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Anna

Eu tive um namorado, o Carlos, que era... meio louco. Na verdade, era um completo psicopata. Ele tinha uma maneira estranha de amar, era obsessivo. Não me deixava nem estar no mesmo lugar que um garoto, e mal me deixava falar com a Gabi. Até que um dia ele tentou me estuprar... Minha sorte foi o Felipe que me salvou, e desde aí nunca mais tive notícias dele, até hoje. Não tem ninguém no corredor e eu começo a ficar assustada.

Anna: O que você tá fazendo aqui? Me solta! - grito, tentando bater nele mas não resulta.

Carlos: Sabia que eu nunca deixei de te amar?

Anna: Pode ir superando isso querido. - ele chega bem perto de mim, muito perto. Tento bater nele mas ele agarra meus braços.

Carlos: Anna, porque você me deixou?

Anna: Porque eu percebi que conseguia melhor - debocho - Você é doente porra!

Ele me dá um tapa com força na cara que me faz cair no chão. Tento evitar mas as lágrimas caem involuntariamente, não de dor, mas sim de ódio. A raiva toma conta de mim naquele momento.

Carlos: Eu não queria que fosse assim Anna, mas você me provoca.

Começo a ouvir passos de pessoas se aproximando. Carlos sai dali correndo.

Dylan: Anna? Amor o que houve? - Ele fala me ajudando a levantar. Não posso contar a Dylan o que aconteceu, não posso. Apenas Gabi e Felipe sabem sobre Carlos.

Anna: Estou bem, sai, me deixa em paz.

Dylan: Olha o seu rosto Anna, quem fez isso? - ele fala segurando do meu queixo analisando o meu rosto, afasto a mão dele bruscamente. - Me conta porra, quem fez isso com você?!

Anna: Ninguém Dylan, vai embora! - falo e entro no quarto. Ele ficou batendo na porta mas eu não abri. Tomei um duche para tentar esquecer Carlos, botei um short e uma blusa de frio e me deitei na cama. Coloquei o filme do Titanic e comecei a ver. A fim de pouco tempo já estava chorando, mas não era por causa do filme. Gabi entra no quarto.

Gabi: Annaaaaaa meu amor, você nem sabe o que.. - ela  diz sorrindo mas para de falar e me olha com o sorriso desfeito - Anna, quem foi a filha da puta que fez isso no seu rosto? Pode falar que eu vou quebrar a cara da vagabunda, quem fez isso? Eu juro que... fala caralho! - ela grita.

Anna: Carlos... - interrompo ela e falo, ainda chorando.

Gabi: O que? - ela pergunta, mas tinha certeza que ela ouviu.

Anna: Carlos... ele tá aqui. - Quando eu falei isso o olhar de Gabi mudou. Ela me olhou com medo.

Gabi: Não pode ser... Porque ele voltou? - dava para notar o desespero em sua voz.

Nesse momento alguém bate na porta, Gabi vai abrir.

Dylan: Cadê a Anna? - ouço a voz de Dylan e me encolho na cama.

Gabi: Dylan olha... ela não pode falar agora tá?

Dylan: Gabi eu sei que você sabe o que aconteceu, por favor me fala.

Gabi: Eu não posso Dylan, ela é a única que pode te falar, mas não agora. A gente se vê na hora do jantar.

Gabi fecha a porta e senta do meu lado.

Anna: Eu tenho medo Gabi - falo, chorando mais - Tenho muito medo.

Gabi me abraça, eu fecho os olhos e adormeço nos braços dela. Acordei um tempo depois com ela me chamando.

Gabi: Anna você não comeu quase nada o dia todo, vai se vestir para a gente ir comer.

Fiz o que ela mandou e me vesti. Quando cheguei na cantina não tinha muita gente, apenas Dylan que estava com Felipe, Leo e umas garotas do primeiro ano em outra mesa. Quando eu cheguei Dylan levantou para vir falar comigo mas Gabi impediu. Chamei Felipe que veio até mim.

