Vida Longa Mundo Pequeno

Capítulo 38: Despedida

Ponham a música quando começar a letra ibérica. Boa leitura e preparem os lenços :')

No capítulo anterior:

—Me diz, a que futuro isso vai levar a gente? —ele começou. —Vou ser sincero contigo, to muito afim de namorar, queria muito te levar pra conhecer minha família, te apresentar pra minha mãe como minha namorada, queria muito fazer essas paradas contigo, mas não dá. Tua mãe nunca vai deixar a gente ser feliz Giovana, tu sabe disso. E esses dias na casa da Thayane eu parei e pensei, caralho, porque eu to atrapalhando a vida dela?
—Você não tá atrapalhando a minha vida, pelo contrário...
Fui interrompida.

—Gi, para. Tu sabe que tô, sabe que eu tô te atrasando. Eu tô preso a você e você a mim. Vamos ficar nessa de se esconder até quando? Até tua mãe descobrir e eu de novo ferrar a sua vida?
Senti vontade de chorar.

—Eu te amo e queria muito uma vida do teu lado, mas não dá. Tu nasceu no ano errado. —ele disse baixo e riu fraco. —Tinha que ser mais velha e ter aparecido antes na minha vida, que ai ia dá tudo certo.
Ele acariciou meu rosto.
—Mas talvez não teria tanta graça..
Foi a única coisa que consegui dizer.
—É, talvez. Mas não vamos pensar nisso, temos que entender o que tá acontecendo. Não vou mais atrapalhar a sua vida Gi, eu te quero feliz, e se não posso fazer isso agora, preciso te deixar ir. Talvez um dia a gente fique juntos, sei lá, vou esperar por isso.
—Não faz isso Gabriel. —minha voz saiu falhada. Eu já tava ficando sem forças.
—Não faz isso você, por favor. Você sabe que é melhor assim, tenta entender Giovana.
Ele segurou o meu rosto e me fez encará-lo. De repente um filme de nós dois passou por toda a minha cabeça me fazendo estremecer. Ele suspirou e pegou o violão que tava jogado no sofá. Eu o olhei esperando pra ver o que ele ia tocar. Assim que escutei o ritmo da música, desandei a chorar. Parecia criança.

(Ponham a música)

—Até mais! Espero o tempo rolar mesmo tempo que esperei pra gente se enrolar, tu deitada a me olhar, minha barba por fazer lembra as mancadas que eu dei, de novo tenta adormecer. Deitados, abraçados, pleno verão, muito calor, jazz baixim no computador, se funde ao som do ventilador, e tu me sussurrou: Te amo, te amo, eu respondo eu também, mas na sequência eu me levanto sento na rede, aperto um reet, tu reclama que eu fumo demais mas no fim das contas gosta da energia que a planta me traz faz meu humor que é vulnerável, parecer mais maleável porque eu mal humorado sei que sou insuportável. —ele sorriu. —Sei que sou carregado, por energias sangue-sugas, q fuma meus cigarros que queimam sozin no cinzeiro e me fazem sair na madruga tacando fogo no puteiro, cachaça ou piloto de fuga eu falo de várias mudanças, mas no final nada muda. Sou malandro e minhas filosofias são contraditórias as vezes me entrego, te explicando alguma outra história. O vento que me carrega é o vento que bate agora ventos fortes me abalaram, mas me reestruturei outrora. Nova aurora, vento novo, nado contra a corrente ou só atravesso o rio, desaguo em qualquer afluente vou a favor da corrente, se a direcção for a mesma são energias diferentes, mas a direcção é a mesma. Eu sou yin você é yang, tu é alma, eu sou sangue a nossa hora vai ser outra, não adianta bater cabeça. Minhas promessas não foram falsas, talvez precipitadas mas você olha nos meus olhos e vê que não é caôzada. Todo carnaval tem seu fim em cinzas, você sabe mas nas cinzas como a ave, é onde o nosso amor renasce. Isso não é uma desculpa, nem menos explicação,isso é uma carta de amor, quem escreveu foi o coração...

Ele parou de cantar e respirou fundo. Me olhou e abriu um sorrisinho fraco, pude notar seus olhos pesados. Ele queria chorar. Eu já estava quase me esvaziando de tantas lágrimas. E então ele continuou a cantar e a tocar.
—Quando diz que me ama, vejo brilho no seu olhar mas deixa o tempo falar, tô precisando voar tu sabe que eu vou voltar, aguarda o tempo que dá. Vida longa, mundo pequeno, a gente ainda vai se encontrar... Em outra encarnação, não vou fazer que seja nessa propósito inflexível, segue o fluxo, sem pressa. Meu olhar pra outras mina, é superfície, teu cheiro, teu sorriso é maior que disse me disse. A vida transborda o tempo todo, tire seus aprendizados não destrua o futuro por problemas do passado. —ele piscou pra mim e me olhou com uma cara de quem dizia "não me deixe destruir sua vida, vou ficar no passado" então prosseguiu a cantar. —Odeio despedidas não consigo só assisti-lá, sua presença é sentida, coração vibra, tu desfila você chora, o humor oscila, se mutila, eu me afogo em uísque, você no chá de camomila. Minha plenitude é um cata-vento no olho do furacão e no começo do amor, tudo era confirmação. O tempo que passou? Esquece, esse tempo já era, espera que o corte é fundo, mas com o tempo regenera. Quem arruma problema, de problema se alimenta, no game homem e mulher na falta de um, tu inventa. Quem procura acha, e quem pede é atendido então saiba onde procurar, e seleccione os seus pedidos. Na cama a gente se entende, só a gente sabe, né? Na pista mãozinha dada, na cama homem e mulher, tu se solta, olha meus olhos, e fica no meu comando tu incorpora uma cigana, e eu com naipe de malandro...
Ele me olhou e eu entendi que era a minha vez. Respirei fundo e tirei forças não sei da onde pra continuar a cantar a parte em que mais me identifico nesta música.
—Quando eu sentir saudades de todos momentos nossos, vou pensar em te ligar, mas vou te achar em outros corpos, outros copos, outras áreas, outro plano, outro mundo. Coração de malandro, olhar safado vagabundo. Minha mente e minha loucura foi o que fez cê querer vir e essa mesma loucura que fez tu querer partir. Melhor mesmo tu ir agora, antes que eu seja rude...
Só consegui até aí, e ele prosseguiu.
—Até mais minha pequena, ainda tá escrito maktub e o magrin se emociona, porque me dói te libertar... mas tu não ia conseguir me acompanhar.
Nem eu nem ele aguentamos cantar o refrão. Levei as mãos ao rosto e chorei de soluçar, Gabriel finalmente soltou as lágrimas que tanto prendeu. Eu estava mesmo chorando na frente de um homem? É, realmente, eu amo esse menino. Ele me puxou pra perto e me abraçou. Suas mãos acariciaram meu cabelo e o silêncio tomou conta daquela sala. Só se ouvia minha respiração completamente desregulada por conta do choro e as respirações fundas dele. Meu coração doía tanto, era como se eu levasse altas facadas seguidas, não achei que fosse machucar tanto desse jeito.

xxx

Heyyy amoras e anjos💕

Como estão? Espero que bem!💖

Eu sei que tinha dito que ia postar durante a semana passada e também não postei no fim de semana mas é que eu fiquei doente e cheia de febre e não me conseguia por a frente do pc, nem sequer pra passar praqui o capítulo...😭

O que acharam do capitulo? 
Concordam com a separação?
Ainda falta o resto do diálogo... mas o que acham que ainda vai acontecer na casa dele?

-A.R.A.R.💙