Capítulo 17 - O que tens a ver com isso?

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I'm Alive!! Demorou mas vim! E com um capítulo controverso, ou se calhar não, mas deixo isso nas vossas mãos!

Espero que gostem! Não se esqueçam de votar e comentar!

Beijinhos & Boas Leituras

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- Não sei, um dia de cada vez, esperando um dia encontrar a mulher que tinha o meu coração, novamente. – Respondeu com um ar sério, que me assustou. Não pode ser.

- Estás muito brincalhão! – Exclamei, tentando levar na brincadeira as suas palavras, mas estava a ser uma tarefa complicada. Ele estava mais sério do que era costume.

- Estou a falar a sério Olívia. – Falou, baixando o olhar, direcionando-o para o prato. Fiquei sem palavras, afinal o que se responde a uma coisa destas? Nem eu sabia o que sentia, não queria nem dar esperanças, nem destruir o coração dele. – Não espero uma resposta tua. – Falou, quebrando os meus pensamentos. – Não fiques vermelha! – Exclamou, rindo-se.

- Como queres que fique, depois dessas palavras? – Perguntei, tentando desdramatizar.

- Que penses no que te disse. Não quero de forma alguma deixar-te desconfortável. – Falou, fazendo-me olhar para ele. – Falhei nessa parte.

- Não penses nisso.

- Mas penso, sabes porquê? – Acenei negativamente com a cabeça. – Porque falei a verdade. Eu sei que estou a ser precipitado, mas tudo o que tem acontecido fez-me perceber que me fazes bem, Olívia. – Falou, enquanto brincava com o garfo, estava nervoso. – Sinto-me bem ao teu lado, e parece que estou a reviver o passado.

- Não sei o que te dizer. – Confessei.

- Não tens de dizer nada, eu compreendo, estou a viver num sonho. – Falou desanimado.

- Graças a ti voltei a ter amigos, vida social. Desde que fiquei viúva fechei-me para o mundo, apenas a minha prima e o Lourenço ficaram por perto, todos os outros se afastaram, ou melhor, eu afastei-os. – Falei, desabafando. – Também me fizeste muito bem.

- Fico feliz por isso. Mas...

- Mas a minha vida já deu muitas voltas, e aprendi a deixar que o tempo faça o seu trabalho. – Falei. – Eu gosto da tua companhia, e espero que isto não afete a nossa amizade.

- Claro que não, eu não me consigo afastar de ti. – Confessou. – Só peço desculpas por tudo o que te fiz passar nos últimos tempos. – Ele não tinha culpa de nada, os únicos culpados eram aqueles que nos rodeavam e que teimavam em inventar histórias.

- Ouve bem o que te vou dizer, não tens culpa de nada, nada mesmo. – Estava a ser sincera. – Eu não mudava nada do que fiz, não deixava de almoçar contigo, de te convidar para jantar, de tudo. – Falei, olhando diretamente para ele. – Quero que saibas disso.

- Porque é que te incomodou tanto acharem que eu estava metido com uma mulher casada? – Perguntou. Era uma boa questão, que na realidade nem eu sabia bem responder.

- Talvez porque era eu e por ti. – Falei.

- Por mim?

- Andares a ter um caso com uma mulher casada é um escândalo e não mereces que te difamem dessa maneira. – Estava a ser completamente sincera, mas também não sabia o que lhe dizer mais.

- E tu não és casada. – Completou. – Eu também não gosto que andem a falar de ti. De mim falem à vontade que eu aguento, mas de ti, não. – Falou. Apeteceu-me rir, estava acionado o instinto protetor.

- Eu sei defender-me. – Falei.

- Eu sei disso, mas não impede que eu também o queira fazer. – Respondeu, acabando de comer o que ainda restava no seu prato.

- Obrigada.

- Não tens que agradecer.

***000***

- Preparado para o jantar com a tua mãe? – Perguntei quando estávamos a sair da revista. O clima entre nós estava um pouco estranho depois das revelações do almoço, mas estávamos ambos a fazer um esforço para que tudo voltasse ao normal. Vai ser difícil.