Anna: O Carlos voltou. - falo baixo para ninguém ouvir.

Felipe: Foi ele que fez isso na sua cara?

Balanço a cabeça positivamente.

Felipe: Não vou deixar ele te machucar, mas sabe que vai ter que contar para Dylan.

Anna: Ele vai querer ir atrás de Carlos, e você sabe quem vai se dar mal no final. Não posso deixar Carlos se aproximar de Dylan, muito menos que ele saiba que a gente namora.

Felipe: E o que você quer fazer, acabar o namoro? Ah Anna, vai ser pior, é melhor não fazer isso. Conta tudo direitinho para Dylan, ele vai perceber. Se você quiser, eu e a Gabi vamos com você, nós somos os únicos que sabemos sobre Carlos. Eu faria tudo de novo por você, sabe disso né? Mas conta para ele. Ele ta achando que você não confia nele.

Anna: Eu vou contar... Pede para todos saírem e depois vem para aqui com a Gabi, nós os três vamos contar para Dylan.

Depois de Felipe mandar todo mundo embora, ele sentou numa mesa, eu sentei do lado dele e Gabi do meu lado. Dylan sentou na nossa frente.

Anna: Dylan, primeiro você tem que prometer que depois de eu te contar você não vai fazer nada nem contar para ninguém.

Dylan: Fala logo Anna - ele fala num tom ríspido.

Anna: Eu tive um namorado, o Carlos. Ele era engraçado e se preocupava muito comigo. No início do nosso namoro ele era perfeito, sempre me dava presentes e me dava muita atenção. Até que ele começou a mudar. Ele falava que eu passava demasiado tempo com outras pessoas e me proibiu de falar com qualquer garoto. E depois de um tempo também me proibiu de falar com a Gabi. Uma noite ele queria ir em uma festa e me chamou. Ele começou a beber, e eu fui no banheiro. Quando cheguei lá ouvi alguém entrar e fechar a porta com chave. - começo a chorar.

Felipe: Eu vi tudo. Eu já conhecia Anna, já éramos melhores amigos e ela um dia me ligou falando que só deixou de falar comigo porque Carlos tinha proibido ela de falar com garotos. Nesse dia da festa eu vi Anna e Carlos, e estava observando tudo de longe. Quando vi Anna indo no banheiro reparei que Carlos seguiu ela e trancou a porta. Comecei a ouvir gritos de socorro e derrubei a porta. Vi Anna já quase sem roupa e Carlos em cima dela. Eu bati nele, muito mesmo, até que Anna me pediu para parar. Eu ia matar ele sem nenhum pingo de piedade daquele filho da puta. Deixei ele lá e levei Anna para casa. Contei tudo para Gabi e desde aí nunca deixamos Anna sozinha.

Gabi: Por isso que eu fico nervosa quando ela não atende o celular ou não avisa para onde vai nem nada.

Dylan permanece em silêncio. Ficamos calados durante uns 5 minutos até que ele fala.

Dylan: E posso saber porque não posso ir atrás dele?

Felipe: Acredita, eu quis fazer isso mas não pude. Carlos só anda com quem não presta Dylan, ele é um dos caras mais temidos da cidade, da cidade não, do país. Por isso não se mete em loucura, o cara é psicopata. Ele te mata em menos de 2 minutos.

Dylan: E foi ele que fez isso no seu rosto Anna?

Anna: Foi... Quando me despedi de você depois do treino eu estava indo para o meu quarto ele me encostou na parede e falou que ainda me amava. Eu chamei ele de doente e ele me bateu.

Dylan: Eu te amo Anna, eu vou te proteger. Não vou deixar ninguém encostar um dedo em você. Eu prometo. - ele fala me abraçando.

Ficamos falando mais um pouco sobre Carlos e depois fomos dormir. Não vou dizer que não estava assustada porque eu realmente estava. E tenho medo, mas não apenas por mim, mas por Dylan. Se ele se machucar eu nunca vou me perdoar.

***

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