O Guerreiro de Yenuk

Capítulo 7- Capturado

Desci do cavalo e fui correndo averiguar. Dois brutamontes enormes bizarros, usando uma espécie de elmo que cobria seus rostos completamente, vestidos como um mago de gelo estavam tentando arrombar a porta do meu quarto. Saí da multidão puxei minha espada e desferi um golpe na costela de um deles. Ele soltou um urro de dor seguido por um tapa que me acertou em cheio. Fiquei desacordado por um tempo, quando me levantei os dois estavam olhando para mim de maneira estranha com se tentassem me reconhecer. Eu estava muito fraco para tentar me desvencilhar daquela situação a única coisa que pensava era se Max tinha conseguido escapar. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa um deles me colocou sobre os ombros desceu pelas escada e sei pela porta e me levou ate uma carruagem. Lá dentro estava uma figura bizarra. Um homem muito alto e esguio com vestimenta nobres e caras. Seus olhos eram brancos assim como sua pele. Ele era totalmente pálido e sem expressão. Para completar a figura de estranheza era careca.
-Olá, Lot. Espero que não tenha se machucado.- a voz dele era pomposa e macia- Me chamo Cefo e sou o líder do terceiro ciclo. -me mantive em silêncio olhando diretamente para os olhos dele- Eu tive que te pegar a força por que sabia que você não viria naturalmente. O motivo que fiz isso é simples. Quero mostrar a você que está no caminho errado. Mas antes de conversamos quero saber onde está o garoto- na última frase o albino mudou completamente o tom da fala. A voz antes que era macia e pomposa deu lugar a uma voz rouca e grave - Desculpe, me descontrolei um pouco.- o silêncio tomou conta da sala- Você não fala nada, rapaz?- a voz de Cefo voltou ao normal
Se Max não estava com ele, com quem mais ele estaria? Provavelmente fugiu, mas para onde? Não podia mostrar ao meu inimigo que não sabia onde o garoto estava. Por isso menti " Maxwell fugiu hoje de manhã. Assim que saímos do barco ele saiu do meu campo e visão na feira de peixes e o perdi"
-Lot, eu quero ser seu amigo. Não podemos começar uma amizade com mentiras , não é mesmo? Olha, eu vou te levar até uma de minhas casas e lá conversaremos.
Ele pegou um saco e colocou em minha cabeça. Passaram-se por volta de 1 hora e o silêncio foi quebrado
-Chegamos!
Ele tirou o saco da minha cabeça e me ajudou a descer da carruagem. Eu nem pensei em fugir, pois aqueles brutamontes que me pegaram na estalagem estavam nos escoltando. Aquele que eu havia aplicado um golpe, não parecia sentir dor. O corte ainda estava aberto e o sangue já havia secado envolta do ferimento. A casa que Cefo havia mencionado era na verdade um refúgio dos Reis, era o equivalente a uma Catedral na religião de Amur.
-Vamos conversar na casa de Bern, o piedoso.- após pararmos pelo salão principal, haviam bancos e um altar onde haviam as estátuas das 3 divindades, Cefo me levou até um quarto decorado por plantas típicas de Regi, mesmo nunca tendo ido ao continente mais ao sul, eu já havia ouvido falar sobre a vegetação de lá pela boca de viajantes e companheiros de batalha.- Sinta-se em casa. Temos chás típicos da região e algumas ervas para incrementar seu pato.- ele disse isso enquanto um de seus servos trazia uma travessa com um pato que parecia estar muito suculento.
Após nos sentarmos ele pediu para que os brutamontes e todos que ainda estavam na sala saíssem.
-Lot, eu não quero que você se sinta mal entregando o garoto para nós. Eu quero que a sua sedação seja de dever cumprido sabe? Você está no caminho errado, mas ainda há tempo de vir para o correto.
"Eu só sigo o meu caminho. Não estava levando o garoto pelo meu Deus. Estava levando ele pelo dinheiro que estavam me pagando.
-Hora, por que não falou antes? Se o assunto é dinheiro aqui está!-Cefo puxou do bolso uma caixa de ouro ornamentada.- Dentro desta caixa está a resolução dos seus problemas em moedas de ouro, acho que agora estou falando a sua língua, Lot.
"Está enganado, senhor. Eu aceitei o trabalho por dinheiro, mas honro minha palavra e só volto para casa após completa-lo"
- Pensei que você fosse mais inteligente, rapaz. Não vê que eu quero te ajudar? Eu poderia te torturar até você falar onde o garoto está, mas não. Eu estou tentando fazer de uma forma que você também saia ganhando.- ele então pegou uma das coxas do pato.- Deve estar com fome. Pode pegar um pedaço. Mandei preparar especialmente para essa conversa que estamos tendo.
