Sabe aquele dia que você acorda, e parece que nada aconteceu? Que tudo não passou de um sonho? Como eu queria que tudo fosse mentira, queria ir para escola, e encontrar Henrry sorrindo, e levando tapas de Mary por ter feito besteira. As vezes, parece fácil esquecer uma pessoa, mas a gente não manda no coração, e realmente, eu não estava tendo controle do meu. A tristeza de ter perdido duas pessoas que amava, o medo de amar Nick. Será que todos que eu amo se vão? Que não existe amor após a morte das pessoas que tinham o seu coração na palma da mão?
*
Cheguei na escola, corri, e dei o mais demorado e apertado abraço de todos em Mary. -promete que também não vai? -perguntei em meio ao choro. -Skay, eu vou ficar aqui, com você. -Mary falou, me abraçando mais forte ainda. Henrry não se foi porque quis, eu sei, mas a minha vontade naquele momento, era de nunca mais soltar Mary. "A vida tem que continuar" as pessoas diziam, mas eu não conseguia prosseguir, todos os sentimentos que tive quando Tedy morreu, estavam cravados em meu peito, e nesse momento, se libertaram. O ódio, a tristeza, o rancor, a depressão que minha mãe sempre temeu, eu sintia que não poderia controlar. Após a morte de Tedy, foram meses tomando remédios, para que eu não me matasse, mas o que realmente me ajudou, não foram a porcaria dos remédios, foram eles, Henrry e Mary, e agora, um deles se foi, e se foi para sempre, não foi uma viagem, ele não vai mais voltar. Nunca mais. No fim da aula, a qual eu não prestei atenção em nada, Nick estava me esperando na porta da saída da escola. Naquele momento, eu tive a completa certeza, de que Nick tinha um propósito para ter aparecido em minha vida. Quando olhei para ele, um caquinho do meu coração que estava quebrado, sorrio. Foi como se perto dele, entre os braços dele, nada poderia me acontecer, nada iria me deixar triste. Abraçar ele, era esquecer de tudo, e viver aquele abraço.
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