro, e ela lá continuou. – Eu não vou ter aulas, e então preciso de ir comprar umas tintas àquela loja do centro. E a pé nem amanhã de manhã lá chego. – Concluiu.

Olhei para ela a pensar no que deveria fazer, olhei para o relógio, e como era cedo, ainda conseguia com sorte apanhar o autocarro.

- Eu empresto-te o carro. – Falei dando-lhe as chaves para a mão. – Mas nem um risco. E para a próxima tens de me avisar com antecedência. – Avisei-a, ela apenas assentiu e deu-me um beijo e fomos até ao pé das crianças que estavam um pouco mais à frente à nossa espera.

First LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora