Capítulo 13- Esperança

4 0 0
                                    

Acordei dentro de um salão bonito todo de madeira, em cada junção das paredes um ornamento Dourado, provavelmente de ouro, pelo pouco que meu campo de visão me permitia ver ao meu lado estava um homem sentado mexendo em vidros que provavelmente continham poções ou remédios. "Por favor, eu preciso de água"
- Você está vivo? Meu Deus! Nunca vi alguém sair vivo com todos esses ferimentos.- o homem realmente estava assustado pelo fato de eu ter sobrevivido.
O homem vestia uma roupa humilde comparado ao lugar onde estávamos, mas com certeza ele era um curandeiro já que em seu peito havia um triângulo de ferro junto a roupa, bordado na mesma estava o Pavão, provavelmente o símbolo da família no qual ele pertencia. Ele logo se apareçou e buscou um pouco além de água um pedaço de bolo para mim. Estava faminto e com muita sede o bolo e a água não duraram 2 minutos.
- Me chamo Zeede e sou o curandeiro da família Kayren.- se apresentou o simpático homem
"Sou Lot, de Yenuk." O curandeiro logo abriu um sorrisão.
- Yenuk? Meu Deus! Minha família é de lá! Que fantástico!
" Que legal, senhor Zeede."
Levantei meu pescoço e percebi que minha perna direita estava enfaixada. " O que aconteceu com a minha perna?"
- Você acabou quebrando ela quando caiu. Teve sorte, Guelto estava te levando para morrer.- respondeu Zeede
" Eu sei disso. A propósito eu realmente tenho que ficar deitado?"
- Eu aconselharia que sim, mas já vi que será difícil. Você pode pegar aquelas muletas ali.- Zeede apontou para um par de muletas de madeira com detalhes pratas e acolchoamento para repousar os pulsos.
Ele me ajudou a levantar e me entregou as muletas
- No início será difícil, mas logo você se acostuma.
" Zeede, eu preciso enviar uma carta para Aspor. Pode me ajudar?"
Zeede fez que sim com a cabeça e logo se aprontou a buscar papel pena e tinta.
- O que quer que eu escreva?
"É algo pessoal sabe? Eu ficaria mais a vontade se eu mesmo escrevesse. Não é nada contra você, mas realmente eu preciso fazer isso"
Zeede deixou molhou a pena na tinta e puxou a cadeira para mim.
Me sentei e comecei a escrever.
"Elt,
Espero que não esteja com raiva de mim. Fui um idiota tratando vocês daquela forma, gostaria de pedir desculpar pessoalmente. Aconteceram coisas difíceis de escrever. Agora estou em territorio da família Kayren, estou minimamente bem. Não que eles não esteja me tratando bem, mas é que minha situação física é complicada. Estarei indo pra Aspor diga a Max que irei continuar com a missal acontecia o que acontecer. Eu realmente fui um estúpido jogando a culpa em cima dela. Enfim eu quero me desculpar pessoalmente, espero que entenda

