18 - Colo de menina.

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Como vocês estão, meus queridos?! Esperamos que bem! Peço desculpas pela demora, mas rolou uns probleminhas pessoais e tive que travar tudo. Bom, agora está tudo bem e voltei a ativa. Escrever esse capítulo me fez muito bem. Tem duas músicas pra rolar, então vou colocar o nome delas e você dão uma olhada, certo? Fica legal pra ler. Eu e Gi esperamos que vocês gostem. Enjoy(:

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LAUREN POV


A última vez que me senti tão aflita foi quando contei aos meus pais sobre minha sexualidade. A palma das mãos suando, uma gota de suor descendo na têmpora esquerda, a tremedeira, era uma sensação desagradável que eu não esperava sentir novamente, mas aqui estava ela. Camila apertava minha mão com tanta força que sentia o sangue parar de correr para os meus dedos, enquanto Andrea alternava seu olhar entre nosso rosto e mãos. Ela ajeitou a bolsa no ombro direito e abriu um sorriso sem graça.

- Ah... boa noite, meninas, eu estava passando por aqui e decidi trazer um pouco de arroz e feijão fresquinhos e um pudim de chocolate, achei que fosse querer, Lauren.

- Drea, I don't know how to... I mean... quero dizer, existe uma explicação pra isso e...

- Você gosta de pudim de chocolate, não é? Espero não ter vindo à toa. Não queria atrapalhar, mas sua mãe falou que você já estava em casa a essa hora. – ela verificou os potes um por um, sorrindo totalmente constrangida. – Se não quiser, eu posso levar pra casa, sei que Normani vai gostar.

- Tia Drea, por favor, acho que nós precisamos conversar sobre isso.

- Camila, imagina, não precisa se explicar comigo. – ela estendeu os recipientes na nossa direção e engoliu em seco. – Aqui, não precisa se preocupar em devolver os potes tão cedo, eu pego depois.

- Drea, por favor, eu gostaria que você subisse um pouco para conversarmos. Está escurecendo e ficar na rua não é um lugar muito bom, posso chamar um Uber pra te deixar em casa ou te levo de carro, meu pai deixou comigo.

- É... eu também estou com o meu carro ai, tia.

- Imagina, meninas, eu posso pegar um ônibus e em um segundo estou em casa, já está tarde pra você me deixarem no pé do morro, perigoso até.

- Andrea, please.. eu insisto.

- Eu... olha, eu realmente não quero atrapalhar ninguém.

- Não vai atrapalhar. – Camila se aproximou dela, segurou os potes e Drea abraçou a bolsa com força, um pouco nervosa. – Vamos, tia, você sobe um pouco, bebe um copo d'água e escuta o que temos pra dizer.

Ela não fez mais objeções enquanto Camila entrelaçava seu braço no dela e a guiava para dentro do prédio. Demorou alguns segundos para que eu saísse do lugar e seguisse as duas em direção aos elevadores. Sentia meu coração batendo cada vez mais rápido, não conhecia Andrea para saber o que ela achava sobre o que acabara de ver, fiquei receosa por Camila, que a tinha como uma mãe postiça. Não gostaria de ser a responsável por um possível distanciamento entre as duas. Será que isso afetaria Normani?! Minha cabeça girava com a quantidade de informações e possibilidades infinitas de como ela reagiria quando escutasse de nós que estávamos juntas, mas nenhum momento foi tão tenso quanto o silêncio agonizante dentro do elevador. Camila segurava minha mão e vi várias vezes Andrea desviar o olhar do visor que informava os andares para encarar nossos dedos entrelaçados, voltando a prestar atenção em algo que não fosse nós em meio a sussurros inaudíveis.

Quando o elevador enfim parou na cobertura, saí primeiro para abrir a porta e um Joker afobado veio na minha direção latindo como um desesperado e derrapando no piso. Andrea entrou devagar, como se estivesse andando sob um campo minado. Camila, que estava logo atrás, pediu para que ela sentasse e correu até a cozinha para guardar os potes. Aproveitei a oportunidade e me aproximei dela, respirando fundo para conter meu nervosismo.

Águas de MarçoOnde histórias criam vida. Descubra agora