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Passaram-se 4 meses após a morte de Henrry, Enzo parecia conformado, mas não era mais "aquele" Enzo, suas atitudes haviam mudado, tudo na nossa vida acontece com um propósito, talvez Henrry deveria ter ido, para que Enzo pudesse ser libertado, ele espalhava amor, não havia nada do Enzo antigo nele, o seu rosto parecia mais feliz, haviam novos jogadores em seu time, os antigos foram expulsos, todos da escola ficaram horrorizados com o que aconteceu com Henrry, e a única medida a ser tomada, era essa, Henrry os denunciou antes de partir, mas não sabemos o que a polícia fez.

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Faltava 1 mês e meio para o Baile da escola, todos estavam ansiosos para o dia, as garotas escolhendo vestidos, os garotos procurando os seus pares, todo o corpo estudantil se preparando para dar adeus à última turma da escola, pais correndo atrás das faculdades mais próximas.
Nesses 3 meses, muita coisa aconteceu, Mary ganhou uma "beth" nova, e quase matou um motorista de ônibus por quase bater nela, Nick e eu estávamos namorando, e os pais de Henrry viajaram para Flórida, para acalmar mais as coisas, e esquecer o que aconteceu.
Não sei se fico feliz por ter completo meus estudos e finalmente estar caminhando para uma faculdade, ou se fico triste.
Nick não sabe, mas a única faculdade que consegui uma bolsa, fica em São Francisco, vou esperar essa animação de baile passar, para eu contar para ele, não vai ser fácil viver longe de Mary e de Nick, mas eu tenho que tentar, sei que conversar por celular, nunca será a mesma coisa que abraçar e sentir o cheiro e o toque de quem você ama.
Mary vai fazer direito, quem imaginaria?! Nick também vai fazer faculdade aqui.

Era sábado, e fui ler no parquinho que fica próximo a casa de Mary, eu amava ler alí, alguns brinquedos estavam quebrados, então as crianças não costumavam mais ir lá, então não havia aquele barulho chato de ferro sem óleo dos brinquedos, e crianças gritando, era calmo, e silêncioso.
Ouvi um grito, Nick saiu correndo e começou a se balançar no balancinho que estava quebrado.
-estava muito calmo aqui. -Nick falou sorrindo.
-será que é por isso que eu vim ler aqui?! -fechei o livro e o observei correr feito uma criança pelo parquinho.
Ele parou e se aproximou de mim, colocou as mãos nos bolsos, e parecia meio triste.
-Ta tudo bem? -perguntei olhando para ele.
-na verdade não. -Nick falou com uma voz triste, e pareceu lacrimar.
-Quando ia me contar? -fiquei paralisada, que merda! Como ele soube? Esse não é o momento de cortar, argh!!!
-está falando do que? -olhei para baixo e Nick se ajoelhou e me olhou.
-Poxa, Skay, eu te amo, será que não podia ter me contado que vai embora depois do baile? Não acha que eu tinha o direito de saber que o amor da minha vida vai simplesmente embora? -as lágrimas não se seguraram e começaram a rolar pelo meu rosto.
-Nick,me desculpa, eu ia te contar, mas não queria que isso tirasse sua animação para o Baile e...
-O QUE? Acha que estou feliz pelo Baile? Skay, eu estava feliz porque eu ia com você, estava feliz porque já nos imaginava com um futuro, e você me diz que não queria me contar para não tirar minha animação para o Baile? Acha que depois do Baile minha tristeza seria menor? -Ele parou e respirou fundo.
-Eu não vou te impedir de ir, Skay, eu te amo, e jamais faria isso com você, jamais lhe prenderia aqui, sabendo que sua oportunidade está lá, eu só queria que tivesse me contado...
-Fiz ele parar de falar e lhe beijei, as lágrimas continuavam a cair e se misturavam com o beijo.
-Eu te amo, Nick. -Nick me abraçou e ficamos alí por um bom tempo.
Eu não podia fazer nada, acham que eu queria deixar Nick ali? Tedy se foi, não porque quis, mas se foi, eu tinha medo de Nick partir, mas quem estava partindo era eu, imaginei as sensações que senti, Nick talvez estivesse sentindo elas...
Quando saímos do parquinho, me despedi com um beijo na testa de Nick, e fui para casa. Quando cheguei, vi que Mary estava me esperando.
-Vai me bater? -ela gritou antes de eu falar algo.
-desde quando bato em alguém? -gritei de volta.
-Ja tá sabendo o que eu fiz né?! -Mary me olhou triste.
-É, eu já estou sabendo. -Dei um sorriso triste é entrei em casa.
-Sabe que fiz isso para o bem de vocês não é?!
-Eu sei Mary, tá tudo bem, eu deveria ter contado mesmo, ele tinha o direito de saber.
Mary me abraçou.

-Eu conheço você Skay, pode chorar

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-Eu conheço você Skay, pode chorar.
Ela realmente me conhecia, estava tentando ser forte por fora, mas estava quebrada por dentro, eu precisava daquilo, chorei, não de tristeza, não de felicidade, não de rancor, eu só queria chorar. E entre o abraço de Mary a minha alma se acalmou.
-Vou sentir sua falta. -Falei apertando mais o abraço.
-shiiiiiiu. -Mary cantarolava como se eu fosse uma criança.
Depois de estar mais calma, Mary foi  para casa, e eu deitei e pensei no futuro, e de como ele seria sem eles.

 Amor Após A Morte.Onde histórias criam vida. Descubra agora