N/a: Olá, amores! Demoramos, mas chegamos. Bem, como vocês sabem, falta pouquinho para o final de Águas de Março, e trazemos para vocês hoje um pouco do começo do fim. Espero que curtam, aproveitem. O capítulo vem cheio de mensagens legais e tomara que fiquem felizes. Façam uma boa leitora e até a próxima. Qualquer erro, conserto depois. Amamos vocês. <3
Camila POV
"Bela como a luz da lua, estrela do oriente nesses mares do Sul... Luz do divinal querer. Seria uma sereia ou seria só delírio tropical?"
Sereia – Lulu Santos.
Faculdade na sexta-feira é lugar de fantasmas, pois os vivos mesmo desaparecem. Eu podia contar nos dedos as pessoas presentes em minha sala de aula naquela tarde, e agradeci aos céus por ter que ir embora mais cedo.
Meia hora mais tarde, Taylor e eu fomos almoçar juntas e nos sentamos em uma mesa no canto do refeitório, longe de toda a concentração de gente. Eu detestava almoçar ali, não conseguia comer com toda a quantidade de merda que era falada pela maioria sem cérebro, mas era o que tínhamos para aquele momento, então só me restava aceitar.
: - Que comida feia é essa, viado? – Perguntei com cara de nojo, observando uma mistureba brava em sua bandeja. – Tu vai morrer comendo essa porra.
: - No estômago vai ficar mais feio ainda, então me deixa.
Ela deu de ombros, abrindo um guardanapo. Eu ainda torci a boca mais algumas vezes, antes de começar a comer minha comida.
: - Quando tu vai levar o Beto na sua casa? – Bebi um gole de coca. – Sua mãe fala direto que você tem medo de levar ele lá, que ele deve ser psicopata ou sei lá o quê. Eu fico só nos berros.
: - Minha mãe é foda. – Taylor rolou os olhos, apoiando os cotovelos na mesa. – Mas eu e ele não estamos bem, por isso não o levo até lá. Beto não é o que eu pensava que ele fosse, eu quero terminar porque não estou mais aguentando.
: - O que houve?
Fiquei intrigada, e analisei seu rosto que estava retorcido em uma expressão chateada.
: - Tivemos uma briga feia semana passava porque ele foi bem machista comigo, sem contar no ciúme doentio. – Ela suspirou, tomando um gole de seu suco de laranja. – Tive que esconder meu celular porque ele queria pegar de qualquer jeito, pois cismou que estou traindo ele. Fez um escândalo, me xingou e tudo.
: - Estou me pergunto por que diabos você não terminou nesse dia mesmo. – Bufei indignada, mexendo na salada que havia em meu prato. – Nós já falamos muito sobre isso. Te falta coragem pra meter o pé na bunda dele?
: - Ele me pediu desculpas depois, disse que não faria de novo e essas coisas. Eu não acreditei, porque aquela não foi a primeira vez, mas também não tive coragem de terminar. – Taylor abaixou os olhos envergonhada, soltando um suspiro longo. – Gosto dele, e fico com medo de ser injusta em não acreditar que ele possa mudar.
: - Taylor... – Fiz um gesto de negação descrente, largando o garfo no meu prato. – Você acabou de me dizer que não foi a primeira vez que ele fez isso, acha mesmo que ele vai mudar? Não cai nessa, amiga, sério! Quantas situações nós já vimos de mulheres que passaram anos e anos em um relacionamento abusivo? Temos muitos exemplos conhecidos. Não se brinca com o machismo, Tay. Hoje ele quis pegar teu celular para fiscalizar com quem você fala ou não, amanhã ele pode levantar a mão pra você.
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Águas de Março
FanfictionRio de Janeiro, berço do samba, das poesias de Drummond, da Boemia de Chico Buarque, das noites na Lapa, da Gafieira. Rio de sorrisos, do futebol de areia, da água de coco, da cerveja gelada. Lar dos cariocas, das mulheres perfeitas, dos playboys ma...