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Deitei na cama e me peguei pensando no beijo que Nick havia me dado no rosto, o quão fofo ele tinha sido o dia todo, na verdade, desde que nos conhecemos.
No dia seguinte, desci as escadas com pressa por estar atrasada, fui até a cozinha para pegar qualquer pedaço de bolo, e ir comendo pelo caminho, mas dei de cara com Nick tomando café.
-Filha, seu amigo veio lhe procurar, e eu o convidei para tomar café. -Ela piscou para mim, e Nick abaixou a xícara e sorriu.
-E então amiguinha, está pronta? -Minha mãe sorriu.
-Sim, vamos antes que meu pai te veja e queira fazer um interrogatório.
-Essa é a minha garota! -Minha mãe gritou quando saímos.
-Desculpe, meus pais não estão acostumados a me verem com amigos, à não ser Henrry e Mary.
-Relaxa, sua mãe é muito legal, e agora vejo de quem herdou tanta beleza. -Corei, e ele percebeu.
Quando chegamos à escola, sai do carro, e entramos juntos, percebi que todos me olhavam, Nick segurou minha mão e apertou, com uma tentiva de dizer "Calma, eu estou aqui"
Na primeira aula, sentamos juntos, Mary, Henrry, Nick e Eu. Mary passou um bilhete para mim.

VOCÊ ESTÁ BEM?

Olhei para confirmar que o professor não estava olhando, e respondi.

SIM, MAS PRECISO TE CONTAR UMA COISA.

Passei o bilhete por trás de sua cadeira, mas logo, ele voltou.

JÁ DESCONFIO SOBRE O QUE SEJA. VI VOCÊ CHEGANDO NO CARRO DE NICK HOJE.

Eu ia escrever, mas o professor chamou meu nome, e quase morri do coração, mas só era a chamada, então, para não correr risco respondi pela última vez.

NO ALMOÇO EU TE CONTO!

Quando acabou a aula, fomos direto para o refeitório, Nick sumiu da sala na 3° aula, então só estamos Henrry, Mary, e eu.
-Ele tomou café em casa! -Falei para Mary quando saímos da fila.
-Já está até conhecendo a sogra e o sogro. -Ela falou revirando os olhos.
-Eu nem sabia, peguei mais que um susto quando o vi sentado alí.
-Skay, não vou com a cara dele, mas, ele parece gostar de você, nas aulas que ele senta atrás de você, ele te olha com tanta delicadeza, como se estivesse adimirando cada detalhe do seu rosto.
-Bom, era meio que isso que eu queria te contar...
-Que ele tomou café em sua casa?
-Não Mary, ontem, ele me beijou no rosto, e não conseguir deixar de sentir a delicadeza dos seus lábios em minha bochecha. -Vi Mary fazer cara de vomito.
-Mary! - falei à repreendendo.
Henrry ficou o tempo todo olhando por cima dos meus ombros.
-Henrry? -chamei o tirando do transe.-Você ouviu o que eu disse?
-Não, me desculpe Skay, pode repetir?
Virei de frente para olhar o que estava atrás de mim, que tanto interessava à Henrry. Quando virei, Enzo estava com sua turma à uma mesa depois da nossa, virei de frente tão rapidamente, que deu para notar que Enzo correspondia ao olhar de Henrry , mas quando percebeu que eu o olhava, disfarçou, olhando para o outro lado.
Henrry só não sofreu mais, porque ele não era aqueles, digamos assim "gay na aparência" Henrry era muito bonito por sinal, tinha os cabelos loiros, e olhos castanhos, ele aparentemente era um jovem atraente.

Tedy sempre desconfiou de que Henrry tivesse um segredinho, quando íamos em festas, muitas meninas tentavam puxar assunto com Henrry, mas ele sempre tinha uma desculpa

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Tedy sempre desconfiou de que Henrry tivesse um segredinho, quando íamos em festas, muitas meninas tentavam puxar assunto com Henrry, mas ele sempre tinha uma desculpa.

"Tenho namorada"
"Hoje não vai dar"
"Estou com frio"
"Não posso fazer sexo antes do casamento"

Essa desculpa foi uma das melhores, as garotas ficavam tão envergonhadas, que sumiam da festa rapidamente.
Tedy costumava dizer que qualquer dia, em que Henrry estivesse bêbado, ele iria lhe perguntar sobre isso, pois dizem que os bêbados dizem a verdade, mas nunca adiantou, Henrry não bebia muito, a pesar de ser Tedy quem dirigia o carro, ele preferia estar lúcido.
Não entra em minha cabeça o fato de Enzo ter entrado em um site de relacionamento entre homens, não consigo imaginar que tenha sido apenas para zuar aqueles que estavam ali, e que estudavam na mesma escola que ele, enquanto pensava, Nick se sentou ao meu lado.
-Muitos problemas? -perguntou ele com sarcasmo.
-Mais do que você imagina. -falei.
-Posso te falar uma coisa? -Ele falou meio sussurrando.
-claro. -Respondi. Ele olhou para Enzo e se voltou para mim novamente.
-Não estou conseguindo olhar para ele, a pesar de não conhecer muito bem o caladão, sinto que o que Enzo fez, não machucou somente ao caladão, mas machucou à Mary, e principalmente à você Skay, não suporto imaginar o que passou com seus amigos diante dessa situação, você é tão doce e delicada, e frágil, como se eu apenas com um toque, pudesse machuca-la, e Enzo não teve pena, ele escavou para ferir o mais precioso de você, o seu coração, seus amigos. -As palavras de Nick eram tão doces, que me fizeram lacrimar.
Henrry me chamou em uma das últimas aulas.
-Acho que vou contar à meus pais hoje. -Ele falou bem baixinho para o professor não ouvir, que quase nem escutei, mas confirmei com a cabeça. Fiquei feliz por Henrry tomar essa decisão, porque, além de estar se livrando de um peso nas costas, estaria me livrando de um também, o de ter mentido à meus pais, e finalmente iria poder contar a verdade à eles, só me preocupava um pouco a reação deles, sei que meus pais não eram homofóbicos, mas não sei o que diriam em relação a eu ter um amigo homossexual, no qual estaria convivendo comigo, meu pai sabia que eu não era mente fraca, não me deixava levar pelos outros, mas Katy absorvia tudo o que escutava e via, então, isso seria um pequeno problema para eles.
Tinha que esperar o tempo certo para contar, já que eles iriam perder 50% da confiança em mim, por eu não ter contado antes.

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