KyungSoo

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Quase não vi Jongin essa semana. Ouvi os barulhos que ele fez ao chegar tarde na segunda e disse a mim mesmo que eu não tinha motivos para ficar irritado. Afinal, Jongin não era nada meu. Eu nem devia estar pensando mais nessas coisas. Infelizmente, as lembranças daquele domingo, e do modo como acordamos na segunda insistiam em voltar.

Balancei a cabeça mais uma vez. Não podia pensar essas coisas enquanto jantava com outro homem. Era uma forma de traição. JaeChan e eu estávamos em um restaurante italiano que abrira recentemente. Terça ele tinha me ligado, e pediu que eu fosse com ele em um museu. E eu adorei o passeio que fizemos pelo parque na quarta. Quinta eu fiquei em casa, mas Jongin não parecia ter feito o mesmo. Sexta JaeChan me convidou para ir ao cinema, mas eu disse a ele que ia estudar.

Hoje, era sábado e eu tinha aceitado jantar com ele. Ele era muito legal. Era gentil, divertido e carinhoso. Meu tipo ideal. Deveria estar feliz. Deveria estar radiante. Deveria estar satisfeito com o que eu tinha. Mas eu não estava. Volta e meia minha mente voltava a Jongin.. até o cabelo negro de meu acompanhante me fazia lembrar do meu vizinho.

“Você está distante essa noite.” JaeChan falou retirando-me de meus pensamentos. Sorri sem graça.

“Acho que estou sendo má companhia afinal. Desculpe.”

“Como está indo a faculdade?”

“Bem. Estudando como um louco, mas estou indo bem. Você conseguiu a vaga naquele curso?” Perguntei e bebi um gole de vinho. Eu não gostava de bebidas alcoólicas, mas não tinha como deixar de beber em um restaurante tão chique.

“Era sobre isso que eu queria falar.” JaeChan capturou minhas mãos entres as dele e fez um suave carinho com os polegares. “O curso não é aqui. É em outra cidade. Eu devo ficar fora por uma semana."

“Fico feliz que tenha conseguido.” Eu disse suavemente. E eu estava feliz mesmo. Ele era muito estudioso, e esse curso o ajudaria muito pelo que eu tinha entendido.

“KyungSoo,” JaeChan falou e ele parecia nervoso, talvez até um pouco ansioso. “Eu não quero que você pense que isso é uma desculpa para me livrar de você.”

“Eu não penso não.” Nem tinha pensado nisso até ele falar. “ Eu sei que você precisa fazer o curso.”

“ Você é tão incrível.” JaeChan falou baixo e me olhou nos olhos. “ Eu quero ir sabendo que existe algo sério entre nós. Quero que seja meu namorado.” Sorri levemente e tive a sensação de que eu deveria estar muito mais feliz do que realmente estava. Eu estava contente, mas na verdade deveria estar radiante. “Eu sei que só estamos saindo juntos há uma semana, mas você é o homem mais incrível que eu já conheci. Eu estou apaixonado por você. Não quero um relacionamento passageiro. Já falei isso pra você. Quando eu voltar, estarei empregado então pretendo pedir você em casamento.”

Engasguei com o vinho. Estava confuso comigo mesmo. Era exatamente isso que eu queria. Lógico que não tão rápido, casamento é um passo muito grande... Ainda sim, por que me sinto tão estranho?
JaeChan interpretou mal minha reação e disse:

“Ah, desculpe. Eu sou tão ruim com as palavras... Eu só queria que soubesse que eu o quero como esposo um dia.”

“JaeChan...” comecei sem saber o que eu diria.

“Por favor, me desculpa. Estou aqui falando sem parar, e você deve estar se sentindo oprimido...” Ele passou a mão no cabelo nervoso. Não tinha nem metade do charme que Jongin tinha ao fazê-lo. Não. Não. Não. Nada de pensar em Jongin. Tinha que pensar no JaeChan.

Quando eu disse que ficaria muito feliz em namorar com ele, JaeChan se inclinou sobre a mesa e me beijou suavemente. Não tinha muito o que dizer. Ele se aproximou e tocou meus lábios com os dele. Eu estava me sentindo muito mal. Isso porque eu o comparei a Jongin no mesmo momento. E JaeChan perdia em cada requisito que eu conseguia pensar.

O VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora