O Vizinho

KyungSoo

Na manhã de domingo, eu estava um pouco nervoso. Iria representar o noivo do Jongin para a família dele e isso era importante. Passei pelo espelho mais uma vez, checando minha aparência. Tomei o cuidado de me arrumar direito, queria evitar os comentários desagradáveis de meu "cunhado". Até tinha pedido ajuda do Luhan.

A calça que ele me dera ficou bem apertada, marcando nos pontos certos. Nada vulgar. Eu usava uma camisa cinza, sem muitos detalhes. Nada extravagante também.

Usei o meu melhor perfume e coloquei o anel que Jongin me dera. Ajeitei meu cabelo, me esforçando para deixa-lo o mais apresentável possível. Quando terminei, quase não acreditei na minha aparência. Eu geralmente era um cara "largado" para roupas e tudo mais, então raramente me via tão bonito quanto estava naquele momento. Mas eu tinha feito meu melhor. Não queria criar problemas para o Kai. Seu irmão disse que eu não tinha "atributos" para família Kim, eu não queria que seus outros parentes me julgassem da mesma forma.

A campainha tocou e eu peguei tudo me preparando para encontrar com Jongin.

Quando abri a porta, nós nos encaramos mutuamente. Ele estava lindo, pra variar. Usava uma camisa azul escuro de botões abertos um pouco na altura do peito e com as mangas dobradas até um pouco abaixo do cotovelo. Usava uma calça branca que parecia ser de marca e um sapato com aparência de caro. Tinha até feito a barba. Ele era especialmente quente quando estava fardado, mas naquele momento sua beleza era simples Ele parecia brilhar. Jongin era o homem mais perfeito que eu já vira. Não pude reparar se ele tinha gostado da minha aparência porque eu não tinha parado de babar sobre a dele.

Nós nos cumprimentamos e ele fez brincadeiras para tentar me acalmar dizendo que eu iria gostar de almoçar com a família dele. Entramos no carro e ele disse:

"É só ignorar Taemin completamente. Ele é um idiota, mas não fará nada na frente dos nossos pais. Ele gosta de posar de 'Filho Perfeito'."

Não sei se era porque eu estava muito nervoso, mas não conseguia puxar o cinto. Jongin se ofereceu para me ajudar e quando ele se aproximou, eu não resisti. Aproximei meu nariz do pescoço dele e inspirei.

"Nossa Kai." Eu ofeguei.

"O que foi?" Ele perguntou.

"Com licença. " Seguei o pescoço dele e aproveitei aquele cheiro maravilhoso mais um pouco. "Você abusa do direito de ser cheiroso. "

O escutei rir e senti os dedos dele traçarem uma linha no meu pescoço.

"Eu não sou o único cheiroso aqui. Gostei do seu perfume. " Escutei a provocação na sua voz e deixei que ele voltasse para o volante depois de prender meu cinto. Durante o percurso, fiquei pensando em como um perfume podia me fazer ter ideias tão impróprias.

A casa dos pais do Jongin.... Quero dizer, a mansão dos pais do Jongin ficava fora do centro, na parte chique e afastada da cidade. Tentei não parecer abobalhado com toda aquela ostentação. Só havia um outro carro na garagem e eu o ouvi comentar que Taemin não tinha chegado. Eu quase podia afirmar que ele parecia mais feliz com isso. Não tocamos a campainha e ele abriu a porta com a chave. Preparei o meu melhor sorriso e o primeiro que encontramos foi o mordomo. A pergunta "quem tem mordomo hoje em dia" passou pela minha cabeça, mas preferi não compartilha-la em voz alta. O velhinho parecia muito gentil e até mesmo feliz quando me viu. Ele pegou a minha bolsa e disse a Jongin algo sobre "o jardim".

Kai me puxou pela mão e cruzamos salas dignas de uma realeza, na minha visão, até cruzarmos portas imensas de vidro que davam para uma varanda com assoalho de madeira. Caminhamos nela, com Kai segurando a minha mão, até que eu pude avistar um grupo de pessoas sentadas em bancos no meio da grama.