Na verdade não sei por qual motivo eu fiz isso, Gennick havia me dado o dia de folga para me preparar para minha missão que seria no dia seguinte. A escolha mais sabia a se fazer era voltar para a casa de Gennick, mas meu principal atributo nunca foi sabedoria, andei por toda Yenuk subindo e descendo ladeiras, até que resolvi visitar meu oráculo. Um homem muito velho e sábio que eu conheci enquanto procurava um criminoso pela parte mais pobre da cidade, o chamado distrito das leis, era chamado assim pois o guardião da cidade já havia criado milhares de leis exclusivas para aquele local, porém todas em vão. Ninguém ali precisava de leis para melhorar suas vidas, eles precisavam de mais segurança, não patrulheiros apostos para policiar os delinquentes que por lá viviam. Mesmo não sendo um dos mais importantes guerreiros da cidade, minha armadura era igual a dos mais influentes que eu, com isso por onde eu passava as pessoas prestavam referências ou preferiam olhar de longe. Passando por ali encontrei um dos chamados Magos de Gelo, eles eram religiosos e veneravam algum Deus menos importante que o meu, eram totalmente carecas e usavam uma túnica branca como neve. Alguns diziam que eles eram magos, mas aquele em questão estava fazendo algum discurso em alguma língua que eu nunca tinha ouvido antes. Eu recebi ordens do Superintendente da guarda de Yenuk para abominar qualquer tipo de magia presente na cidade, não era uma ordem muito difícil de se obedecer já que eu também era complacente. Saquei minha espada e coloquei ela a 5 centimetros do rosto do mago, ele agora deu motivo para chamarem ele de Monge de Gelo sua pele ficou totalmente pálida, sua boca se calou no mesmo instante. Eu só olhei pra ele de forma atroz e passei o recado. Quando olhei em volta todos estavam me olhando, não sei dizer se estavam chocados ou estavam admirados com minha bravura, mas consegui o que queria, respeito. Durante o trajeto até a casa do oráculo fiquei pensando se não estava sendo contraditório, será que um vidente não era um mago?. Abri a porta de madeira de uma das casas mais humildes da cidade. O cômodo único da casa servia de sala, banheiro, cozinha e quarto." Está tudo bem com o senhor?" Cumprimentei meu velho amigo que repousava na cama ao lado do armário.
- "Bem" não seria a melhor palavra para definir minha situação, guerreiro. Mas agradeço pela preocupação.
Sua voz pigarrenta e rouca já me alertavam a situação, que não era nada boa.
- Me diga o que lhe aflige e o que quer saber?
" Eu aceitei uma missão muito arriscada e agora minha esposa está brava comigo, senhor." O velho pegou meu braço tentou prever algo, mas não consegui. " O que aconteceu? "
-Sua mente não está plena e nem pura, não posso prever nada com você nesse estado. Primeiro vá esclarecer suas ideias e depois volte aqui.
Saí sem dizer nenhuma palavra, como ele não pode ler meu futuro? Se não consegue é por que é incompetente ou é só um charlatão como qualquer outro.
Me senti impotente perante aquele situação decidi voltar para casa. Talvez minha esposa não estivesse tão brava comigo como pensava. Voltei pra casa em passos largos passei pela feira de frutas passei pelos barracos de terra e areia construídos nas encostas das ladeiras, passei pelo quartel general da minha guilda pela casa dos Dohein e todas as outras mansões e por fim minha casa. Ela era humilde perto das outra da região, mas ficava em uma ótima localidade e mesmo assim Isis não dava valor talvez ela não me mereça, na verdade não deveria voltar pra casa tinha é que sumir, mas se eu fizer isso o que acontecerá com meu filho, um filho sem pai é a mesma coisa que um bastardo, um renegado. Não, vou voltar pra casa e me desculpar, aliás vou ainda hoje revogar a missão, a multa deve ser uma fortuna, mas valerá a pena.
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O Guerreiro de Yenuk
FantasyLot nunca foi o mais inteligentes dos guerreiros muito menos o mais forte, porém teve a chance que precisava para se tornar um guerreiro conceituado em sua cidade. A descrição da missão parecia simples, mas ela clarame te oferecia um grande perigo"A...