Kai

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Só percebi o problema na hora em que eu entrei no carro e JongDae, Sehun, MinSeok e Chanyeol entraram também. Olhei para os rostos sorridentes deles e fiquei em silêncio. Como o sorriso deles não desaparecia, comentei.

"Ok. Podem sair do meu carro agora. Eu tenho que voltar para casa."

Eles me olharam como se eu tivesse puxado uma peruca e revelado que era mulher. JongDae, sentado ao meu lado, abriu e fechou a boca, tornando a abri-la antes de falar:

"Como pode dizer isso, idiota!" Sehun se inclinou para frente e bateu no meu ombro.

"Cara, hoje é quinta! É a noite dos garotos! E essa semana é na sua casa."

"Hm." Foi tudo o que consegui dizer. Eu não havia me lembrado deste fato. Esperava que KyungSoo já tivesse saído de lá ou ele teria que atender Yixing, Suho e BaekHyun. Se ele tinha atendido, esperava que tivesse mantido a mentira. Afinal, eles tinham que ter a mesma informação que o pessoal do trabalho.

Fui dirigindo rápido com os rapazes reclamando que eu era sem coração e ingrato com os amigos. Estacionei e subimos as escadas. Abri a porta e senti um cheiro bom de comida. Era bom mesmo. Ótimo, na verdade. A televisão estava ligada e os três que eu esperava estavam comendo qualquer coisa na mesa.

"Nossa que cheiro bom." JongDae falou atrás de mim. Fechei a porta enquanto meus amigos se cumprimentavam. Passei os olhos pela casa, mas nem um sinal de KyungSoo.

"Jongin," Suho me chamou apontando a colher na minha direção. "Por que não nos contou que estava noivo?"

"Hm." Sabia que eles tinham encontrado com ele. KyungSoo parecia que tinha passado o dia ali. O apartamento estava com um cheiro bom de limpeza semelhante ao dele.

"Hm nada." Yixing falou. "Como você fica noivo deu um cara daqueles e não conta pra gente? O Baek aqui ficou até meio apaixonado." Ele falou e os meninos riram. "Ele o ganhou só pela comida."

Virei a cabeça na direção deles e arqueei uma sobrancelha. Sehun falou antes que eu tivesse chance.

"Não acredito que vocês já o conheceram! Como ele é?"

"Senta aí, Hunnie." Suho apontou a cadeira o chamando pelo apelido. "Ele fez janta e está gostoso." Ele se levantou, levando o prato sujo que havia usado. Eu estava recebendo informações demais para ordenar tudo com clareza. "Você tem que vê-lo, Hun."

Olhei a travessa sobre a mesa. KyungSoo tinha feito janta para mim. Tentei lembrar qual tinha sido o último ser que cozinhara para mim sem segundas intenções. Só a minha mãe mesmo. Levantei os olhos da comida e percebi que todo mundo tinha parado de falar e olhava para mim.

"Jongin, não que você já não seja de natureza, mas está mantendo uma puta cara de idiota aí." Sehun falou segurando o riso.

"Não estou nada." Retruquei e forcei uma expressão carrancuda. "Por falar nisso, onde ele está?" Perguntei tentando parecer indiferente.

"No seu quarto." Baek respondeu. "Ele está no telefone com a sua mãe."

Praguejei baixinho e os deixei comendo enquanto entrava no quarto. KyungSoo estava sentada no parapeito da janela, que dias atrás havia pulado, olhando para fora com o telefone na orelha. Tinha certeza que ele estava evitando minha cama "por causa dos outros que já tinham passado ali." Ele ria e eu me peguei reparando no sorriso dele novamente.

"Com certeza." Ele respondeu alguma coisa e riu novamente. "Vou gostar muito sim. Não. Nini não me contou, não. É uma promessa?" Um arrepio gostoso cruzou minha coluna ao escutar o apelido de infância. Comecei a me perguntar sobre o que ele estava conversando com a minha mãe. "Jura? Tem fotos? Eu não acredito que ele correu pelado no casamento."

O VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora