O Guerreiro de Yenuk

Capítulo 15- Traição

-Lot! Chegou uma carta em seu nome.- Archie havia me acordado mais cedo que o habitual.
"Onde ela está? " Ainda estava sonolento, mas provavelmente a carta mudaria minha vida.
Archie me entregou a carta e se sentou na cama de frente.
Me sentei na cama e abri a carta

" Lot,
Estamos bem, toda a sua família está bem. A visão de Max falhou, eu não achava que isso era possível, mas aconteceu. Seu sogro está disposto a ir busca-lo, só nos diga onde você está que iremos aí. Espero que você fique bem, amigo

Assinado: Elt"

- O que está escrito na carta, Lot! Responda!
Fiquei em silêncio por alguns instantes. Não podia acreditar, minha família estava bem. Meu amigos estavam bem. Eu estava bem." Archie , eles vão me buscar! "
- Eles quem, Lot? - Archie perguntou confuso
"Meus amigos, Archie."
- Fico feliz por você, Lot.
" Agora me responda uma coisa, qual é o nome da cidade e da região onde estamos?"
- O nome da cidade é o mesmo nome da rainha " Amaya", a região onde estamos é chamada de "O deserto da rainha" todas as cidades daqui são comandadas por mulheres.
Eu rapidamente escrevi todas as informações que Archie havia me contado no verso da carta. " Archie você pode mandar uma carta para Aspor em meu nome para Elt, contando todas essas informações?"
- Claro que sim. Vou fazer isso agora.
Após Archie sair do quarto me levantei e fui até a cozinha procurar algo para comer. Era só o segundo dia que eu não usava muletas. Ainda não estava totalmente acostumado. Um copo de leite acompanhado de um pedaço de bolo eram perfeitos para combater o jejum. Nas última 3 semanas eu de fato estava comendo bem, disso eu não podia reclamar. Me vesti, coloquei meu elmo e fui em direção do celeiro.
Passando em frente a taverna percebi uma movimentação estranha. Pelo menos 10 pessoas saíram repentinamente de lá. Olhei pela janela e não acreditei, Cefo estava lá dentro sentado de frente para o balcão bebendo vinho e comendo um pedaço de pão. Meu sangue ferveu, mas logo me contive, eu não podia perder a cabeça. Andei o mais rápido que pude até o bordel de Amaya. Subi as escadas correndo e escancarei os protões de ferro. " Rainha! Cefo está aqui dentro. Ele está nesse momento bebendo vinho na taverna!"
- Você precisa sair daqui. Ele está atrás de você a pelo menos 2 semanas. Ele vem destruindo vilas próximas daqui a sua procura. Se ele te achar não sei do que ele seria capaz.
- Senhora, os servos de Cefo estão no portão, eles estão revistando qualquer um que entre ou saia de nossas muralhas.- disse um guarda ofegante que havia acabado de entrar no local
- Lot, você terá que passar por lá. Não há outra saída. Talvez com o elmo não te reconheçam, você terá que tentar. - Amaya parecia realmente estar preocupada comigo.
" Me desculpe, rainha, mas eu não posso arriscar. Se Cefo me pegar, eu nem sei o que pode acontecer comigo. Sabe, se ele tivesse chegado ontem talvez eu arriscaria, mas hoje mais cedo eu recebi uma carta. Eu lembrei que ainda existem pessoas que me amam e eu não posso simplismente colocar tudo a perder assim."
-Está certo, guerreiro. Você ficará aqui comigo. Não deixarei que ninguém entre aqui.
Amaya ordenou que todos os guardas protegessem a entrada do bordel. Todos estavam lá, menos Archie. Ele havia sumido, não o via desde a hora que acordei. Subimos denovo para aguardamos a próxima ação de Cefo. As horas foram passa do e eu resolvi perguntar " Amaya, qual é o seu problema com Cefo?" Amaya fechou a cara na hora, mas não se omitiu
- Essa não é a primeira vez que ele tenta impor a religião dele a força. Quando eu ainda era criança ele tentou fazer isso na aldeia onde eu morava, mas as pessoas da aldeia recusaram. Ele ficou furioso e destruiu todas as casas da vila. Muitos morreram, mas ele me deixou viver. Provavelmente eu fui a única, ele disse que pior que a morte era ter que viver com a lembrança dela. - Amaya estava visivelmente emocionada, porém continuava imponente.
O silêncio se estourou novamente, mas não demorou muito para o caos voltar ao ar. Os portões foram abertos de maneira repentina
- Minha rainha, Cefo deseja vê-la. Ele lhe espera lá embaixo.- avisou uma serviçal completamente pálida.
-Diga a ele que não desejo vê-lo- respondeu Amaya.
A porta se fechou e a serva foi dar o recado para Cefo. Resolvi olhar pela janela e me deparei com o albino ao lado de Archie. Certeza que ele havia contado para Cefo onde eu estava, mas por que? Não fazia muito tempo ele estava planejando fugir comigo. Não conseguia entender o motivo. Meu raciocínio foi interrompido quando a serva que havia nos dado o recado de Cefo chegou de encontro com o mesmo. Após eles trocarem algumas palavras o albino simplismente puxou um punhal e degolou a pobre mulher. Após isso eles saíram do meu campo de visão pois estavam entrando no bordel.
" Amaya, eles estão subindo"
- Se acalme, guerreiro! Temos pelo menos duas dezenas de guardas nos protegendo.- disse Amaya com a intenção de me acalmar.
"Eu não ficaria tão confiante, os homens de Cefo conseguiriam derrota-los em um piscar se olhos"
