capítulo 23

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Narrado por Jeni: ( Pai de Jeni foto acima)
Despertei do meu sono e vi que Luan ainda estava dormindo no sofá ao lado. Olhei no relógio e vi que já eram 8:15, supostamente eu teria alta as 9:00 quando tentei me levantar uma tontura tomou conta do meu corpo e então eu ia caindo, mas braços fortes me envolveram. Era Luan, ele me segurou e me virou para o rumo de seu rosto.
- Cuidado... - sussurrou, me erguendo em seus braços,eu não consegui dizer nada além de olhar para ele. Seus olhos me queimavam e eu queria beija-lo , e pelo seu olhar ele também queria, então aconteceu. Ele me beijou um beijo suave, o beijo que me fez flutuar. Suas mãos desceram até minha cintura, a apertando e me puxando para mais perto o possível dele. Quando eu pensava que ninguém entraria ali agora, ouvi um coçar de garganta. Paramos o beijo e me virei Caio e Anna nos olhavam. Senti meu rosto queimar, Luan ainda permanecia ao meu lado segurando minha cintura. Senti seus músculos se enrijecerem, e Caio o fitava com um olhar calmo mais severo.
- É estamos atrapalhando? - perguntou Anna que segurava uma bolsa nos braços.
- Eh... Não... - respondi
- Que bom, Darling o médico disse que se você já estiver se sentindo bem pode se trocar, que logo ele vira para fazer um último checape e ti dará alta. - Caio disse e jogou um olhar para o irmão - E bem Anna trouxe umas roupas para você usar, e Luan enquanto ela se troca, da um pulinho aqui fora pra gente poder conversar.
- Claro Caio. - respondeu Luan. Anna entrou com a bolsa e Caio e Luan saíram. Anna estava calada então tentei puxar assunto com ela:
- Anna? - chamei
- Jeni?
- Tá tudo bem? - perguntei
- Sim. - respondeu. E então o silêncio voltou a se estabilizar. Quando peguei a roupa e fui em direção ao banheiro ela explodiu e falou:
- Não! Não está tudo bem Jeni. - falou
- Anna?
- Você e Luan estavam se pegando quando chegamos.
- Me desculpe Anna, mais aconteceu.
- Eu sei Jeni, não é sua culpa mais eu não quero que você se machuque. Não de novo. - ela disse com a voz chorosa.
- Eu não vou Anna. Acredite eu não vou.
- Claro que não vai, porque se esse romance sair fora de controle te mando de volta para minas. Só com passagem de ida. - ela fala séria.
- Anna?
- Não! Jeni eu não vou deixar você sofrer não de novo. E  bem debaixo do meu nariz, isso nunca. Está avisada.
- Eu sou maior de idade Anna.
- Eu também Jeni. Mas você está na minha casa. E é responsabilidade minha. - dito isto eu peguei minha roupa e fui em direção ao banheiro sem olhar para trás. A única coisa que escutei foi Anna dizer:
- Eu sinto muito por dizer isto Jeni.

Narrado por Luan (Dominic):

- Pode falar agora Caio. - falei quando já havíamos saído do quarto. Ele se virou e me olhou.
- O que você está fazendo Luan? - perguntou
- Se é sobre a Jeni eu gosto dela. - falei
- Você gosta? - ironizou Caio
- Sim Caio eu gosto dela mais do que eu gostaria. Ela é diferente. Desde o dia que a vi na casa de Edu me olhando através de uma brecha da porta eu senti algo extranho. E depois na festa quando a vi entrando e depois no jardim com você algo mais forte aconteceu. E ai eu tentei me afastar mais você a trouxe até mim, e eu achei que se eu fizesse aquilo na casa eu a afastaria. Mais aconteceu o contrário, eu a machuquei e aquilo me matou por dentro como nunca. É como uma ligação. Como a de nossos pais. - desabafei
- Não pode ser... Não pode... - ele dizia com as mãos na cabeça.
- Mas se for, se você a machucar Luan é melhor você nem começar... Porque se acontecer algo você já sabe. - ele disse
- E se acontecer com você? - retorci a pergunta
- Não vai acontecer e você sabe porque! - ele se exaltou
- Sei! Porque você finge ser quem não é? Pois tenho um aviso se aconteceu comigo, pode acontecer com você! E vai acontecer. - Quando eu disse ele estava ficando extranho andava de um lado para o outro. E então eu já sabia, havia acontecido.
- Aconteceu não é Caio? - Perguntei indo até ele.
- Droga Luan! Já, e eu não sei o que fazer. Não sei se devo me aproximar. - ele diz e desaba na cadeira de espera. Vou até ele e me agacho, pego em sua mão e digo:
- Calma Caio, você é cabeça vai saber o que fazer.
- Assim espero. - ele diz e solta um suspiro
E então ouvimos passos, e vi o doutor Alecxander se aproximando.
- Olá rapazes. Está tudo bem? - perguntou
- Sim está. - respondi
- Ok, eu não acho que esteja mais não vou me meter. Mas Luan como está Jeni? - voltou a perguntar
- Está bem. Ela está no quarto.
- Claro. Vou examina-la esperem aqui rapazes. - ele disse e entrou no quarto.

