A fotografia a cima é do Adriano Monteiro (17 anos).
No capítulo anterior:
Não falamos mais nada, sai andando na frente sem nem me despedir e corri pra dentro de casa. Joguei minha mochila no chão, tranquei a porta do quarto e cai sobre a cama. Então as lágrimas vieram com tudo, junto de toda dor que eu estava sentindo. Laila realmente sabe do que aconteceu, provavelmente todo mundo já deve saber porque se Laila sabe com certeza queimou o meu filme pro mundo todo. Chorei de soluçar, gritei, bati a cabeça na parede, joguei as cosias no chão, fiz tudo, deixei a dor vir e tomar conta de mim. Até chegar uma hora que não tinha mais nada pra chorar, eu já tinha me esvaziado, chorei tanto que acabou as lágrimas. Eu estava fraca, destruída, minha vida estava um inferno. Só queria um abraço da minha mãe agora... Ou do Gabriel.
(...)
Dois meses se passaram. Eu estava "bem". Não estava feliz, mas estava bem. Eu e Gabriel não evitamos mais nos falar, nunca conversamos sobre o então acontecido mas a gente se falava normal. A dor diminuiu um pouco. Ou eu que aprendi a conviver com ela, sei lá. Minha vida estava normal, não vou dizer boa, mas a fase ruim passou. Só tinha uma coisa ruim, eu gostava do Gabriel. Não conseguia ver graça mais em menino nenhum, ninguém me chamava atenção, ninguém me atraía mais e isso é péssimo. Tirando isso, eu estava bem. Júlia estava ficando sério com o Igor e agora Duda e Isabela também sabiam, mas só elas, o resto da escola nem sonhava com isso. Mas falando no Igor, ele se tornou um amigão pra mim. Mesmo sem saber o que eu estava passando ele me dava forças, me tratava bem, me enchia de carinho. Sabe aquela pessoa que te faz bem só pelo fato de estar contigo? É o Igor na minha vida. Tão pouco tempo e eu já consigo confiar nele de olhos fechados. Percebi que Duda também estava criando uma amizade com ele, mas ele é mais meu amigo que dela, claro. Enfim, hoje era mais um daqueles dias que eu acordei sem vontade de ir pra escola. Mas infelizmente não tenho escolha, tenho que ir. Fomos no caminho eu Laila, Júlia e Gabriel. Laila falando de um assunto que ninguém sabia com o Gabriel —ela tinha prazer em excluir as pessoas— e eu e Júlia quietas. Chegamos na escola e fomos direto pra sala, já que o sinal já tinha batido. Eu e Júlia nos sentamos com as meninas e ficamos conversando baixo já que o primeiro tempo de artes a professora não fazia nada.
—Você tá gostando dele Ju? —Duda perguntou.
—To, não queria gostar não mas eu to.
—Ih, tá gamada. —Isabela zoou.
—Quer falar de que Isabela, tá pegando o JP firme! —Júlia respondeu fazendo a gente rir e zoa-la.
—To nada, é só amizade colorida.
—Amizade colorida sempre acaba com um dos dois apaixonados. —Júlia disse.
—Acho mais fácil o João do que a Isa. —Duda disse nos fazendo rir. Eu e Isabela sempre fomos as mais duronas, as mais "coração de pedra" e agora olha eu apaixonada, que doideira viu. Ficamos conversando sobre meninos até a professora resolver explicar a matéria. Depois tocou o sinal do intervalo e nós nos sentamos na quadra como de costume. Igor, Adriano e Gabriel vieram ficar com a gente.
—Olha que mina gata. —Adriano disse pra mim enquanto olhava uma garota que eu não suportava passar.
—Vai a merda Adriano. —falei irritada e revirei os olhos. Ele riu e me abraçou, perturbado. Acabou o intervalo e nós tivemos que voltar pra sala. Professor de história passou um trabalho sobre a segunda guerra mundial pra entregar semana que vem. Como é em grupo, resolvemos fazer as quatro na casa da Duda. Liguei pra minha mãe avisando que ia pra lá depois da escola e ela deixou. Ah, pra lembrar, eu não estava mais de castigo. Mas em compensação ela ia me ver na rua de cinco em cinco minutos, quando eu ia em algum lugar que fosse perto da casa dele ela jogava piadinha, um saco, mas é só questão de tempo.