O barulho das espadas sendo sacadas foi ouvido, mas não houveram sons de batalha. Estava tudo muito estranho. A porta se abriu de maneira bruta, um corpo adentrou o recinto e se espatifou na parede. Ficamos paralisados, logo após Cefo e Archie apareceram com outros dois magos. Antes de tudo, Cefo fez um sinal para que seus capangas se dispersassem.
- Eu estou surpreso por te ver aqui, Lot. Sabe, as vezes a minha bondade me atrapalha. Eu deixei você vivo, com a esperança que morresse um ou dois dias depois, porém eu me enganei. Você é mais forte do que pensei. Assim que soube onde você estava vim correndo para terminar o que tinha começado!- disse Cefo de maneira calma e aparentemente amigável
- Cale-se aberração!- disparou Amaya
- Já que você também está aqui vou terminar duas coisas que comecei.- respondeu Cefo ironicamente
Até em então eu não havia dito nada, eu já havia percebido que aconteceria uma batalha, porém uma dúvida ainda doía na minha cabeça. " Por que você fez isso, Archie?"
- Você me traiu! Ia me deixar aqui sozinho!- disse Archie enfurecido.
- Não serei tão piedoso como da última vez, isso vale para os dois- disse Cefo se referindo a mim e Amaya- Vá Archie, busque sua vingança!
Archie obedeceu a Cefo, sacou sua espada e veio em minha direção. Eu fiz o mesmo, porém apenas desviei da investida dele " Não precisamos fazer isso" Archie tentava me golpear seguidas vezes, porém eu defendia todos, em algumas tive a oportuidade de contra-atacar, mas sempre acabava recuando.
- Não adianta, Lot. Eu já fiz a minha escolha! Eu vim aqui para te matar e você não vai mudar isso- Archie estava furioso e tomado pela raiva
" Na verdade eu irei mudar isso sim, Archie. Quem irá morrer hoje é você!"
Resolvi dar meu primeiro golpe na batalha. Corri na direção do meu inimigo e o golpeei na perna. Archie caiu de imediato, a luta já havia terminado. Eu não sentia raiva dele.
" Acabou. Levante, precisamos sair daqui" Antes que eu pudesse estender a mão para ajuda-lo, Archie de maneira sorrateira chutou meu joelho me fazendo ir ao chão. Ele então subiu em cima de mim e começou a me socar. Seu ódio era tanto que ele nem se preocupou em tirar meu elmo que naquele momento já havia virado um pedaço de lata. Seus socos eram contundentes, mas já havia aguentado coisa pior. Me desvencilhei de forma sublime, levantei e esperei que Archie fizesse o mesmo. Ele tentou me golpear, mas ele era muito lento. Após desviar do seu golpe o acertei em cheio no nariz, antes que ele pudesse esboçar reação acertei outro soco que o levou ao chão. Ainda não havia terminado, se eu não o matasse ele iria me matar. Meus socos saíram em sequência cada soco era como seu eu me libertasse, talvez eu estivera transpassado minha raiva por Cefo para Archie durante aquele massacre. Seu rosto já estava desfigurado quando parei de bater para ouvir o que ele tinha para falar.
-Por favor, Lot. Me dê uma morte digna, me mate com a sua espada.- eu mal conseguia entender o que ele estava tentando falar, mas estava disposto a realizar seu pedido.
Busquei minha espada que estava a poucos metros de mim e a cravei no peito de Archie. Não era o fim que eu esperava, mas era o único possível.
- Que coisa horrível, guerreiro. Matar seu amigo desse jeito.- a ironia de Cefo era algo que me incomodava muito- Bom você pelo menos me adiantou um favor, eu ia acabar matando ele de qualquer jeito.- completou a aberração
Amaya tentava se manter calma, mas era difícil. Cefo ficou nos encarando por pelo menos 2 minutos sem falar nada.
- Então, o que faremos agora? Alguma sugestão?
Por algum motivo eu não conseguia puxar minha espada e acabar com a ai ele desgraçado. Não era como se eu estivesse paralisado, mas eu simplesmente não conseguia raciocinar direito.
Meu pensamento foi interrompido pelos passos vindo da escada. Certamente os magos de Cefo estavam chegando. Pela altura do barulho dos passos eram dezenas dele, certamente não sairia vivo dalí. Minha única reação foi abraçar Amaya e leva-la comigo até a janela onde me joguei. Minhas costas doíam muito, aliás meu corpo serviu para diminuir o empacto de Amaya con o chão. Rapidamente levantamos e fomos até a entrada da cidade. Os magos haviam colocado fogo na cidade, porém foi em vão. As construções eram feitas de pedra, o fogo não se alastraria de maneira alguma. Para nossa surpresa na entrada da cidade estava acontecendo uma grande batalha. Os poucos guardas que restavam contra os guerreiros e magos de Cefo. Era uma batalha perdida, mas eu não iria ficar assistindo aquela derrota. Puxei minha espada e fui pra cima de um dos magos. Cravei minha espada nem sua cabeça, logo fui alvejado por uma rajada de poder vinda de outro mago. Aquilo queimava como fogo, mas não era o bastante para me fazer desistir. Ao olhar em volta de mim percebi que não restavam tantos aliados como antes. Fui cercado por três guerreiros, verdadeiros brutamontes, os três vieram em minha direção com seus machados e lanças. Meu fim era eminente, porém para minha surepresa Amaya surgiu montada a cavalo cortando cada cabeça que estavam prestes a me matar. Sem ter que falar nada, subi no cavalo e fomos embora para nunca mais voltar.