17 - O que é meu, é seu.

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N/a: Olá, mores! Boa noite! Desculpa por essa demora monstra, mas fiquei sem tempo de início, e depois realmente enrolei. Mas aqui está, espero que gostem. Comentem, xinguem, gritem e divirtam-se. Qualquer erro, consertamos depois. Encham o saco da Hannah para o próximo capítulo sair logo. KKKKKKKKKKKK Amamos vocês.

Camila POV

"Que delícia logo cedo você me dando bom dia, lábios na minha nuca enquanto sua mão me acaricia. Fecho os meus olhos, mergulho por inteira no clima. Respeito e malícia juntos é química na medida. Sussurrando me diz coisas que gosto de ouvir, sou a rainha exclusiva e você tá aqui pra me servir."

Que delícia – Karol Conka.

Em todas as vezes que eu escutei aquela frase na minha vida, minha primeira reação era sentir o meu ego sendo massageado, a segunda me deixava pensar no quão merda seria para aquela pessoa saber que jamais seria correspondida, e a terceira e última, deixava uma frase bem clara em minha mente, piscando repetidamente em neon: Nunca irei me doar dessa forma a alguém.

Mas a vida... Ela sempre me surpreendia, e eu deveria saber que, mais cedo ou mais tarde, ela me colocaria exatamente onde eu me encontrava naquele momento, nos braços da pessoa que me fazia doar o que eu tinha e até mesmo o que eu não tinha, sob mãos macias e quentes que me faziam clamar por uma piedade que jamais viria. E aquela minha frase fixa tornou-se banal, mais banal do que a minha certeza de que eu sempre seria imune a paixão, ao amor, a qualquer tipo de sentimento que me deixasse tola, vulnerável e louca. Mas lá estava eu, coberta por uma camada de suor, mantendo nos lábios o sorriso mais derretido que esse mundo já viu, sentindo o coração bater tão rápido que fazia a minha respiração acelerar. Lá estava eu, querendo gritar de felicidade e loucura, depois de ouvir alguém dizer que está apaixonada por mim. Quando eu me lembrasse desse momento no futuro, faria questão de falar que, a minha primeira reação diante da confissão de Lauren, foi pensar no quanto eu havia esperado para ouvi-la dizer aquilo.

: - Camila? Eu...

Lauren começou a falar ao se deparar com o meu silêncio, e eu me adiantei para dizer que ela não precisava ter medo.

: - Shiii! – Encostei nossas testas, soltando um suspiro longo, sem conseguir parar de sorrir. – Me deixe conduzir isso.

Sussurrei, pressionando com leveza o meu dedo indicador contra seus lábios úmidos. Minha cabeça estava a mil, eu precisava colocar para fora tudo o que guardei durante aquele tempo. Eu precisava demonstrar de todas as formas que eu pudesse, eu precisava satisfazer a nós duas com as minhas palavras, com os meus olhares, os meus toques. Eu precisava.

: - Você não sabe, mas eu sempre fui tão fria, tão distante quando a questão envolvia sentimentos. – Me afastei um pouco para que pudesse olhar seu rosto, e ergui a mão para colocar uma mecha de seu cabelo cheiroso atrás de sua orelha. Lauren me encarava apreensiva, suas bochechas vermelhas e suas pupilas dilatadas me indicavam que ela temia o que eu tinha para dizer. Tão boba... Como ela poderia me temer? – Quando você apareceu na minha frente a primeira vez, eu senti aquele calorzinho gostoso na barriga, sabe? Eu te olhei inteira e pensei que poderia passar o resto das horas sem tirar os meus olhos de cima de você. Eu experimentei algo novo aquela madrugada, eu provei do que as pessoas chamam de encantamento. Me encantei por você naquele mesmo segundo.

Fiz uma pausa para respirar, e deslizei as pontas dos meus dedos por cima de suas sobrancelhas, descendo pelo nariz e tocando os lábios entreabertos. Lauren fechou os olhos e suspirou, segurando em minha cintura com mãos trêmulas.

: - Fiquei confusa, um pouco desesperada, eu confesso. – Soltei uma risadinha nervosa, mordendo o meu lábio inferior antes de continuar. Ela abriu um pequeno sorriso, beijando as pontas de meus dedos que traçavam o contorno de seus lábios. – Mas eu sou assim o tempo todo, desesperada, intensa, e minha intensidade em relação a você é tão absurda, que logo não consegui esconder o que eu realmente queria. E eu queria você, hoje eu tenho certeza que eu sempre quis você. Não conseguia deixar de mostrar isso indiretamente porque quando eu gosto, quando eu quero, eu não consigo parar de deixar escapar indícios que, mais cedo ou mais tarde, me condenam. E eu me condenei.

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