*

52 5 0
                                        

Quando cheguei em casa, minha mãe estava sentada no sofá, me esperado como se eu tivesse feito algo muito errado, aquele olhar dela me dá medo, asgh!
-Então, quando iria me contar? -fiquei tipo "mas de que merda ela tá falando?"
-Mãe, eu não sei sobre o que a senhora está falando.
-Não se faça de idiota Skay!
-Mas o que eu fiz?
-Fugiu, mentiu, e perdeu nossa confiança! - falou meu pai com uma voz mais brava do que de costume. O papai era daquele tipo que me defendia de tudo, até da mamãe, mas naquele momento, eu vi o quanto ele estava decepcionado, eu só não sabia o que tinha feito.
-Anda Skay, conte-nos o que aconteceu? -Mamãe insistiu. Eu realmente não sabia do que eles estavam falando, tipo, eu não fugiria de casa nem para salvar alguém, morro de medo de fugir, imagina se eu fugiria para fazer algo de errado?!
-Skay não me obrigue a... -Papai tomou o seu lugar de pai e acalmou minha mãe.
-Filha, os pais de Henrry ligaram, e disseram que ontem a noite, ele foi em uma festa, e ganhou um lindo soco no olho. -Então era isso! Ele tinha brigado em uma festa, por isso não queria que Mary e eu víssemos o seu rosto hoje de manhã.
-E sua mãe lhe perguntou quem estava com ele... -meu pai continuou. -E ele disse que você é Mary estavam lá, e um homem queria tocar em vocês, então ele foi defende-las, e acabou apanhando sozinho. -Aiii que ódio do Henrry!!! Dessa vez estava orando para que Mary entrasse ele é socasse a cara dele e todo o resto!
-Não discuti com meus pais, precisava saber o porquê de Henrry ter mentido primeiro, depois eu explicaria para eles.
-Você não vai fugir dessa conversa amanhã mocinha! -gritou minha mãe enquanto eu subia as escadas.
Peguei meu celular para ligar para Mary, mas já tinham 8 chamadas não atendidas dela, ela odiava falar por telefone, então, suponho que os pais dela, também já tinham dado uma dura nela.
Quando retornei a ligação de Mary, ela me atendeu gritando.
-Aquele filho de uma... De uma... -Ela respirou. -Ah Skay, o que o Henrry está fazendo com ele? -senti sua voz ficando cada vez mais triste.
-Eu não sei Mary, mas vamos descobrir.
Quase não dormir pensando em mil e um motivos para Henrry ter mentido, mas nem um deles era convincente.
Na escola Henrry não apareceu de novo, Mary não sabia ficar com raiva sem bater em alguém, ela precisava de Henrry, para descontar toda a sua raiva nele.
-OK Skay, já chega vamos na casa dele!
- OQUE? Mary estamos no meio da aula, não podemos fugir, meus pais vão descobrir!
-Professora?? -Mary gritou. -Skay está passando mal, e não quer falar.
-Não estou nã... Ai!!!! -Mary me chutou.
-Leve-a para a enfermaria da escola Srt. Deny. -ordenou a professora.
Saimos da sala, e logo mudamos nossos passos para fora da escola, eu estava com tanto medo de ser pega que imaginava que meus pais estariam em todo o lugar me olhando fugir da escola.
A casa de Henrry não era tão longe da escola, então, não demoramos para chegar lá.
Quando chegamos, apitei a campainha.
-O que está fazendo Skay? -Falou Mary cochichando. -Não pode apertar a campainha, os pais dele pensam que ele apanhou por nossa causa.
Ela me obrigou a subir em uma árvore que dava bem na varanda do quarto de Henrry.
Ela bateu com força da vidraça do quarto por uns 15 segundos, até Henrry abrir. Ele tomou um susto tão grande ao nos ver, que não deu tempo de ele fechar a porta em nossa cara.
-Seu viado, o que pensa que é para nós meter nessa sua história? -Mary costumava ser agressiva, mas quando estava com raiva, perdia o controle.
-Henrry, como pôde mentir para seus pais, e nos prejudicar? Sabia que estou de castigo? Como uma criança de 4 anos.
Henrry abaixou a cabeça e chorou, Mary e eu nos entreolhamos, não estávamos entendendo.
-Henrry, o que está acontecendo? -Perguntei me sentando ao lado dele no chão, logo Mary sentou também.
-Eu sei que vocês estão com raiva de mim, mas, eu não tive escolha, eu tive de mentir para eles, meu pai não aguentaria saber o porquê apanhei na festa. -Henrry nunca tinha ficado assim, ele era aqueles caras que se cagada de medo de tudo, mas não chorava, no dia em que Tedy ajudou ele à colar, imaginei que ele iria se apavorar e ferrar tudo, mas até que ele se controlou.
-E porque você apanhou Henrry? -Mary perguntou.
-Ontem, Enzo me convidou para ir à uma festa na casa dele e...
-Enzo Buller??? -Mary perguntou espantada.
-Sim... -Enzo Buller, era ele, o garoto que estava no "lugar" de Tedy, ele era o capitão do time de futebol, era o primeiro dia de aula, ninguém se conhecia muito bem.
-Como criou intimidade com ele, se ontem foi a primeira vez que o viu? -Perguntei meio receosa.
-Eu conheci ele em um site de relacionamento. -Choquei, fiquei paralisada, mas não queria que Henrry percebesse, então falei:
-continue sobre a festa.
-Então, ele me convidou, e eu fui, mas quando cheguei lá, eles me xingaram de coisas horríveis "Gay", "viado"," bixa", todos os tipos de palavras homofóbicas que você imaginar, Enzo tentou me defender, por um momento eu acreditei que era verdade, ele chegou a me beijar, mas quando parou... Ele fez isso. -Henrry apontou para seu olho.
Fiquei paralisada, e dessa vez não tinha como Henrry não notar, "então é isso? Você é gay?" Por isso mentiu, seu pai não aguentaria mesmo, olhei para Mary, e ela estava com a boca aberta, quando percebeu, fechou rapidamente.
-Henrry, isso, isso, meu Deus Henrry! Isso é muito grave! -Falei.
-Você pode denunciá-los, ou eu vou socar muito a cara deles! -Mary falou batendo com o punho fechado na cama.
-Não posso Mary, eu gosto dele. -Mary deu um tapa em seu rosto.
-Mary! O que está fazendo? -Gritei!
-Fazendo Henrry acordar, você está maluco, gostar de uma pessoa que te humilhou? Que te bateu? E que não está nem aí para o seu sentimento???
-Calma Mary!
-Vão embora por favor! -Henrry gritou chorando.
-Henrry...
-Por favor Skay.
Arrastei Mary para a varanda, descemos da árvore, fomos para casa sem dar uma palavra.

 Amor Após A Morte.Onde histórias criam vida. Descubra agora