Sehun

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Doía em mim ver Jongin daquele jeito. A aparência dele era das piores. Fora o fato que ele estava assustador pra caramba! O pessoal até tremia quando nós saíamos em missão. Jongin com uma arma tinha se tornado um perigo ambulante. O chefe já tinha proibido ele de passar perto da sala de tiros, e eu vi quando ele machucou o instrutor. Ele parecia fora de si naquele dia.

Ele se mantinha em um estado de irritação permanente. Às vezes eu conseguia pegá-lo com o olhar perdido em algum lugar da mesa dele e nessas horas, ele parecia tão triste que eu me sentia mal. Ele não participava mais da noite dos rapazes. Alguém durante o almoço uma vez mencionou o nome de KyungSoo e ele quase virou a mesa. Eu era amigo dele e estava preocupado, por isso tomei aquela decisão.

Ele chegou cedo. Ninguém dizia o motivo da separação, mas pela aparência de Jongin, imaginei que KyungSoo tivesse terminado com ele. Agora ao vê-lo, eu não tinha mais tanta certeza. KyungSoo estava com enormes olheiras, e sua aparência era tão desleixada quanto a de Jongin.

“Você está bem?” Perguntei quando ele se sentou.

“Não.” A resposta foi direta, e eu fiquei sem saber o que dizer. “Mas eu não quero falar sobre isso, ok?” Pedi uma cerveja ao garçom. KyungSoo pediu uma tequila e eu olhei para ele surpreso.

“Achei que você não bebia.”

“Está certo. Eu não bebia.” Ele fungou e passou os olhos pelo lugar. Era um barzinho afastado, em uma rua longe do itinerário de Jongin. “O que você queria falar comigo?”

“Não tenho mais certeza se eu deveria falar agora que eu te vi.” Disse sem graça. O garçom trouxe nossas bebidas. Antes que ele se afastasse, KyungSoo pediu para que trouxesse outra.

“Você veio falar sobre ele.” Não foi uma pergunta. “ Como ele está?” Ele perguntou e tomou sua bebida num só gole.

“Mal. Nunca o vi tão mal na vida.” Comentei e ele me olhou com um sorriso. Aquilo me irritou levemente. Ele poderia ficar feliz por Jongin estar sofrendo? Talvez não fosse o cara que eu imaginava. O garçom trouxe uma nova bebida para ele e KyungSoo fez que iria beber tudo de uma vez. Segurei o braço dele e sabia que minha expressão era mais severa. “Não gosto de conversar com bêbados.”

Ele se soltou e bebeu mesmo assim.

“Bom, eu descobri que não gosto de sofrer sóbrio.”

“Eu... Achei que tinha sido você a terminar.” Eu disse e ele me olhou fixamente. KyungSoo me encarou por um bom tempo até que balançou a cabeça e me deu um sorriso triste.

“Ele não te contou, né?”

“Jongin não me falou nada. Na verdade, ele não fala com ninguém. Por isso eu te chamei. Queria entender o que está acontecendo com meu amigo.”

KyungSoo pareceu tão cansado e abatido naquele momento. Ele apoiou a cabeça na mão e me fitou pensativo.

“Acho que ele não gostaria que eu te contasse.” Eu ia falar algo, mas o garçom passou e ele pediu mais uma bebida. “Dane-se!” Ele exclamou quando o garçom se foi. “ Você é amigo dele, vou te contar a verdade.”

E ele contou tudo. Desde o dia em que tinha entrado pela janela de Jongin, até o dia em que Taemin o ameaçou e os dois tiveram que terminar. Ele havia começado a chorar em algum ponto da história, mas eu estava anestesiado demais para consola-lo decentemente. Sabia exatamente porque Jongin estava tão mal. Ele tinha se apaixonado e não sabia o que fazer. Ele não sabia se poderia tê-lo de volta.

“ E o tal JaeChan?” Perguntei. KyungSoo fungou e eu estendi um guardanapo para ele.

“Terminei com ele. Não podia... eu... não sentia nada... Que tipo de pessoa eu sou se beijo um cara pensando em outro? Não consigo parar de pensar no Jongin... Eu devia ter dito... Deveria ter falado...

O VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora