Capítulo 9- A Melhor Cerveja da Região

4 0 0
                                    

Fomos cavalgando pela estrada por no máximo 20 minutos, de fato a vila era próxima, assim que chegamos a tal taverna me surpreendi. Ela era bem aconchegante bem diferente do que eu imaginava. Suas paredes revestidas de couro mantinham o ambiente quente, as mesas estavam limpas na medida do possível , mesmo não tendo muitos clientes a música estava animada e as garrafas de bebidas atrás do balcão mostravam uma variedade imensa.
-Duas cervejas e um copo de leite, por favor- Elt disse com convicção.
O taverneiro se prontificou em nos servir colocou três copos sobre a mesa e despejou a cerveja de uma garrafa em dois deles.
- Não trabalhamos com leite, senhor, mas eu tenho aqui um hidromel bem fraquinho. Quase não pode ser chamado de hidromel, vão querer?- sugeriu o taverneiro.
Olhei para Max, ele parecia estar contente com a ideia de beber algo que não fosse bem água e nem leite. " Pode ser sim, senhor". Os olhos do garoto brilharam. O copo se encheu e Max deu sua primeira golada. Pela reação do garoto ele esperava algo mais amargo, foi surpreendido pelo doce sabor do hidromel, logo depois veio a segunda a terceira e a quarta golada. Fiquei tão entretido com a reação de Max que acabei esquecendo de beber minha cerveja. Elt já estava na segunda caneca e eu ainda sequer tinha dado um gole. Enquanto estava bebendo fiquei pensando: e se Max soubesse que eu estava indo com Cefo por que queria. É claro que ele havia feito algo para me convencer, mas como eu explicaria isso a Max? As horas foram passando e aquela pergunta não saia da minha cabeça, por mais que eu bebesse não conseguia relaxar de jeito nenhum. "O senhor tem quartos para alugar?" Perguntei ao taverneiro
- Temos sim , eles custam 5 moedas- respondeu o velho.
Levei minha mão até a cintura e não achei minha bolsa com moedas. Provavelmente fui roubado ou até mesmo a deixei cair. Pedi um minuto ao taverneiro e fui procurar Elt. A essas horas ele já estava dançando com os outros bêbados por aí. Assim que o achei na multidão dançarina que havia se criado em menos de uma hora perguntei onde estava Max
-Eu deixei o garoto do seu lado, era eu que tinha que te perguntar isso! - Elt respondeu me afrontando.
Inclinei minha cabeça para trás para não sentir o cheiro de vinho e cerveja que vinha da boca do jovem ladino. Naquele momento já havia me esquecido do dinheiro, só Maxwell importava agora. Pensei em sair do estabelecimento, mas Max era esperto, não sairia de repente sem avisar. Procurei mais um pouco e ouvi um murmurinho vindo da parte de trás das taverna. A música parou, os bêbados pareciam ter ficados sóbrios, ninguém ria e nem falava nada muito alto. Fui me desvencilhando dos funcionários e clientes até chegar no foco da confusão, lá estava Max. Se debatendo feito um peixe fora d'água. Era triste ver essa cena, por mais que não fizesse mal a ele, me causava uma certa angustia. Ergui ele em meus ombros e o repousei no palco onde os músicos estavam. Elt veio correndo com um copo de água na mão.
-O que houve, Lot?. Alguém o machucou?- perguntou Elt preocupadíssimo.
Ele provavelmente sabia do "dom" do garoto, mas não de suas condições "Está tendo uma visão, não se preocupe" Elt parecia mais calmo, mas não completamente. Peguei o copo da mão dele e joguei a água no rosto de Max, os espasmos cessaram, mas ele continuou desacordado. Sua respiração estava fraca, mas não era algo tão preocupante. " Elt, alugue 1 quarto com o taverneiro, o Max precisa descansar". O jovem logo se aprontou em pagar a estadia e pegar a chave do quarto. Fui subindo as escadas com Max nos braços enquanto Elt nos guiava até o quarto. Assim que entramos, deitei Max na única cama do recinto. "Elt, procure lençóis nas gavetas para fazermos nossas "camas" no chão". Mesmo querendo ver como Max estava, Elt me obedeceu e achou os lençóis.
Ele já havia dormido à pelo menos 2 horas quando Max acordou. Seu choro incrivelmente não acordou meu companheiro de quarto. "O que houve, criança? Está tudo bem" Max parecia muito triste. O abracei e apoiei sua cabeça contra meu peito, seu soluço era tão forte que chegou a me incomodar um pouco. Max levantou a cabeça, olhou nos meus olhos
- Me desculpe, eu não posso fazer isso.- essa foi a única frase dita por ele antes de se voltar a posição anterior
Não perguntei sobre o que ele estava falando, além do mais ele não iria responder. Depois de alguns bons minutos pensando sobre aquilo acabei caindo no sono.
-Lot, acorda! Eu trouxe um pão para você comer.- Elt me acordou de maneira amigável
Assim que acordei tomei o pão da mão dele e dei uma boa mordida, estava definitivamente com muita fome. " Vamos partir. Precisamos voltar a Aspor. Não tenho um a moeda se quer". Os dois se olharam de uma maneira estranha.
- Talvez devêssemos ficar mais um pouco.- disse Max cabisbaixo.
Max inclusive não havia me olhado no rosto em nenhum momento. "Não podemos ficar mais nem um dia aqui. O meu dinheiro acabou e acredito que o de Elt também." Elt concordou com a cabeça. "Temos que partir agora. Se formos de cavalo até Aspor, chegaremos lá ao amanhecer.

O Guerreiro de YenukOnde histórias criam vida. Descubra agora