- Não. Estou com medo do que vem aí. – Confessou.

- Vão de fim de semana juntos? – Perguntou a Helena. Parecia que se tinha esquecido o que tinha acontecido no circo.

- E se formos, o que tens a ver com isso? – Perguntei, impondo-me. Estava na altura de perceberem que ninguém se mete na minha vida.

- Bem visto, eu sou solteiro, tu também, qual seria o problema? – Falou o Joel apoiando-me.

- O problema é ires comigo e não com elas. – Respondi encolhendo os ombros, enquanto ele se ria e encolhia também os ombros, e saímos juntos do edifício, enquanto as outras ficaram especadas a olhar para nós.

- Estiveste bem! – Exclamou o Joel, quando chegamos aos carros. Tínhamos estacionado lado a lado.

- Elas têm de aprender a meterem-se nas suas vidas, e não na nossa. – Respondi, atirando a mala para o lugar do pendura.

- Estás decidida.

- Não duvides, fartei-me! – Exclamei, fechando a porta do carro, enquanto ele se ria. – Bom jantar com a família! – Desejei.

- Tenho a impressão que não vai ser muito interessante.

- Vais ver que ainda te vais surpreender!

- Assim espero.

***000***

Estava sozinha na sala, com o computador e todos os meus apontamentos espalhados. Já estavam todos a dormir, e eu ainda a pensar no meu dia, e sem sono algum. Tinha sido um dia comprido e difícil, a todos os níveis, tanto a nível profissional como pessoal. Da minha cabeça não saía a declaração do Joel, ele tinha dito para eu pensar no que ele tinha dito, mas será que faz sentido? Estarei eu num conto de fadas? Nada na minha vida tinha sido pêra doce, e duvidada que fosse mudar agora.

Será que gosto dele?

Por mais velha que ficasse, em assuntos amorosos continuava a ser uma miséria. Não sabia como organizar os meus sentimentos, nem como os interpretar. Eu gostava de estar com o Joel, gostava da companhia dele, fazia-me rir, e fazia com que eu me sentisse livre. Mas o que isso quer dizer? Eu não estava apaixonada por ele, ou pelo menos não achava que estivesse, mas... existe sempre um mas... o facto de ele poder ter namorada tinha-me incomodado bastante, e na realidade nem sabia porquê.

No trabalho estava emaranhada com a nova reportagem que conseguia dar com a cabeça em louca de qualquer um. Tinha pesquisas para fazer, entrevistas para planear e pessoas para contactar, mas fazia o que gostava e só por isso valia a pena.

A campainha tocou. Não esperava ninguém aquela hora. Que não seja nenhum engraçadinho. Qual não foi o meu espanto quando vi o Joel à minha porta num estado lastimável.

- O que se passou? – Perguntei, dando-lhe espaço para entrar.

- Desculpa vir-te incomodar. – Falou, sem me responder à questão.

- Isso não interessa nada, o que se passa contigo? – Perguntei novamente, na esperança que ele me desse uma resposta de vez. Será que foi alguma coisa no jantar com a família?

- Tenho a minha vida estragada. – Respondeu, sentando-se no chão. As lágrimas começaram a escorrer-lhe pela cara, e eu não sabia o que fazer. Sentei-me ao seu lado, e ele pousou a sua cabeça no meu ombro.

- O que se passou? O que é que a tua mãe fez? – Perguntei, apercebendo-me que era aqui que estava a confusão.

- Casou-me.

- Ela o quê? – Perguntei surpreendida.

- Ouviste bem, vou-me casar com a Camila. – Respondeu. Olhei para ele e vi que tinha desistido dele, a pior coisa que tinha feito. Eu nada podia fazer apenas apoiá-lo, apenas o abracei enquanto as lagrimas lhe escorriam pela face. 

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⏰ Última atualização: Mar 27, 2018 ⏰

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