Assinado:Lot"
Reescrevi a carta várias vezes até chegar no modelo final. Não sabia contar o que havia acontecido comigo então resolvi não contar." Zeede, aqui está. Por favor Leça para entregar a Elt, o ladino.
- Pode deixar, Lot. Acredito que queira dar uma andada pela cidade. Sua coisas estão encima daquela mesa.
Peguei meu capacete e só depois de colocá-lo percebi que Zeede havia feito um curativo decente em mim. Me despedi dele e saí pela cidade.
Nunca havia visto tanta luxuria. As mulheres andavam com basicamente um pano enrolado no corpo, caso se descuidassem o pano facilmente cairia, sem falar nas joias que elas usavam todas tinham uma gargantilha com alguma pedra preciosa, algumas pequenas outras gigantes. Haviam poucos homens. Sempre muito mal vestidos e sempre de cabeça baixa. O clima era quente e seco. A cidade certamente havia sido construída em um deserto. Mas casas mais antigas a areia ainda era presente. Continuei andando pela cidade a procura de alguma praça ou taverna para descansar, mas não encontrava nenhum dos dois. Andei até chegar em uma espécie de elite da cidade. Lá haviam construções que eu nunca havia visto em toda a minha vida. Eram como torres, mas eram mais largos e maiores. Era muito bonito e o clima arenoso deixava mais charmoso ainda. Já que não achava lugar para descascar resolvi procurar um lugar para trabalhar, precisava de dinheiro para sair dalí, eu ao menos sabia onde estava. Procurei pelo castelo do guardião ou rei que comandava a cidade. De fato não havia, andei a cidade toda e não achei nada que se assemelhace a um castelo ou Fortaleza. Perguntei a primeira mulher que vi " Com licença, senhora. Onde posso encontrar o comandante?"
Fui surpreendido por uma rasteira que me levou até o chão
-Não me olhe nos olhos, forasteiro. Antes de vir a Khas se informe, idiota!
Fiquei caído no chão durante algum tempo e ficaria mais se um guarda não me ajudasse a levantar.
-Você não deve falar com uma mulher por aqui.- alertou o guarda.
Após me levantar reconheci o guarda
" Você foi o guarda que eu vi hoje cedo, é Archie não é? "
-Hoje cedo? Isso aconteceu à pelo menos 1 semana. Sim sou eu mesmo
1 semana? Não acreditei naquilo, minha carta não valeria de nada. A essa altura Elt já estava em Yenuk. "Quer dizer que fiquei desacordado por 1 semana?"
-Exatamente.- responde Archie.- Aliás a Amaya quer te ver. Provavelmente vai querer que trabalhe pra ela.
"Quem é Amaya?"
- É alguém que você  deve respeitar e obedecer. Me segue.
Archie me levou até um lugar que era como um bordel as avessas: os homens eram quem se vendiam e a todo momento mulheres saiam e entravam de lá. O lugar de fato era bonito não possuía portas principais e sim grandes arcos com adornos em cima enfeitando a entrada. Subimos alguns lances de escada até Archie ter que me deixar.
- Meu trabalho termina aqui, companheiro. Lembre-se seja educado e submisso.
Archie havia me deixado em frente a única porta do local. Na verdade era um portão todo detalhado e adereçado. Bati na porta e abri bem devagar. " Com licença, me falaram que a Emeya quer falar comigo" Dessa vez falei com a cabeça baixa, mas fui surpreendido mais uma vez. Levei uma chicotada que quase me levou ao chão
- Como ousa errar o nome da maior rainha que esse mundo já viu?- disse uma serva  revoltada com o meu erro
- Não tem problema errar uma vez, mas aprenda, meu nome é Amaya. Sim, eu quero falar com você. - provavelmente quem disse isso foi Amaya, até agora não havia levantado a cabeça.
-Levante a cabeça, homem! Venha até mim, não tenho o dia todo
Levantei a cabeça e avistei a rainha Amaya. Uma mulher exótica, ela tinha a pele escura e o cabelo longo e cacheado. Seu rosto estava pintado, de um lado listras azuis e vermelhas do outro amarelas e verdes. Ela possuía pequenas argolas na sobrancelha e nas orelhas. A rainha usava uma capa grossa feita da pele de algum animal que eu nunca havia visto, era amarelado com manchas pretas. Apressei o passo e cheguei até ela.
- Apresente-se, guerreiro.- ordenou Amaya
"Me chamo, Lot, minha rainha."
  -Por que está usando esse elmo horrível, Lot.
  "Foi o único que eu encontrei, senhora"- Na verdade era o único que eu poderia usar, qualquer outro elmo apertaria de mais a minha cabeça e consequentemente meu ferimento.
  - Tire-o eu quero ver o seu rosto- fiz o que Amaya havia ordenado.-Gostei de você, Lot. Mesmo estando todo ferido você até que é bonitinho- disse Amaya enquanto descia de seu trono e vinha até mim examinar meu rosto.- O que houve com você? Se envolveu em alguma briga?
"Não, senhora! Na verdade fui brutalmente atacado por Cefo. Acredito que a senhora o conheça." Só de falar o nome daquele infeliz meu sangue fervia
- O que? Aquele maldito fez isso com você! Esse nojento já passou dos limites.- Amaya parecia enfurecida-Afinal não foi pra isso que chamei você aqui. Eu preciso que pague a estadia que lhe demos.
  " Não tenho dinheiro por agora, senhora. Mas acredito que tenha outra forma de lhe pagar." Minha intenção era trabalhar e conseguir pagar minha dívida o mais rápido possível.
  -Você me parece machucado e fora de forma. Não poderá trabalhar no bordel, mas arranjarei um serviço para você na guarda. Algo simples, já que seu estado o incapacita de fazer grandes feitos.
  Em primeiro momento fiquei ofendido com as afirmações de Amaya, mas acabei concordando no fim.
  - Vá até o portão principal. Archie lhe ordenará o que fazer.
Agradeci a rainha e fui em direção ao portão principal.

O Guerreiro de YenukOnde histórias criam vida. Descubra agora