Narrado por Jeni:
Sai do banheiro e vi Anna assentada na poltrona que Luan havia estado. Caminhei até a  bolsa e peguei um prendedor de cabelo, ela me olhava sabia que ela falaria alguma coisa mais cedo ou mais tarde. Mas antes que ela pudesse falar, a porta se abriu e o doutor Alecxander adentrou o quarto.
- Bom dia, vejo que já se trocou. - falou
- Sim. - respondi
- Bem pelo que vejo, você está muito bem então não tenho porque não te dar alta.
- Obrigado. - falei
- Não há de quê, mais assim que estiver indo embora, passe na recepção e assine uns papéis. Ok?- então ele sorriu e saiu do quarto. Peguei a bolsa e também fui em direção a mesma. Quando saí vi Caio e Luan sentados juntos, eles falavam de algo tão seriamente que parecia impossível interromper. Mas quando Luan me viu se levantou, e veio na minha direção.
- Você está bem? - perguntou
-Sim. - respondi e pude ver Anna fuzilar Luan com os olhos.
- Está tudo bem Anna. Não vou machuca-la. - Luan disse a ela
- Assim espero Luan. Assim espero. - ela respondeu. E então fomos em direção a recepção. Chegamos lá a moça me deu o formulário e comecei a preenche-lo.
- Vejo que sua namorada está bem Rapaz. - ela disse se dirigindo a Luan
- Sim ela está. E obrigado por me deixar entrar ontem à noite.
- Não tem que agradecer, porque eu só tinha essa opção mesmo, se caso eu ainda quisesse ter a recepção inteira. - ela diz e solta um sorriso
- Você ameaçou quebrar a recepção do hospital? - perguntou Anna
- Mais ou menos. - respondeu
- Eu teria feito o mesmo. - falou Caio
- Vamos? Já terminei. E obrigada. - Por nada Jeni. - ela respondeu com um sorriso simpático. E então fomos em direção a saída do hospital quando ouço uma voz me chamar:
- Jeniffry?! - disse a voz. Me virei para ver quem era mais no fundo eu já sabia.
- Pai? - era ele usando uma blusa preta e uma calça jeans escura  como sempre, com sua postura de pai protetor, mais eu não sabia que ele estava no Rio.
- O que você está fazendo aqui? - perguntou
- Nada. - respondi
- Não minta eu vi você assinando formulários. E só quem esteve internado pode assinar.
- Ele é seu pai? - perguntou Caio surpreso.
- Sim ele é o pai dela. - respondeu Anna por mim. Luan permaneceu calado observando meu pai.
- Você não me respondeu Jeniffry. O que faz aqui? - perguntou de novo
- E você se importa? - retruquei
- Claro que me importo. Você é minha filha.
- Agora que você se lembrou? - eu estava perdendo a paciência, conversar com ele depois de tudo que ele fez a minha mãe, era impossível.
- Jeniffry não torne as coisas difíceis. Eu só te fiz uma pergunta. Apenas responda, ou vou pedir a Carine que me mostre seu formulário.
- Eu estava internada. Pronto satisfeito? - falei
-  Não. Porque você estava internada?
- Eu cai da escada. E desmaiei então eles me trouxeram para cá.
- Você se machucou? Quebrou alguma coisa? - perguntou parecendo preocupado
- Não eu não me machuquei. Eu estou bem. Agora se me der licença.
- Ok. Tudo bem sei que ainda me odeia, mais sou seu pai e me preocupo com você Jeni minha filha.
- Não me chame de filha. Você não tem esse direito. - falei e lhe dei as costas andando em direção ao carro de Caio. Luan veio logo atrás com a chave, destrancou o carro e abriu a porta para mim. Entrei e sentei no banco da frente. Pensei que era Caio que iria dirigindo mais não, era Luan ele entrou e deu partida no carro, Caio e Anna entraram e ligaram o som. Luan tirou o carro do estacionamento e dirigiu em direção a casa de praia. O silêncio era constrangedor então Caio se pronunciou.
- John Derrockt é seu pai? - perguntou parecendo preocupado.
- Infelismente sim. - respondi
- Isso não é bom...
- Por que? - perguntei
- Se você ainda não sabe eu vou te dizer o porque Jeni. - falou Anna.
- Estou esperando. - respondi
- Seu pai foi transferido de minas para cá, como você sempre soube ele sempre foi o melhor no que faz. Ou seja operação pra prender os donos dos morros da favelas. E como você sabe ou não sabe Luan é um dos donos destes morros, ou seja o morro santa Mônica. Mas conhecido como Morro M
LEJ, seu pai foi enviado para uma operação no nosso morro, foi um mês de guerra na favela, não tínhamos paz. Era tiro para tudo conte lado. O Luan e o Edu evacuaram o morro levando toda comunidade ou quase toda, para PCG mas não foi o suficiente seu pai caçou como louco o dono do morro e seus braços direitos mais graças a deus Luan conseguiu virar o jogo.
- Como? - perguntei
- Unindo-se a outras favelas. Faltando alguns dias para acabar o mês, a operação estava dando como vencedores. Mais ai saiu guerreiros de onde eles nem pensavam que existiam. Luan e Edu se juntaram a Marcone, então eles conseguiram tirar eles do morro.
- Então vocês conseguiram. E porque isso não é bom? - perguntei
- Porque ele sabe quem eu sou. E você está comigo. E se ele te amar de verdade como ele disse , ele vai querer proteger você. - Luan falou focado na estrada.

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