As aulas passaram rápidas, logo estávamos todas na casa da Eduarda. Almoçamos lá, tomamos banho e depois ela emprestou roupa pra todas nós. Acabamos o trabalho em menos de uma hora, então resolvemos aproveitar o resto da tarde na rua. Sentamos na praça que ficava ali perto quando de repente vimos um grupo de meninos saindo do condomínio —tinha um condomínio em frente à casa dela—. Nós olhamos cada um deles até eu notar a presença de um, e parece que não fui a única.
—Gi olha quem tá ali! —Isa falou.
—Ele tá mais gato que o normal gente! —Eduarda disse.
—Esse que é o Loirinho que vocês tanto falam? —Júlia perguntou. Eu não falava nada, estava no transe vendo aquele menino lindo e maravilhoso passar. Loirinho é o apelido que nós demos a Lorenzo, um menino de dezasseis anos que mora no condomínio em frente à casa da Duda. Já sabemos tudo da vida do menino mesmo sem conhecê-lo, e eu sou apaixonada por ele, sério, ele é um gato.
—To ainda mais apaixonada. —falei e as meninas riram. Ele tinha um irmão gémeo, que apesar de não ter nada a ver com ele, era um gato também. Nós ficamos falando deles e do quanto eles eram gatos e nos perdemos da hora. Pai da Júlia que foi buscar a gente lá. Chegamos no condomínio e cada um foi pra sua casa, porém no caminho bati de frente com o Gabriel.
—Gi.Olhei e ele me abraçou. Que saudade desse abraço.
—Tudo bem?
—Aham e você? —falei.
—To bem também. —ele abaixou a cabeça e coçou a nuca. O que ele queria? —É.. Se liga, a gente tem que conversar.
—Sobre o que?
Nessa hora já estremeci. Era só eu ficar bem que ele aparecia pra me por pra baixo de novo, que inferno Gabriel!
—Sobre a gente. —ele disse firme e me olhou nos olhos.
—Gabriel, to bem cansada e com fome. Vou em casa e se eu puder, volto depois. —falei tentando parecer calma. E tentando parecer que não estava evitando aquela conversa, mas eu estava.
—Já é então, me fala.
Assenti com a cabeça e sorri. Continuei meu caminho de volta pra casa. Cheguei, tomei banho e jantei na mesa junto com meus pais. Terminei de jantar e ainda eram 21h34. Eu podia sim sair pra conversar com ele, mas não queria. Estava com medo, pois sabia que qualquer palavra dele na minha frente sobre o que rolou me faria chorar e eu não queria mesmo chorar na frente dele. Tudo menos isso. Fiquei deitada no sofá quando meu celular vibrou.
Gabriel, 21h42: Vai poder sair?
Pensei, pensei e resolvi que não ia.
Giovana, 21h44: Não vai dar, desculpa. Minha mãe não quer me deixar sair.
Gabriel, 21h50: Já é então.. Posso falar por aqui mesmo?
Giovana, 22h: Cê que sabe.
Suspirei e larguei o celular. Fui lavar louça, arrumar a cama e fiquei vendo televisão. Estava com medo de ler o que ele tinha escrito. Que fraca eu sou, que covarde! Pra que enrolar tanto se uma hora terei que ver? Que se dane! Peguei o celular e fui ver o que ele tinha dito.xxx
Até à próxima, portem-se mal haha, fiquem bem, se cuidem, beijos e mais uma vez desculpem-me😰💜😘❤
-A.R.A.R. 💙
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Vida Longa Mundo Pequeno
Dla nastolatków"Eu sou yin você é yang, tu é alma eu sou sangue. A nossa hora vai ser outra não adianta bater cabeça." Web repostada. Escritora: Mi Repostada por: A.R.A.R.💙