Em primeiro momento pensei que a comida estivesse envenenada, mas logo essa ideia sumiu da minha cabeça quando Cefo mordeu um pedaço da coxa. Eu pequei a outra coxa e o gosto estava tão bom quanto a aparência ou até melhor.
-Fico feliz por você ter gostado da comida do rei Bern. Eu escolhi a casa de Bern para você ficar mais a vontade. O rei Bern era famoso por sua hospedagem e seus banquetes. Espero ter te agradado em minha escolha.
"Obrigado, senhor. A comida está muito boa"
-O que me diz. Irá fazer com que o caminho certo seja o seu caminho?
"Sou um membro da guilda de guerreiros de Yenuk. É pra eles que eu sirvo. Peço desculpas, mas essa é minha resposta."
- É assim que me agradece? Eu te levo até uma e minhas casas. Te alimento, te trato bem e ainda ofereço a você uma fortuna. Não acha que está sendo injusto? Deixe- me contar o que Eu almejo, minhas ambições e expetativas. Depois disso você poderes sua decisão final, Lot.- a voz de Cefo havia ficado mais melosa e macia, e uma forma que me fez sentir pena dele em certo momento.
"Tudo bem. Talvez eu mude ideia depois de te ouvir." Não sei por que disse aquilo, mas eu e fato havia ficado interessado no discurso dele.
-Para começar. Meu povo foi muito injustiçado depois de morte de Barlo. Depois que ele morreu o povo de Tergi ficou sem "chão". Sem herdeiros e ninguém que pudesse assumir o se reinado nossas ilhas viraram terras de ninguém. Isso não era novidade antes já havíamos ficado sem um líder, mas os reis dos outros continentes nomeavam alguém para comandar, mas até os outros continentes estavam sem reis. Ficamos assim durante pelo menos 1 século, até que os habitantes foram se dissipando para outros continentes. Nossa Cultura foi perdida nossas pessoas foram perdidas e principalmente nossa essência foi perdida. Poucos sabem, mas sou herdeiro legítimo de Barlo e exijo meu direito. Quero me tornar o rei de Tergi. Já tentei reivindicar minha posse, mas os dois reis atuais me negaram o que é meu e direito, meu objetivo agora é unificar os três continentes e se tornar rei de todos eles. Para isso eu tenho que me popularizar, primeiro foi no sul e agora no norte. Em Regi foi fácil, já que eles não tem uma religião oficial a muito tempo, mas aqui está sendo um pouco mais difícil. Com a crescente popularidade de Amur e esse novo garoto minhas chances diminuíram muito.- eu achava tudo aquilo um absurdo. Cefo queria impor uma religião a força para a população. Ele ainda se dizia herdeiro e Barlo, fato impossível de ser verdade já que ele não havia filhos.- Inclusive, não acha esse garoto uma ameaça a sociedade? Alguém que tem poderes de saber o que está acontecendo em qualquer lugar do mundo e saber o que vai acontecer, eu acho ingênuo de mais achar que ele só irá ajudar os outros. Temos que aprisionar esse garoto.- a voz de Cefo havia ficado grave e assustadora mais uma vez- Ele é uma ameaça e tem que ser parada o mais rápido possível.
"Você diz isso por que não o conhece. Max não faria mal a ninguém."
- Um homen vivido e experiente como você caindo na lábia de um menino de dez anos? Eu realmente me surpreendi.
Talvez Cefo estivesse certo. Max é muito poderosos e talvez ele não fosse tão inocente quanto parecesse. Max já havia mentido para mim uma vez sobre ser um mago ele poderia mentir sobre as suas intenções tranquilamente. A ideia que ele deveria ser aprisionado entrava cada vez mais em minha cabeça.
"Cefo, acredito que você tem uma ideia errada sobre Max. Eu posso tentar acha-lo para você, mas você tem que prometer que não irá mata-lo."
- Vejo que fez a escolha certa, guerreiro. Você será recompensado assim que acharmos ele. Se não se importa vamos partir agora. Há uma carruagem nos esperando lá fora. Vamos voltar a Aspor e lá você nos guiará até Max.
Não acreditei no que havia acabado de falar. Aquilo simplesmente saiu da minha boca, eu não discordava totalmente do que Cefo havia dito, mas eu certamente não trairia Max dessa forma. Era como se eu não tivesse controle do que falava. Até tentei argumentar com Cefo, mas ele já havia disparado na minha frente. Era tarde de mais. Segui Cefo até a saída. Ele não me parecia tão bizarro como antes sua pele havia ganhado alguma cor e seus olhos tinham algum azul em sua cor, ou talvez tenha sido impressão minha. Subimos na carruagem e logo partimos. Em uma estava eu e um dos brutamontes e em outra estava Cefo provavelmente com o outro.