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Eu ficava com eles tanto quanto dava. O médico permitiu a nossa entrada depois de um tempo. Teve um dia em que eu estava sentado e apoiava a cabeça na parede. Mantinha os olhos fechados tentando descansar um pouco, mas eu não dormia. Ouvi o barulho de passos e uma voz falou:
“Como ele está?” Abri um dos olhos e vi um cara que eu ainda não conhecia.
“O que está fazendo aqui?” A voz de Jongin era grossa e sem nenhum sentimento.
“Eu me preocupo com ele apesar de tudo. KyungSoo me falou de você.” O homem disse e Jongin permaneceu em silêncio. “Ele me disse que te amava. Você é um homem de sorte.”
“Estou sendo rude.” Jongin falou, mas a sua voz continuava fria. “Você não teve culpa. Eu só...” Ele ficou em silencio depois disso.
“Aqui está o meu telefone. Qualquer coisa é só ligar.” Ele entregou um cartão de visitas a Jongin.
“Obrigado, JaeChan.”
Depois de ouvir o nome, não teve como não analisar o cara. Ele não tinha tantos músculos ou toda aquela expressão de menino mau, era um cara bem comum. Mas tinha um ar de seriedade, eu podia entender porque Jongin se sentia tão ameaçado por ele.
A família dele só apareceu duas semanas depois da internação. Achei que Jongin iria bater neles tamanha era a raiva que exibia, mas ele não se afastou do KyungSoo. Até eu perdi a paciência aquele dia. Pelo o que eu entendi, o padrasto dele queria arrumar um jeito de ficar com o apartamento quando ele....morresse. Os pais de Jongin ficaram indignados com aquilo.
Eles retiraram os parentes do quarto antes que Jongin se levantasse. Sai do quarto também e ouvi-os discutirem. A mãe do Kai falou que uma mãe de verdade não agiria daquele modo. O pai dele quase não se aguentou quando o padrasto do KyungSoo começou um escândalo e acusou eles de quererem se apossar das coisas do Soo. Taemin e os guardas do hospital retiraram a família de lá. Percebi que a família de Jongin encarava KyungSoo como se ele já fosse um deles.Taemin tentou se desculpar com Jongin várias vezes. Aos poucos, ele começou a fazer como eu. Sentava lá e ficávamos em silencio esperando alguma reação dele. Um dia, Taemin falou algo e eu ouvi o meu amigo responder:
“Ele matou uma pessoa por minha causa. Sabe o que é isso? Ele tirou a vida de alguém por minha causa. Minha causa! Não posso mais ficar longe. Não posso mais soltá-lo.”
Depois da terceira semana, Jongin voltou a chorar. Ele apoiava a cabeça no tórax de KyungSoo e chorava como uma criança. Além disso, ele continuava fazendo carinhos nele e cuidava dele com tanto amor que eu preferia sair do quarto. Se eu ficava, sentia como se estivesse espionando um casal em seus momentos íntimos. A mãe dele conseguia fazer Jongin cuidar de si mesmo de vez em quando. Ela dizia que KyungSoo não gostaria de vê-lo assim. Só que a barba logo voltava a crescer e as olheiras nem saíam mais. Ele dormia sentado na cadeira ao lado da cama. O medico até tinha abaixado a cama e colocado uma poltrona para que fosse mais confortável para ele.
Era estranho trabalhar sem o Jongin por lá. Todos sentiam falta dele. No hospital, as visitas escasseavam, mas Jongin continuava firme. Quando completou um mês, ficamos com medo de que ele nunca se recuperasse. Eu passava lá todos os dias depois do trabalho e sempre o encontrava na mesma posição. Sentado na poltrona, segurando uma mão de KyungSoo enquanto acariciava o rosto dele. Eu sempre desviava os olhos. Era amor demais no olhar dele.
Na sétima semana eu fiquei parado perto da cama sem saber o que fazer. Jongin tinha dormido segurando a mão de KyungSoo. Ele repousava a cabeça perto da mão dele e imaginei que devia ser desconfortável demais ficar naquela posição, quase dobrado sobre si mesmo. Passei a mão na testa do KyungSoo.
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O Vizinho
RomanceJongin é um agente que após um mal entendido acaba se envolvendo em um noivado falso com KyungSoo para enrolar seus pais. KyungSoo é um estudante de medicina que está cheio do seu vizinho moreno sensação destruidor de mulheres.