Delustre Dourado

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Eu a ajudei, esta mulher, esta Esme. Minha suposição sobre seu rosto tinha sido correta, ela era uma mulher tremendamente apaixonada e amava os outros sem reserva. A sua bondade comigo era esmagadora no começo. Era difícil não sentir que eu tinha de devolver aquela bondade, embora eu muitas vezes falhei em fazê-lo.

Então, enquanto Carlisle trabalhava, eu ficava com Esme. Ensinando a ela tudo que me havia sido ensinado. Protegendo-a tanto quanto eu podia, assim como quando eu era um recém-criado. Fomos caçar juntos e ela falava comigo frequentemente. Sua mente estava tão aberta e honesta, era bem refrescante. Especialmente depois de passar o dia com mentes adolescentes.

Eles casaram-se rapidamente. Estive lá na pequena e íntima cerimônia. Qualquer outra pessoa teria questionado a velocidade de sua relação, mas eu sabia que eles haviam se conhecido antes e isto era de fato destinado a acontecer. Eles eram a alma gêmea um do outro, e eu estava feliz pela felicidade de Carlisle. Mesmo se isso significasse que nossas vidas iriam mudar drasticamente.

Ainda assim, ela não era minha mãe, embora muitas vezes visse isso ansiando em sua mente. Ela tinha instintos maternais tão fortes que era difícil não sentir as mesmas emoções. Era uma das muitas desvantagens de ser um leitor de mentes. Era tão difícil de vez em quando decifrar entre desejos interiores de alguém dos meus. Eles muitas vezes se misturavam.

"Isto é belo, Edward," ela disse a medida que ela se aproximava de mim. Eu estava dedilhando o piano como de hábito.

"Obrigado," respondi educadamente, sabendo que ela esperava nada além de educação.

"Acho de que todas as canções que o ouvi tocar, acredito que essa é minha favorita." Ela emitiu ao se sentar ao meu lado no banco.

"Possivelmente será esse o título," eu disse, "A Favorita de Esme."

Ele realmente faria isso por mim? Talvez ele permita que eu o ame como meu filho.

Encolhi-me e ela notou.

"Sinto muito, Edward. Ainda não estou acostumada com sua capacidade de ler mentes," ela disse graciosamente.

"Levará tempo," respondi sem emoção. "Carlisle também levou algum tempo antes que se acostumasse."

"Me desculpe, realmente não pretendo me intrometer." Me perdoe.

Olhei para ela, um rosto irradiando sinceridade. Eu tinha dificuldade em decifrar a anatomia de Esme. Ela conseguia de alguma forma ajustar um coração de 100kg em um corpo de 50.

"Desejo falar com você sobre um certo assunto." Ela hesitou.

Suspirei. "Eu apenas verei as palavras da sua cabeça, Esme, se você não as disser em voz alta."

As suas desculpas foram um sorriso.

"Como você se sente em relação a encontrar uma companheira?" Ela segurou sua respiração enquanto esperava.

"Não sinto nada, na verdade. Não tenho nenhuma necessidade de uma companheira," encolhi os ombros.

"Mas, você não deseja encontrar uma companheira? Sua outra metade?" Ela franziu as sobrancelhas preocupadamente.

"Não há uma outra metade," informei-a. "Sou completo comigo mesmo."

Os ouvi naquela noite, falando sobre mim. Aumentei o volume da minha música. Tentei tirá-los de sintonia, dar-lhes privacidade conjugal tanto quanto eu podia. Independentemente, sabendo que alguém está falando de mim pelas costas nunca era agradável.

"O que é Esme?"

"Estou preocupada com o nosso... seu... filho." Seu amigo... sua... droga, eu disse a palavra errada?

Carlisle suspirou. "Ele é nosso filho, Esme. Edward só precisa de tempo, não tem sido fácil para ele."

"Quantos anos ele tinha quando você o transformou?" Era demasiado jovem, talvez?

"Dezessete. Ele morria da Gripe Espanhola. A mãe dele, antes de morrer, pediu que eu o salvasse. Portanto eu o fiz." Ela tinha os mesmos olhos verdes...

A minha mente animou-se com isso, Carlisle nunca havia mencionado minha mãe humana antes. Muito sutilmente diminuí a música.

"Você acha que ele era muito jovem quando você o transformou?" A sua voz estava cheia da tristeza. Pobre garoto, ele deve ter se sentido péssimo perdendo de sua mãe dessa maneira...

"Por que você diz isto?"

"Não é normal. Entendo que ele esteja vivo há mais do que dezessete anos, mas que menino adolescente não iria querer uma companheira?" Seguramente existem vampiras apropriadas...

"Edward não é um garoto," contrariou Carlisle, "ele é um homem no seu próprio direito. E ele tem sido tudo menos normal. Ele é extraordinário."

"Concordo," disse Esme cautelosamente, "mas parte meu coração vê-lo tão sozinho o tempo todo." Tocando com seu piano, sendo tão doce como é, não parece o bastante...

"Eu sei, Esme, eu me sinto da mesma forma."

Zombei desses dois. Quem eram eles para ditar o que eu devia ou não devia ser? Só porque eles tinham encontrado um ao outro, isso não lhes dava o direito de decidir minha vida. Como Carlisle disse, eu era um homem e fazia as minhas próprias escolhas. Eu não gostei nem um pouco do modo que eles pensaram em mim como somente um garoto. Isso me lembrou de memórias humanas vagas quando o meu pai humano me mostrava como 'aquele garoto' em reuniões sociais. Era irritante e não menos irritante agora.

Estou isolando meu quarto à prova de som, eu jurei.

O primeiro ano de Esme chegou ao fim e eu tinha terminado o ensino médio há muito tempo. Era hora de nos mudarmos. Novamente. Esta mudança em particular deixou-me preocupado e eu não tinha nenhuma explicação. Carlisle tinha escolhido Rochester, Nova York, como nosso novo lar. Esme tinha pedido para ser encarregada das renovações e decorações de casa. Tive de sorrir para aquilo, era óbvio que mantínhamos nossa casa regularmente sem o toque de uma mulher. Agora era a vez dela.

Explorei Rochester em dias nublados, inspecionando esta área por algo novo. Estava ansiando por algo diferente do que nossa charada humana habitual. Nosso disfarce aquele tempo foi simples, eu era o irmão mais jovem de Esme e o cunhado de Carlisle. Mesmo nos nossos atos, eles não eram meus pais.

"Carlisle," eu disse, quando voltei em casa de uma das minhas explorações, "há uma universidade aqui."

Ele levantou os olhos surpreso. "Você quer ir para a universidade?"

"Eu contemplava medicina, de fato." A sua boca se abriu ligeiramente, então rapidamente expliquei. "Você terá de ficar a par das últimas tecnologias médicas e não terá tempo para ir você mesmo. Assim, posso aprender as técnicas eu mesmo e compartilhar a informação."

"É uma idéia brilhante, Edward. Isso me ajudaria tremendamente." E naturalmente, seus pensamentos o traíram. Ele não quer ser um doutor.

Eu teria amado virar doutor. Qualquer coisa, para agradar o homem que tem sido meu pai de todos os modos que contavam. Meu camarada. Meu aliado. Sentia que minha fraqueza e incapacidade de resistir ao sangue como ele podia, o desapontavam. Mas eu podia ir à escola por ele, podia fazer ao menos isso. Eu provaria o meu valor mais do que uma simples companhia feminina. O ajudando com o seu objetivo de vida em ser um doutor, provaria que era um melhor vampiro, moral e compassivo como ele. Ou isso provaria ser a minha ruína.

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