Capítulo 8- Vamos Comemorar

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Tentei olhar dentro do elmo dele, mas a escuridão era total lá dentro, era como se não tivesse ninguém lá. A luz do sol entrava pela única abertura do local, a janela, o sol já não estava forte como antes, mas ainda iluminava bem o que me deixava mais incomodado sobre a escuridão no elmo do meu companheiro de viagem. Tentei puxar assunto durante algum tempo, mas sempre era em vão. Ele não esboçava nenhuma reação, ele parecia nem escutar o que eu falava. Acabei adormecendo durante a viagem e acordei com um estrondo vindo de fora. A carruagem parou logo em seguida, eu até tentei abrir a porta, mas a mesma estava trancada. O desespero tomou conta de mim quando ouvi um grito seguido de um zunido. Parecia bem próximo de mim, provavelmente uma flecha tenha acertado o charreteiro. Não fazia ideia de onde estávamos, provavelmente em uma floresta ou em uma estrada. Pouco importava, já que os gritos não cessavam. Acredito que tenha ouvido uns 3. Meu companheiro de viagem parecia inquieto, ele balançava a cabeça de um lado pro outro e as vezes até soltava um grunhido. De repente a porta foi puxada pelo lado de fora. Pensei em tentar me esconder atrás do gigante, mas já era tarde de mais. O barulho do grampo em contato com a fechadura era muito característico, alguém estava tentando arrombar a porta. Poucos segundos depois a porta foi aberta. Uma figura encapuzada me colocou ao chão enquanto um raio de luz adentrou o lugar e acertou o brutamonte. Não tive tempo de ver o que aconteceu , pois ele simplesmente desapareceu, somente suas roupas sobraram. Assim que sai dali percebi que além da figura encapuzada, Max também estava lá com um sorriso no rosto. Ele veio correndo ao meu encontro, o recebi com um abraço. "Onde você estava garoto, me deixou preocupado."
-Consegui prever que iriam tentar me sequestrar e também vi que você estava querendo me levar a casa de seu sogro. Assim que saí perguntei onde o guardião da cidade morava e fui até lá.- respondeu o menino mais sorridente que já havia visto- Esse é Eltin, segundo o lorde Basten ele é o melhor ladino do Sul.
"Prazer Eltin, me chamo Lot."
- Pode me chamar de Elt senhor- disse o ladino enquanto tirava seu capuz.
Elt tinha um porte físico invejável, talvez tão bom quanto o meu em minha melhor época, seu cabelo curto era castanho claro, para completar o sujeito ainda tinha olhos azuis, com certeza fazia sucesso com as mulheres. Além do mais estava muito bem vestido, e muito bem armado também. Suas adagas ficavam nas costas e seu cinto estava repleto de itens de ladinagem.
Só depois de tudo isso percebi que a carruagem de Cefo não estava lá." Não havia outra carruagem?"
-Não, só haviam outros dois homens à cavalo atrás de vocês escoltando a carruagem.- respondeu Max
" Estranho, haviam duas."
- Isso não importa agora. O que importa é que o senhor está vivo! Eu conheço uma vila aqui perto que tem a melhor cerveja do continente, que tal comemorar? -sugeriu Elt.
Talvez comemorar não fosse o termo certo, mas com certeza eu estava precisando relaxar. "Vamos sim". Elt fez um som com a boca semelhante a um assobio e da mata lateral saíram dois cavalos, provavelmente estavam escondidos para não chamar atenção.
-Max divida seu cavalo com ele. Eu vou na frente.
Max fez questão de subir primeiro no cavalo e conduzi-lo, aliás o cavalo era dele.

O Guerreiro de YenukOnde histórias criam vida. Descubra agora